17 de junho de 2015

Notícia - Menina leva pedrada na saída de culto de candomblé

Avó afirma que agressores eram evangélicos
Kátia Marinho, avó da menina.

Agressores atingiram com uma pedrada na cabeça uma menina de 11 anos que participava de um culto de candomblé na Vila da Penha, na zona norte do Rio, na noite do último domingo (14). Os dois homens seriam supostamente evangélicos, segundo informou parentes da vítima.

Durante o ato de intolerância os agressores insultaram um grupo de oito pessoas, vestidas com trajes brancos, que voltavam caminhando para casa após uma festa religiosa. “Eles estavam com a Bíblia na mão e chamavam todo mundo de ‘diabo’, dizendo que Jesus estava voltando. A gente nunca tinha vivido algo assim. É muito preconceito gratuito. Ela está com medo de usar a roupa branca na rua. Diz que vai continuar praticando (o candomblé), mas está com medo”, afirmou Kátia Marinho, avó da menina.

A agressão foi por volta das 18h30, na Avenida Meriti, altura do número 3.318, quando o grupo de religiosos voltava para casa após uma cerimônia e passou a ser insultado por dois homens que estavam em um ponto de ônibus do outro lado da via. O grupo parou quando a garota foi atingida por uma pedra arremessada pelos agressores.

A pedra foi arremessada na direção do grupo por um dos homens e após bater num poste atingiu a cabeça da menina. Após a agressão os suspeitos fugiram embarcando em um ônibus. A menina que estava sangrando muito foi levada para o Posto de Assistência Médica (PAM) de Irajá, onde os médicos fizeram um curativo no ferimento.

“Ficamos todos muito nervosos, a gente não sabia o que tinha acontecido, só escutamos o estrondo. Minha neta sangrou muito, chegou a desmaiar. Não reagimos em nenhum momento, a prioridade era socorrer”, lembra a avó.

A agressão foi registrada na 38ª DP (Brás de Pina) como crime de intolerância religiosa e lesão corporal, a menina deverá ser submetida a exame de corpo delito. Policiais devem realizar diligências para localizar imagens de câmaras de segurança e testemunhas que possam auxiliar na identificação da autoria do crime. 
Fonte:Estadão e Extra

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