4 de abril de 2015

Notícia - ‘Quênia vai sofrer mais ataques mortais’, diz grupo extremistas

Grupo radical islâmico, responsável por atentado que matou 148 em universidade, exige retirada de tropas militares quenianas da Somália

Um dia após o ataque terrorista contra um campus universitário na cidade de Garissa, que causou a morte de pelo menos 148 pessoas, em sua grande maioria estudantes, o grupo radical islâmico Al Shabaab ameaçou o Quênia com novo atentados.

Saiba mais: 
Quênia: grupo terrorista invade universidade para matar cristãos

“Quênia, você vai sofrer mais ataques mortais”, disse o porta-voz Ali Mohamud Rage, a uma estação de rádio ligada ao grupo extremista somali.

O Al Shabaab exige a retirada das forças de segurança quenianas da Somália. “Não haverá nenhum lugar seguro para os quenianos, enquanto o país tiver tropas na Somália”, advertiu Rage.

O movimento atacou a universidade no nordeste do Quênia alegando que suas demandas foram ignoradas. “Muitos estudantes cristãos, policiais e guardas de segurança foram mortos e muitos feridos”, afirmou o porta-voz. Segundo ele, diversos estudantes muçulmanos foram libertados.

O governo do Quênia afirmou, nesta sexta-feira (3), que não vai ceder à pressão e prosseguirá com seus esforços contra o terrorismo na vizinha Somália. “Nairóbi não será intimidada por terroristas, que adotaram a tática de matar inocentes como forma de humilhar o governo”, disse o ministro do Interior, Joseph Nkaissery, em visita à cidade de Garissa.

O presidente da Somália, Hassan Sheik Mohamud, ofereceu suas condolências e classificou o ataque como bárbaro. Ele afirmou que o incidente reforça a necessidade de uma cooperação antiterror entre os dois países, com o objetivo e eliminar os extremistas na região.

“Quenianos sacrificaram suas vidas para trazer a paz para o nosso país, e estou ciente de que os terroristas não estão satisfeitos com esse apoio. Seus atos [do terroristas] não vão dificultar a nossa luta para erradicar o terrorismo e trazer a paz e prosperidade para a região”, acrescentou o presidente.

Estados Unidos, Alemanha e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenaram o ataque. Ban inclusive exigiu que os agressores sejam responsabilizados pelo ato. Também o papa Franciso criticou fortemente o atentado em Garissa.

Garissa fica a menos de 200 quilômetros da fronteira sudeste do Quênia com a Somália. Desde que militares quenianos cruzaram a fronteira para ajudar a acabar com o grupo rebelde, em 2011, o Al Shabaab tem aumentado seus ataques em território queniano. Em setembro de 2013, o mesmo grupo realizou um cerco de quatro dias num shopping na capital Nairóbi, matando 67 pessoas.
Fonte: DW

Nenhum comentário:

Postar um comentário