8 de setembro de 2017

Lição 11 - O processo de formação do discípulo I: Adultos - Betel


Texto Áureo
Tito 2.11
“Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens”.
Verdade Aplicada
A vida de discípulo de Jesus começa com o novo nascimento e continua em crescimento e vitalidade espirituais até alcançar a estatura completa de Cristo.

Objetivos da Lição
Conscientizar sobre a importância dos primeiros passos;
Mostrar como Deus tomou a iniciativa, visando a restauração do homem;
Deixar claro acerca da necessidade de uma resposta humana à manifestação de Deus.

Glossário
Professar: Reconhecer publicamente; confessar, declarar;
Regeneração: Gerar ou produzir novamente; formar-se de novo;
Soteriologia: Doutrina da salvação da humanidade por Jesus Cristo.

Leituras complementares
Segunda Jo 3.3
Terça Jo 3.5
Quarta Jo 3.16
Quinta Jo 8.32
Sexta Jo 8.36
Sábado Tt 2.15

Textos de Referência.
Tito 2.11-14
11 Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens,
12 Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente,
13 Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo,
14 O qual se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniquidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras.


Hinos sugeridos.

Harpa Cristã: 126


Harpa Cristã: 266


Harpa Cristã: 291

Motivo de Oração
Ore para que os cristãos sejam fortalecidos e o Evangelho seja anunciado em todo o mundo.

Esboço da Lição
Introdução
1. A importância dos primeiros passos.
2. Deus tomou a iniciativa.
3. A participação humana.
Conclusão

Introdução
Como Paulo escreveu, estamos em Cristo após ouvirmos o anúncio do Evangelho, crer e passar a viver guiados pelo Espírito Santo (Ef 1,13). Ninguém se torna um discípulo sem a ação de Deus e uma resposta humana.

1. A importância dos primeiros passos.
O início da jornada cristã se dá quando a pessoa nasce de novo é a condição para ver e entrar no Reino de Deus (Jo 3.3, 5).

1.1. É preciso nascer de novo.
Quando Jesus contou a parábola do semeador, disse que muitos estavam com a mente fechada, coração endurecido, ouviam sem interesse, fechavam os olhos, pois estavam fora do Reino de Deus (Mt 13.15; Mc 4.11). Primeiro é preciso entrar, para depois compreender “os mistérios do Reino de Deus”. E a entrada se dá pelo novo nascimento. Pela grande misericórdia de Deus, Ele opera a regeneração.

É possível utilizarmos três expressões para indicar a situação do ser humano diante de Deus: geração (Gn 1.27) – momento da criação do homem à imagem e semelhança de Deus; degeneração – perda ou deformação das características originais, por causa do pecado (Ef 2.1-3); regeneração – notar a expressão: “novamente nascidos” (1Pe 1.2).

1.2. A grande salvação.
O texto em Tito 2.11-14 é bastante esclarecedor. A graça de Deus se manifestou trazendo salvação (Tt 2.11). No verso seguinte, diz que esta mesma graça ensina, orienta sobre como devemos viver “neste presente século” (Tt 2.12). Porém, primeiro se manifestou para salvar. Salvação é uma palavra que reúne todos os atos de Deus para a redenção da humanidade. Vários sentidos são encontrados nesta palavra: libertação, segurança, cura, redenção, resgate. Por isso a Bíblia que é “uma tão grande salvação” (Hb 2.3).

A maior necessidade do ser humano é a salvação! Pois a Bíblia diz que todos pecaram (Rm 3.23). O pecado faz divisão, separação da comunhão com Deus (Is 59.2). E esta “determinado um dia em que (Deus) com justiça há de julgar o mundo” (At 17.31). Assim, Deus anuncia (hoje por intermédio da proclamação da Sua Palavra) a “todos os homens, em todo lugar, que se arrependam” (At 17.30).

1.3. A realidade e gravidade do pecado.
É preciso, pois, que a pessoa reconheça que é pecadora, está perdida e que a solução não se encontra em si própria. Assim, não compreender a doutrina do pecado é não compreender a doutrina da salvação. Os judeus, na época do ministério terreno Jesus, apesar de terem e examinarem as Escrituras, não compreenderam a gravidade do pecado. Achavam que, pelo fato de serem descendência de Abraão, automaticamente eram livres e já estava garantida a entrada no Reino de Deus. Interessante notar que este diálogo com Jesus se deu com os “judeus que criam nele” (Jo 8.30-31). Criam em Jesus, porém se a fé que diziam professar não os conduzissem ao reconhecimento de que eram pecadores e ao arrependimento, como Jesus lhes estava revelando, não poderiam ser Seus discípulos (Jo 8.30-37).

