A justiça sul-coreana ampliou nesta terça-feira (28) a pena do capitão da balsa Sewol, cujo naufrágio matou 304 pessoas no ano passado, de 36 anos de reclusão para prisão perpétua. Lee Jun-seok havia apelado da sentença inicial, mas acabou tendo sentença agravada. Além de negligência grave, ele também foi acusado de homicídio pela corte de apelação de Gwangju.
A promotoria chegou a pedir pena de morte para o capitão. A alegação era a de que ele havia abandonado os passageiros “com a certeza de que iriam morrer”.
“A atuação irresponsável do capitão Lee provocou a morte de jovens estudantes que pereceram sem realizar seus sonhos, além de abrir feridas irreparáveis nas famílias. Esta atuação, que manchou seriamente nossa imagem nacional, é imperdoável”, declarou o tribunal em sua posição oficial.
Em 16 de abril de 2014, a Sewol afundou com 476 pessoas a bordo, e 304 morreram. Entre os passageiros, estavam 325 estudantes de um mesmo colégio em viagem escolar — 250 deles morreram. De acordo com as autoridades, a embarcação estava sobrecarregada. Atualmente, a balsa está a 40 metros de profundidade.
Familiares ameaçaram boicotar a cerimônia de homenagem às vítimas caso o governo não se comprometesse a trazer de volta à superfície a barca de seis toneladas. A retirada da balsa do mar deve custar US$ 110 milhões.
Retrospectiva
Um vídeo da tripulação abandonando a balsa após instruir os passageiros a permanecerem em suas cabines causou indignação e pedidos de punição severa. Na maioria, os passageiros eram adolescentes em uma viagem da escola.
Lee pediu desculpas aos familiares das vítimas durante o julgamento de primeira instância e disse que não tinha a intenção de matar ninguém. Os promotores argumentaram que não exercer o seu dever de retirar os passageiros equivalia a homicídio.
Os membros da tripulação, que receberam penas que vão de 5 a 36 anos, tinham pedido clemência e afirmado que nunca haviam recebido formação adequada sobre a evacuação de passageiros.
O tribunal de apelação reduziu as penas de prisão de 14 outros membros da tripulação para períodos entre 18 meses e 12 anos, informou a corte.
Sobrecarregado, a Sewol virou ao fazer uma curva em uma viagem de rotina em 16 de abril do ano passado. Mais tarde se descobriu que a embarcação tinha uma estrutura defeituosa.
Fonte: O Globo e Terra
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