“...e pestes...” Mateus 24:7
Número de sul-sudaneses que fugiu para países vizinhos subiu para 900 mil; OMS alerta para casos de cólera, sarampo, malária e desnutrição; centro que trata cólera na capital precisa de pelo menos 100 camas para cuidar dos pacientes.
A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, anunciou nesta terça-feira que o número de sul-sudaneses que fugiram para o vizinho Uganda nos últimos 10 dias dobrou.
No mesmo dia, a Organização Mundial da Saúde, OMS, alertou que o Sudão do Sul está enfrentando uma combinação de conflito e ameaças à saúde com os casos de cólera, sarampo e malária.
Refugiados
Mais de 52 mil pessoas entraram em território ugandês desde a eclosão da violência há três semanas.
Desde dezembro de 2013, países vizinhos abrigam cerca de 900 mil sul-sudaneses.
Cólera
A OMS confirmou 586 casos de cólera e 21 mortes ocorridas até 30 de julho no país. O alto número de óbitos no atual surto é associado a problemas de acesso aos cuidados de saúde.
A maioria dos casos da doença foi registrada em Juba, onde são admitidos 35 novos pacientes por dia. Cerca de 30% das unidades de saúde da cidade não funcionam.
Tratamento
O Centro de Tratamento de Cólera, instalado no Hospital Escola de Juba, precisa de pelo menos 100 camas para a resposta à doença.
Equipes de resposta rápida investigam novos alertas da doença na capital e em mais quatro cidades. No local de proteção de civis da Missão da ONU no Sudão do Sul, Unmiss, está acontecendo uma campanha para vacinar mais de 14 mil pessoas.
Rádio
A OMS forneceu remédios essenciais e suprimentos que incluem kits com equipamento cirúrgico, tendas e testes para a malária e cólera.
A agência atua ainda em parceria com o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, e autoridades de saúde numa campanha de sensibilização que inclui mensagens de rádio.
O risco de propagação de doenças é uma grande preocupação com a chegada das chuvas. Estimativas são de que suba o número de casos de malária e doenças transmitidas pela água.
Desnutrição
Desde junho, o Sudão do Sul registrou mais de 3,3 mil casos de malária nos estados de Wau e Bahr El Ghazal.
Em meados de julho, foram registrados mais de 1,5 mil casos suspeitos de sarampo e pelo menos 17 mortes.
Os problemas de saúde incluem ainda a "precária situação nutricional" no país, onde cerca de 600 mil crianças com menos de cinco sofrem de desnutrição aguda.
A maioria dos pacientes foi diagnosticada em acampamentos para deslocados internos, onde as famílias vivem em condições de superlotação e muitas crianças estão desnutridas.
Até o momento, a OMS recebeu 25% dos US$ 17,5 milhões necessários para a sua ações no Sudão do Sul.
Fonte: Rádio ONU.
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