Eles não aceitavam o fato de que o ser humano, por si próprio, por causa da sua condição de pecador, é incapaz de alcançar o padrão estabelecido por Deus para a humanidade (Ec 7.29). Jesus estava lhes dizendo que precisavam de libertação (Jo 8.32, 36). Somente Jesus Cristo pode libertar o homem da escravidão do pecado. Mas a tendência do ser humano é minimizar o pecado. Assim escreveu Martins Weingaertner (diretor da Faculdade de Teologia Evangélica em Curitiba): “Sempre que, orgulhosamente, fizermos de conta que o pecado não nos afeta, descobriremos que caímos mais fundo nele”. Portanto, quanto maior a nossa compreensão da realidade e da gravidade do pecado, mais abrangente será nossa compreensão de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

2. Deus tomou a iniciativa.
É uma realidade bíblica o fato de que só conhecemos a Deus porque Ele quis se revelar. Bem como só é possível ao ser humano ter comunhão com com Ele, porque primeiro Ele se aproxima de nós e nos chama (Gn 3.9; Jo 1.14).

2.1. A manifestação da Graça.
“A graça de Deus se manifestou”, E um dos aspectos desta “tão grande salvação” é a regeneração, o novo nascimento. Pois, para Deus, espiritualmente, as pessoas que ainda não nasceram de novo estão “mortas em ofensas e pecados”, pois estão “vivendo segundo o curso deste mundo”, “fazendo a vontade da carne e dos pensamentos”, “sem Cristo” (Ef 2.1-3, 12). Nesta situação, Deus amou (Jo 3.16) e enviou Seu Filho Cristo para salvar todo aquele que nEle crer. Nós, que antes estávamos espiritualmente mortos, agora, pela regeneração, somos “participantes da natureza divina” (2Pe 1.4). Esta regeneração é gerada pela Palavra de Deus (Tg 1.18 e pelo Espírito Santo (Jo 3.5). O apóstolo Paulo assim se expressou: “...se alguém está em Cristo, nova criatura é...” (2Co 5.17).

Nossos esforços não são capazes de resolver o problema do pecado. Nossos recursos morais, intelectuais, espirituais e materiais são insuficientes: “...isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9).

2.2. A fé que salva.
É necessário crer que jesus Cristo é o enviado de deus para nossa salvação. Ele morreu na cruz pelos nossos pecados e ressuscitou ao terceiro dia. Agora, está à direita de Deus e intercede por nós (At 16.31; 1Co 15.1-4; Hb 4.14-16). O apóstolo Paulo escreveu que “todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus” (Gl 3.26). Portanto, não se trata da “fé na fé”, ou meramente intelectual ou movida por caprichos e desejos pessoais. Mas a fé que é produzida a partir do anúncio da Palavra de Deus (Rm 10.14-17). É a fé que nos move a reconhecer a verdade do Evangelho, a Pessoa de Jesus Cristo e Sua obra. É pela fé que nos apropriamos desta verdade e confessamos a Jesus Cristo.

Passamos a viver de acordo com o que cremos: interesse pela Palavra de Deus; oração; abandono do pecado; testemunho do amor de Deus; comunhão com os outros que professam a mesma fé; viver como um discípulo de Jesus Cristo (Jo 8.31; At 2.42-47; 8.4).

2.3. A obra das regeneração.
Não é bíblica a crença na bondade natural do ser humano como suficiente para produzir mudança tal que nos conduza a uma perfeição futura. Precisamos de uma intervenção divina. Sem ela não há solução para a necessidade de mudança na natureza humana. Esta mudança não se dá por reformas sociais ou pela educação. Não se dá pelo acúmulo de conhecimento, vide Nicodemos (Jo 3.10), que era mestre em Israel. Não se dá pelo batismo nas águas, vide Simão (At 8.13, 21). Mesmo após o batismo, ficar continuamente na companhia de Felipe e testemunhar os sinais e maravilhas, o seu coração não era reto diante de Deus. O batismo nas águas simboliza, mas não produz regeneração.

O evangelho de João é esclarecedor: “deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus” (Jo 1.12-13). Outra versão diz: “o direito de se tornarem filhos de Deus”. Não nos tornamos filhos de Deus por meios naturais, não por descendência humana, não pela decisão de outra pessoa, não por cumprirmos algum ritual religioso, mas pela “vontade de Deus”. O próprio Deus é o nosso Pai Celestial faz isto na vida dos que receberam Jesus Cristo, que creem nEle!
3. A participação humana.
Evidentemente que existe a participação do homem. O teólogo e escritor Agostinho disse: “Deus, que te criou sem ti, não te salvará sem ti”. No evangelho de João 3.16. encontraremos “para que todo aquele que nele crer”.

3.1. A necessidade do arrependimento.
A primeira mensagem anunciada por João Batista, registrada no evangelho de Mateus foi: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mt 3.2). Em outro texto encontramos: “...começou Jesus a pregar e a dizer: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mt 4.17). Ao término da primeira pregação, após a descida do Espírito Santo, o apóstolo Pedro disse: “Arrependei-vos...” (At 2.38). O arrependimento faz parte da resposta humana à manifestação da graça de Deus. É uma exigência que Deus faz da parte do homem. Envolve mudança leva tanto a um afastamento do pecado quanto a voltar-se para Deus.

