É provável que 2016 termine com o título de ano recordista de calor, estabelecendo novos parâmetros para a temperatura global na história moderna, disseram cientistas americanos na quinta-feira.
Especialistas revelaram suas previsões um dia após a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos anunciar que um novo recorde de temperatura global foi estabelecido em abril, pelo 12º mês consecutivo.
A NOAA também disse que os primeiros quatro meses de 2016 foram os mais quentes desde que se começou a registrar as temperaturas, em 1880, com 1,4 grau Celsius acima da média do século XX, de 13,7º C.
Especialistas acreditam que nem mesmo a chegada, nos próximos meses, do fenômeno La Niña, tendência equatorial de resfriamento do Oceano Pacífico, deve ser suficiente para deixar a média de 2016 abaixo da de 2015, disse Jake Crouch, cientista do clima da NOAA.
"Estamos tão acima de 2015 que 2016 provavelmente vai ser o novo recordista em termos de ano mais quente", disse Crouch a repórteres durante uma videoconferência.
"É um pouco cedo para eu definir um percentual do quanto isso é provável. Eu sei que alguns colegas já fizeram isso", advertiu.
No Instituto Goddard para Estudos Espaciais da NASA, o cientista do clima Gavin Schmidt sugeriu que essa probabilidade é de 99%, de acordo com a sua página no Twitter.
O fenômeno climático El Niño, que aquece as águas equatoriais do Pacífico, tem impulsionado a tendência de longo prazo causada pelo aumento da emissão de gases do efeito estufa a partir da queima de combustíveis fósseis.
Os últimos quatro meses foram mais quentes do que o mesmo período em 2015, e também mais quentes do que em 1998 - quando foi observada uma intensidade similar do El Niño, disse a NOAA.
"Durante os anos de El Niño, a temperatura global tende a ser mais quente do que o normal", disse Crouch. "Então nós temos uma tendência de aquecimento de longo prazo, e quando somamos a isso o El Niño, ele tende a empurrar a temperatura para níveis extremamente altos".
O El Niño tem sido particularmente forte em 2015 e na primeira parte de 2016.
Fonte: AFP.
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