9 de agosto de 2016

Noticia: Cara a cara com Cunha delator confirma pagamento de propina

O delator Júlio Camargo confirmou nesta segunda-feira (8), diante do deputado federal afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que, num primeiro momento, negou que o ex-presidente da Câmara fosse o beneficiário de propina de um contrato para fornecimento de navio-sonda para a Petrobras por medo de retaliação. A declaração foi feita durante audiência, que durou mais de cinco horas, de uma das ações em que Cunha é réu no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segunda matéria do ‘O Globo’, o depoimento de Camargo foi prestado na sede da Justiça Federal em São Paulo a portas fechadas. Cunha não falou, apenas exerceu o direito de acompanhar a audiência. De acordo com um procurador que presenciou o depoimento, o delator afirmou que temia que o ex-presidente da Câmara prejudicasse seus negócios e também os seus familiares no “campo social”.

Ao juiz, o delator reafirmou que intermediou o pagamento de US$ 5 milhões ao deputado, com recursos oriundos de um contrato de fornecimento de navio-sonda para a Petrobras. Essa foi a primeira ação em que Cunha se tornou réu.

Parte do dinheiro, cerca de R$ 300 mil, foi paga com a locação de aviões particulares para servir a Cunha. Para provar, Camargo entregou à força-tarefa da Lava Jato três notas fiscais do pagamento feito. Por isso, a audiência de também serviria para ouvir o empresário Ricardo Gobbetti, sócio da Global Táxi Aéreo, empresa que cedeu os aviões para Camargo repassar a Eduardo Cunha.

Antes do início da oitiva de Júlio Camargo, os advogados de Cunha também tentaram cancelar o depoimento, como já haviam feito em audiências da mesma ação em Brasília, Curitiba, Salvador e Rio. Para o ex-presidente da Câmara, o juiz instrutor Paulo Marcos de Farias não poderia ter agendado o depoimentos de testemunhas durante o recesso do Judiciário, e antes da conclusão da produção de provas pedidas por Cunha. O juiz Farias voltou a negar o pedido dos advogados do peemedebista.

Frente a frente com outros delatores

No dia 1o de agosto, em audiência do mesmo processo no Rio, Cunha já tinha ficado frente a frente com outros três delatores: os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró e o lobista Fernando Baiano.

Na ocasião, os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró disseram que confirmaram ao juiz tudo o que já tinham afirmado nas delações premiadas sobre o pagamento da propina a Eduardo Cunha, e que não acrescentaram nada de novo. O advogado de Fernando Baiano, Sérgio Riera, disse que ele narrou “toda a articulação, como foi feita a cobrança e o pagamento (de propina)”.
Fonte: O Globo


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