Certa feita Billy Graham disse: “Só haverá transformação da sociedade humana se ocorrer uma mudança de dentro para fora. O homem precisa de transformação interior. A única maneira de conseguir uma reforma moral é através do arrependimento dos pecados e um retorno a Deus”. Não devemos confundir ou restringir ou isolar os seguintes aspectos do arrependimento exigido por Deus ao ser humano: tristeza; confessar; reconhecer; prometer mudar; chorar; infligir autopenitencia. Não se restringe, ainda, a uma simples mudança de hábito. Trata-se de uma mudança interior, da mente, que conduz a mudança de atitude. O evangelista Carlos Finney assim definiu : “Mudança de atitude e mudança da vontade, envolvendo tristeza, segundo Deus, e a forte resolução de nunca mais praticar aquilo que antes praticava”, Assim, a mudança é constituída de três elementos: intelectual, emocional e prático. Um exemplo bem prático desta doutrina são as ações de Judas e Pedro em relação ao reconhecimento de seus pecados. Judas ficou triste, reconheceu e trilhou o caminho da autodestruição (Mt 27.3-5). Enquanto Pedro, após negar, “lembrou-se das palavras de Jesus” (Mt 26.75). chorou, reconheceu, quis encontrar-se com Jesus (Jo 20.2-6), arrependeu-se e retornou à comunhão com o Senhor (Jo 21).

3.2. A necessidade da submissão.
A vida do discipulado envolve valores e atitudes tão contrárias ao mundo, tão diferentes do que vive a geração incrédula e corrompida, que só é possível pelo poder do Espírito Santo em nós. Pela ação sobrenatural da Palavra de Deus em nós. Em constante e progressiva comunhão com Jesus Cristo, a videira verdadeira. É a segunda ação da graça que se manifestou, primeiro para salvar, e depois, “ensinando-nos” (Tt 2.11-12). Qual o ensino? É preciso renúncia para viver neste “presente século sóbria, e justa, e piamente”. É o viver do discípulo de Jesus Cristo enquanto estiver debaixo do sol.

O Senhor Jesus está procurando aqueles que assim querem viver. Para tanto, é necessário que lhe deem o primeiro lugar em suas vidas. O pregador inglês H. A. Evans Hopkins assim se expressou: “Procura hoje, como sempre o fez, não multidões que sigam Suas pegadas sem objetivo, só porque se deixaram levar pela corrente, mas procura individualmente homens e mulheres cuja imorredoura adesão provem do fato de reconhecerem que Ele quer para si aqueles que estão prontos para seguir o caminho da renúncia que Ele trilhou antes deles”.

3.3. A permanente batalha espiritual.
É evidente que, após o novo nascimento, a fé, o arrependimento, a libertação do poder do pecado e passarmos a viver como discípulos de Jesus, há uma constante batalha: “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis” (Gl 5.17). Esta batalha somente encerrará quando ocorrer a glorificação, considerada, na soteriologia (estudo da salvação), como o último aspecto da salvação, a consumação da redenção do discípulo de Jesus. Após o novo nascimento, somos livres da obrigatoriedade de viver em pecado, ou seja, o pecado não é mais o nosso senhor, pois Cristo nos liberta do poder do pecado (Jo 8.34-35).

Vivenciamos, a cada dia, a possibilidade de pecar, pois ainda estamos na carne. Por isso precisamos estar em vigilância e oração. Porém, um dia, seremos transformados (1Co 15.52), o que é corruptível se revestirá da incorruptibilidade e o que é mortal se revestirá da imortalidade (1Co 15.53). Este dia será “quando ele se manifestar, seremos semelhante a ele; porque assim como é o veremos” (1Jo 3.2). Então seremos livres, também, da possibilidade de pecar (Ap 21.7, 27; 3, 14).

Conclusão.
Assim é o início da caminhada cristã. A pessoa ouve a mensagem do Evangelho, o Espírito Santo age e ela reconhece que Jesus Cristo é o Salvador. A partir daí se submete ao Seu senhorio. É uma nova criatura. Nascida de novo, a pessoa agora pode viver a vida do discipulado.

Questionário.
1. Qual é a condição para ver e entrar no Reino de Deus?
R: Nascer de novo (Jo 3.3, 5).


2. O que o batismo nas águas não produz?
R: Regeneração (At 8.13, 21).


3. Qual foi a primeira mensagem anunciada por João Batista?
R: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mt 3.2).


4. Do que o arrependimento faz parte?
R: Da resposta humana a manifestação da ação da graça de Deus (Mt 4.17).


5. Quem nos liberta do poder do pecado?
R: Jesus Cristo (Jo 8.34-35).






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Revista Adultos - 3º Trimestre de 2017 - Tema: Evangelismo, missões e discipulado:“A tarefa primordial da igreja” - Betel


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Fonte: Revista de Escola Bíblica Dominical, Betel,

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