3 de junho de 2017

ELISEU E O EXÉRCITO SÍRIO

E o rei da Síria fazia guerra a Israel; e consultou com os seus servos, dizendo: Em tal e tal lugar estará o meu acampamento. Mas o homem de Deus enviou ao rei de Israel, dizendo: Guarda-te de passares por tal lugar; porque os sírios desceram ali. Por isso o rei de Israel enviou àquele lugar, de que o homem de Deus lhe dissera, e de que o tinha avisado, e se guardou ali, não uma nem duas vezes. Então se turbou com este incidente o coração do rei da Síria, chamou os seus servos, e lhes disse: Não me fareis saber quem dos nossos é pelo rei de Israel? E disse um dos servos: Não, ó rei meu senhor; mas o profeta Eliseu, que está em Israel, faz saber ao rei de Israel as palavras que tu falas no teu quarto de dormir. E ele disse: Vai, e vê onde ele está, para que envie, e mande trazê-lo. E fizeram-lhe saber, dizendo: Eis que está em Dotã. Então enviou para lá cavalos, e carros, e um grande exército, os quais chegaram de noite, e cercaram a cidade. E o servo do homem de Deus se levantou muito cedo e saiu, e eis que um exército tinha cercado a cidade com cavalos e carros; então o seu servo lhe disse: Ai, meu senhor! Que faremos?

E ele disse: Não temas; porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles. E orou Eliseu, e disse: Senhor, peço-te que lhe abras os olhos, para que veja. E o Senhor abriu os olhos do moço, e viu; e eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu. E, como desceram a ele, Eliseu orou ao Senhor e disse: Fere, peço-te, esta gente de cegueira. E feriu-a de cegueira, conforme a palavra de Eliseu. Então Eliseu lhes disse: Não é este o caminho, nem é esta a cidade; segui-me, e guiar-vos-ei ao homem que buscais. E os guiou a Samaria.E sucedeu que, chegando eles a Samaria, disse Eliseu: Ó Senhor, abre a estes os olhos para que vejam. O Senhor lhes abriu os olhos, para que vissem, e eis que estavam no meio de Samaria. E, quando o rei de Israel os viu, disse a Eliseu: Feri-los-ei, feri-los-ei, meu pai? Mas ele disse: Não os ferirás; feririas tu os que tomasses prisioneiros com a tua espada e com o teu arco. Põe-lhes diante pão e água, para que comam e bebam, e se vão para seu senhor. E apresentou-lhes um grande banquete, e comeram e beberam; e os despediu e foram para seu senhor; e não entraram mais tropas de sírios na terra de Israel” (2 Reis 6.8-23).

EXPOSIÇÃO DO TEXTO: durante muito tempo, israelitas e sírios viveram em guerra. O rei da Síria traçava planos, mas suas intenções eram reveladas por Deus a Eliseu. O profeta avisava o rei de Israel, que cria na revelação e era preservado mediante a obediência. Fica evidente no texto a onipresença e a onisciência de Deus pelo fato de revelar ao profeta o que o rei sírio falava em seus aposentos. Não podendo atingir o rei de Israel, o inimigo decidiu destruir Eliseu. O profeta encontrava-se em aparente desvantagem. O rei sírio possuía um grande exército, com soldados, carros e cavalos. Eliseu não tinha tais recursos. Além do poderio militar, o inimigo definiu estratégias: atacar durante a noite e cercar a cidade, de modo que Eliseu ficasse sem saída. O discípulo do profeta, usando sua visão natural, ficou desesperado, mas Eliseu permaneceu tranquilo, pois via o exército do Senhor. Embora não parecesse, Eliseu tinha uma arma: a oração, e contava com inúmeros anjos ao seu redor. Deus atendeu ao pedido de Eliseu e cegou todos aqueles soldados sírios. O profeta poderia tê-los matado ou orado a Deus nesse sentido, mas, ao contrário, ofereceu-lhes um banquete. Depois disso, Israel viveu um tempo de paz.

DISCUSSÃO:

1- Quais são as suas armas na luta contra Satanás?

2- Você está travando uma batalha espiritual contra os demônios ou lutando contra pessoas que você deveria amar?

OBJETIVO: atuar com eficácia na guerra espiritual entre os reinos da luz e das trevas, fazendo distinção entre os inimigos espirituais e os seres humanos por eles usados.

CONTEXTO: a Bíblia nos fala de uma guerra constante entre o reino das trevas e o reino da luz. Nós, como soldados de Cristo, participamos desse conflito espiritual. Para nos proteger da destruição, o Senhor nos diz: “Não vá por este caminho, pois o inimigo vai feri-lo”. Muitos insistem e sofrem as consequências. Se não crermos nos avisos da Palavra do Senhor ou não obedecermos, seremos feridos por Satanás. O texto se refere a dois momentos no conflito com o inimigo. O primeiro é à distância; o segundo é bem próximo. O primeiro é a “guerra da informação”, do conhecimento, mas o encontro é inevitável. É preciso estar preparado. Na primeira fase, sem confronto, o livramento foi obra exclusiva de Deus. Na segunda, Deus agiu também, mas Eliseu precisou tomar algumas atitudes práticas. Queremos que Deus mantenha o inimigo bem longe de nós, mas o desafio da sua aproximação, seja em forma de tentação ou perseguição (não por nossa culpa ou iniciativa), torna-se oportunidade de crescimento, experiência e milagres mediante a intervenção divina. Eliseu era o líder experiente. O moço era o liderado imaturo. Diante da ameaça, o discípulo gritou “Ah, meu pai, o que faremos”? Eliseu tinha a resposta para o jovem. As novas gerações esperam por respostas daqueles que caminham há mais tempo com o Senhor. O próprio Eliseu não era a solução. Suas orações demonstravam sua dependência do Senhor. Da mesma forma, os líderes cristãos não são mediadores nem gurus. Deus é o personagem principal dessa história. Eliseu foi perseguido sem culpa, mas não murmurou. Obviamente, contrário à nossa consolidação espiritual, o inimigo se manifesta para nos desestabilizar com sua presença, ameaças e ataques. A Síria queria se apropriar da terra que Deus deu a Israel, assim como Satanás deseja nos privar dos nossos direitos espirituais em Cristo. Como preparar-se para o confronto? Investindo no relacionamento com Deus. Entretanto, precisamos diferenciar o príncipe das trevas, Satanás, dos seres humanos que agem como seus soldados. A estes não devemos combater, mas vencê-los com a estratégia do amor. Como disse Paulo: “Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber” (Rm12.20). Foi o que Eliseu fez.

CONCLUSÃO: precisamos pedir ao Senhor que nos dê a visão da dimensão espiritual que nos cerca, de modo que não fiquemos abalados por fatores naturais. Devemos reconhecer e assumir nossa condição de soldados de Cristo, sabendo que a nossa vitória vem do Senhor, embora dependa também da nossa atitude e fé.

APLICAÇÃO: ore por aqueles que o inimigo tem usado contra a sua vida. Se puder ajudá-los em suas necessidades, faça isso.
Foto: pixabay.com
 Pr. Anisio  Renato

Nenhum comentário:

Postar um comentário