24 de maio de 2016

Slides: Lição 9 - A Nova Vida em Cristo - Adultos









TEXTO ÁUREO
"Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional". (Rm 12.1)


VERDADE PRÁTICA
A nova vida em Cristo consiste em viver fervorosamente a vitória da cruz.



INTRODUÇÃO
A conexão entre tudo o que Paulo escreveu anteriormente (capítulos 1 a 11) e o capítulo 12 de Romanos é feita por intermédio do uso da partícula grega oun, traduzida em português como portanto, pois. Nesse contexto, o uso dessa partícula pode se referir a tudo aquilo que o apóstolo havia escrito anteriormente ou pode também se referir àquilo que ele escreveu na seção que compreende somente os capítulos 9 a 11. O fato é que esse texto não está fora de lugar. Paulo havia tratado em detalhes sobre a justificação pela fé e como Deus, em sua soberania, tratou com os gentios e judeus nesse processo. Agora ele quer que os crentes tomem consciência de que tudo isso tem implicações práticas na nova vida em Cristo.

I - EM RELAÇÃO À MORDOMIA DA ADORAÇÃO CRISTÃ (Rm 12.1,2)


1. Uma exortação em forma de apelo. "Rogo-vos", conforme aparece na versão Almeida Revista e Corrigida, traduz o verbo grego parakaleo. Essa palavra tem, no original, o sentido de admoestar, encorajar e exortar. Os léxicos destacam que esse termo era usado no contexto militar quando um oficial queria exortar as tropas. As palavras introdutórias de Paulo são, portanto, um apelo exortativo. Os crentes deveriam levar em conta tudo o que ele havia ensinado até então e procurarem se ajustar à nova vida em Cristo. As doutrinas bíblicas, mesmo aquelas mais complexas, não devem promover apenas especulações teológicas, mas fomentar no crente a piedade cristã.


2. Uma palavra concernente ao corpo. O apóstolo solicita aos crentes romanos [...] "que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional" (Rm 12.1). Três coisas são ditas aqui sobre o corpo como instrumento de adoração. Em primeiro lugar, o corpo deve ser oferecido em sacrifício. A palavra grega usada aqui pelo apóstolo é thüsia, que significa sacrifício ou oferta. O paralelo é feito com o sistema de sacrifícios levítico do Antigo Testamento. Em segundo lugar, esse sacrifício, ao contrário daquele da Antiga Aliança, deve ser apresentado vivo e não morto. Em terceiro lugar, esse sacrifício deve ser santo. A ideia de algo que foi separado exclusivamente para o serviço de Deus. Assim fazendo, o crente terá a garantia que estará agradando a Deus na sua adoração.


3. Uma palavra concernente à mente. Assim como o nosso corpo deve ser ofertado em sacrifício vivo a Deus, da mesma forma a nossa mente também precisa ser (Rm 12.2). . Essa transformação, como mostra o original metamorphousthe, de onde vem o vocábulo metamorfose, significa ser transformado em nossa mais profunda natureza interior.


II - EM RELAÇÃO À MORDOMIA DO EXERCÍCIO DOS DONS (Rm 12.3-8)


1. Exercitá-los com moderação e humildade. A palavra dons (gr. charismata) que aparece no versículo 6, é a mesma palavra usada por Paulo em 1 Coríntios 12.4 em referência aos dons espirituais. O mesmo amor de 1 Coríntios 13, que regulamentou o uso dos dons, deve ser aqui praticado. Paulo já havia falado muito sobre a graça (gr. charis) e é em nome dessa graça, que a ele foi dada, que pede moderação e humildade na mordomia dos dons espirituais. Ninguém que exercitasse os dons espirituais deveria achar que era alguma coisa independente da graça. É exatamente isso o que significa o vocábulo grego yperphroneo, traduzido aqui como "pensar de si mesmo além do que convém".


2. Exercitá-los respeitando sua diversidade. Paulo lembra aos romanos que a moderação e a humildade são indispensáveis no exercício dos dons. Ele também os faz recordar que Deus não quer exclusivismo no exercício dos dons (Rm 12.4). A individualidade deve ser respeitada, porque o Espírito usa pessoas, mas o individualismo deve ser rejeitado. Os dons são diversos, assim como diversos são os membros do corpo (Rm 12.5). Não existe um corpo formado somente por um membro, da mesma forma o Senhor não quer que os dons operem através de uma única pessoa (Rm 12.6). Todos têm seu lugar no corpo de Cristo.


3. Exercitá-los com esmero e regularidade. Paulo escreve aqui no contexto de uma igreja local, e não tem a preocupação de separar os dons espirituais dos dons ministeriais. Aqui, os crentes, quer sejam leigos quer sejam clérigos, são convidados à prática dos dons espirituais (Rm 12.6-8). Os dons, portanto, devem ser exercidos com dedicação e regularidade. Eles são dádivas de Deus e precisam ser desempenhados no contexto da igreja.


III - EM RELAÇÃO À MORDOMIA DA PRÁTICA DAS VIRTUDES CRISTÃS (Rm 12.9-21)


1. Exercitar o amor. Socialmente a palavra amor está muito desgastada e quase sempre é associada apenas a sentimentos. Todavia, não é esse o significado de ágape no Novo Testamento. O amor cristão é algo que brota de dentro, do caráter de uma pessoa regenerada e passa a moldar o seu comportamento (Rm 12.9,10). Dessa forma, o amor jamais pode ser algo fingido, isto é, praticado com hipocrisia. Ele é algo autêntico. Vê o outro antes de si mesmo.


2. Exercitar o serviço cristão. Paulo aconselha os crentes em Roma a viverem a vida cristã com intensidade. Nada de apatia ou vagarosidade: "Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor" (Rm 12.11). A palavra vagarosos traduz o termo grego okneros, que possui também o sentido de preguiçoso, descuidado e indolente. Ser fervoroso não significa ser fanático, mas ser alcançado pela graça e andar segundo ela. A expressão "no espírito" tanto pode estar no caso locativo grego, significando nosso espírito humano, como no instrumental, se referindo ao Espírito Santo. Independentemente do caso que Paulo tenha usado, o sentido é do Espírito Santo incendiando a vida do cristão fervoroso.


3. Exercitar a resistência ao mal. Fechando essa seção, o apóstolo aconselha: "Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem" (Rm 12.21). Em Romanos, encontramos o apóstolo Paulo se referindo ao mal (gr. kakos) quatorze vezes. Em Romanos 7.19,21, ele apresentou esse mal como sendo sinônimo da natureza adâmica pecaminosa e má, que quer conduzir o crente a fazer aquilo que ele desaprova. Essa é a razão da guerra interior. Em Atos 16.28 Paulo fala desse mal como um dano irreparável que uma pessoa pode causar a si mesma. Aqui esse mal aparece como uma força oposta ao bem, que procura impedir o viver cristão vitorioso. A recomendação bíblica é: "vença o mal com o bem".


CONCLUSÃO



Nesta lição aprendemos que o capítulo 12 de Romanos forma um conjunto de exortações a respeito do viver a nova vida em Cristo. Como observamos, essas exortações estão relacionadas a vários aspectos do viver cristão e envolvem a mordomia da adoração cristã, onde é mostrado o valor do corpo e da mente no serviço de Deus. Atenção é dada à mordomia dos dons espirituais, onde Paulo combate a apatia e o individualismo. A Igreja é o corpo de Cristo e como corpo ela deve viver. Por último o apóstolo exorta a respeito do exercício das virtudes cristãs, destacando a prática do viver cristão vitorioso.


Elaboração dos slides:  Pastor Ismael Pereira de Oliveira. 

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