30 de setembro de 2016

Noticia: Com ‘desculpas’, Panamá resiste em dividir dados com a Lava Jato

Segundo apurações do Blog de Matheus Leitão, os investigadores brasileiros consideraram a resposta do Ministério Público do Panamá uma “desculpa esfarrapada”

Uma reunião entre procuradores brasileiros e panamenhos, na sede da Procuradoria Geral da República (PGR), em Brasília, para tratar da Lava Jato terminou sem acordo nesta semana. O encontro foi classificado pelos investigadores do Brasil como mais uma decepção em relação ao compartilhamento de informações por parte de autoridades do país da América Central considerado um paraíso fiscal. A informação é do Blog de Matheus Leitão no ‘G1′.

Segundo o Blog apurou, os procuradores panamenhos vieram ao Brasil para resolver um impasse em torno de um pedido de compartilhamento pendente há mais de um ano e meio: a quebra de sigilo da conta de uma instituição bancária, requisitada pela Operação Lava Jato. Contudo, a reunião não teve um resultado positivo.

Na visão dos procuradores da República brasileiros, o Panamá seria obrigado a cooperar com os investigadores do Brasil em razão de dois tratados multilaterais e um bilateral.

Os integrantes da PGR, entretanto, reclamam que os colegas panamenhos têm apresentado desculpas injustificadas para não cumprir o pedido, avaliado como “claro e específico”.

Segundo um integrante do Ministério Público, os procuradores do Panamá não vieram a Brasília com o propósito de colaborar, mas de se justificar e tentar passar a imagem de que o país da América Central está cooperando.

De 120 pedidos para vários países relacionados à Lava Jato, a operação só teve problema com esse do Panamá, segundo informado ao Blog.

Os procuradores panamenhos chegaram ao Brasil sem agendar previamente uma audiência com as autoridades brasileiras. De qualquer forma, foram recebidas na sede da PGR no meio desta semana. Os panamenhos também pretendem se reunir com os procuradores da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.

O encontro na capital paranaense também não deve prosperar. Em Brasilia, as autoridades do paraíso fiscal não apresentaram nenhuma informação adicional, nem documentos. Eles apenas reiteraram que precisam de pedidos mais detalhados para não ferir o direito de terceiros beneficiados com depósitos da conta.

Os investigadores brasileiros consideraram a resposta uma “desculpa esfarrapada”.
Fonte: G1


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