Lula disse a Moro que Palocci é “frio, calculista e simulador”
O ex-presidente Lula disse nesta quarta-feira (13) em depoimento ao juiz Sergio Moro que sua relação com a Odebrecht era a mesma que ele tinha com todo o empresariado brasileiro e negou que tenha recebido propina da empresa. O segundo depoimento a Moro faz parte da ação penal em que Lula é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro supostamente por ter recebido recursos da empreiteira. Lula ainda comentou as acusações feitas por Palocci.
Moro também ouviu o ex-assessor de Antonio Palocci, Branislav Kontic, na audiência desta quarta.
Logo após cerca de duas horas de depoimento, Lula discursou para manifestantes que o apoiavam em Curitiba e afirmou: ‘Se a elite tem medo que eu me candidate, pode ficar’.
Odebrecht
Lula afirmou que Emílio Odebrecht era tratado como um grande empresário assim como os executivos da Camargo Corrêa, da OAS, do Pão de Açúcar, da indústria automobilística e do setor de etanol.
Questionado se Emilio levava às reuniões pedidos de interesse do grupo, Lula respondeu que as pautas dos encontros eram relativas ao “desenvolvimento do Brasil”, no que os assuntos da Petrobras estavam incluídos.
Durante a audiência, o Ministério Público Federal ainda apresentou uma pauta de reunião de Emílio com Lula, que foi entregue à investigação. A reunião teria ocorrido no dia 30 de dezembro de 2010, no Palácio do Planalto.
No documento, o primeiro item da pauta é a “‘Passagem’ do histórico de parceria” – o que seria uma referência à troca de governo, de Lula para Dilma, e ao acerto ilícito feito com o intermédio de Palocci.
Na mesma agenda, ainda são listados, debaixo do título “Com ele”, os itens: “Estádio Corinthians, Obras Sítio, 1ª Palestra Angola e Instituto”.
O petista disse que o documento é falso e “uma mentira”. E ainda fez críticas à atuação da Polícia Federal e do MP e disse ver com “desconfiança” determinadas operações.
Delação de Palocci
Em pouco menos de duas horas de depoimento ao juiz Sergio Moro, o ex-presidente Lula chamou o ex-ministro Antonio Palocci de “calculista, frio e simulador”, e negou que tenha feito qualquer tipo de acerto ilícito com a empreiteira Odebrecht.
“Se ele (Palocci) fosse um objeto, seria um simulador”, afirmou.
O ex-ministro da Fazenda afirmou em delação que Lula avalizou um “pacto de sangue” com a Odebrecht, com o pagamento de R$ 300 milhões em vantagens indevidas em troca de manter o protagonismo da empreiteira no governo. O terreno ao instituto estaria incluído nesse valor.
Nesta ação, Lula é acusado de se beneficiar de vantagens indevidas pagas pela empreiteira Odebrecht – incluindo a compra de um terreno que seria destinado ao Instituto Lula, e cuja negociação teria sido intermediada por Palocci.
Lula respondeu que Palocci nem sequer era responsável por assuntos do Instituto Lula (o que caberia ao seu presidente Paulo Okamotto), e afirmou que só se encontrava com o ex-ministro, depois de sua saída do governo, “de oito em oito meses”.
Ato político
Ao deixar a sede da Justiça Federal em Curitiba pouco antes das 16h30, de carro, sem falar com a imprensa Lula foi vaiado por moradores. “Lula ladrão, seu lugar é na prisão”, cantavam.
O petista discursou por pouco mais de 10 minutos no centro de Curitiba, na na Praça Generoso Marques. A fala foi em tom de enfrentamento com os seus críticos e de reiteração de sua candidatura à Presidência da República em 2018. “Se a elite tem medo que eu me candidate, é bom eles ficarem. Porque eu vou”, disse.
Fonte: Estadão, Notícias ao Minuto e Veja
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