7 de setembro de 2016

Noticia: Por que razão Japão e Rússia de súbito decidem se aproximar?

Os passos mais recentes dados pelo primeiro-ministro nipônico, Shinzo Abe, mostram que o Japão aposta em reforçar a cooperação com a Rússia. O jornal Asia Times analisa as razões que empurraram Abe a estreitar os laços com Moscou.

"Depois do fim da Guerra Fria e, apesar da complementaridade das economias da Rússia e do Japão, bem como dos seus interesses e comuns e problemas do Extremo Oriente, o fim de antipatia mútua permanecia <…> ilusória", diz-se na matéria.

Entretanto, no mês passado Abe deu uma série de passos importantes para a aproximação entre Moscou e Tóquio. Primeiro, criou o novo Ministério para Assuntos da Cooperação Econômica com a Rússia, encabeçado pelo ministro Hiroshige Seko. Segundo, nomeou o seu irmão, Nobuo Kishi, como ministro das Relações Exteriores responsável pelos contatos com a Rússia. Terceiro, lançou uma campanha na mídia local sobre a prontidão de Tóquio de participar de grandes projetos econômicos apesar do impasse na questão das Ilhas Curilhas.

Ao mesmo tempo, nota o Asia Times, a base da cooperação econômica agora deve partir do princípio de que a Rússia não pode e não irá desistir da sua posição na disputa territorial. Um dia antes do encontro com Abe, o líder russo Vladimir Putin esclareceu que Moscou "não vende seus territórios", mas quer encontrar uma solução para o problema.

Além de relações econômicas, Abe decidiu intensificar relações com Moscou por causa das condições geopolíticas desfavoráveis a Tóquio.

"A tensão crescente nas relações entre a Rússia e os EUA levou Moscou começar a construir uma nova base marítima militar na ilha de Matua, nas ilhas Curilhas. Embora Matua não seja reclamada pelo Japão, este fato tem uma importância estratégica e militar, tendo em conta que ali será deslocado um aeródromo para os aviões estratégicos Tu-22M3, capazes de levar mísseis de cruzeiro de longo alcance, bem como a hipótese de instalar submarinos equipados com mísseis", diz-se no texto.

Entre outros fatores indicados pelo Asia Times está a ascensão econômica e militar da China, os laços reforçados sino-russos, as divergências sino-americanas, as tensões no Extremo Oriente, a controversa influência dos EUA na Ásia-Pacífico.

No meio de tudo isso, o apelo de Abe para acabar com esta "situação pouco normal" significa que a Rússia "pode vencer o jogo de pôquer com os EUA" e que "a política de isolamento da Rússia promovida por Washington falhou".
Fonte: Sputnik.


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