Condições para seguir a Jesus de modo autêntico, Mt 8.18-22
(Lc 9.57-60)
18-20 Vendo Jesus muita gente ao seu redor, ordenou que passassem para a outra margem. Então, aproximando-se dele um escriba, disse-lhe: Mestre, seguir-te-ei para onde quer que fores. Mas Jesus lhe respondeu: As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.
Os breves acontecimentos que se seguem nos v. 18-22, entre Jesus e dois homens que queriam segui-lo, perfazem um colossal contraste com os relatos de milagres anteriores. Nas três narrativas de grandes milagres (cura do leproso, do criado do centurião, da sogra de Pedro) Jesus aparece como quem presenteia a riqueza do amor auxiliador de Deus a partir da abundante plenitude da força do alto.
Nos v. 18-20 Jesus se mostra como aquele que pessoalmente não possui nada e não deseja nada para si. De antemão são rejeitados, nos acontecimentos seguintes, toda busca de sensacionalismo e sonhos de felicidade, toda supervalorização da saúde e do conforto, tudo aquilo que facilmente se pode pendurar na atividade de milagres. No Senhor estão interligadas a transbordante riqueza da graça curadora e a pobreza que renuncia a tudo. O Senhor, o Filho de Deus, poderoso em ações e palavras, é ao mesmo tempo o servo, o homem, que nada exige para si, mas migra pela terra como um sem teto, sem pátria e desprezado. Jesus consegue ser cheio de autoridade e poder somente quando, pobre e impotente, renuncia a tudo que é seu, quando não tem nada e nada deseja para si.
Das palavras do v. 21: “outro dos discípulos”, pode-se concluir talvez que o escriba no v. 19 já tinha seguido Jesus por algum tempo como ouvinte assíduo. Atingido pela autoridade de seus discursos e atos milagrosos, queria de agora em diante aderir ao Senhor para sempre. Com liberdade e sinceridade ele o declara ao Senhor: Mestre, quero seguir-te para onde quer que vás. Isso é um testemunho corajoso. É o único escriba que falou assim para Jesus. O próprio Nicodemos veio somente à noite e achegou-se com perguntas e dúvidas. Esse se apresenta de dia, e sua palavra é um testemunho aberto. O escriba, o teólogo, encontra em Jesus a coroação de toda a teologia, reconhece em Jesus o maior de todos os teólogos, equipado com a autoridade do discurso divino e com a autoridade das ações divinas. É esse quem ele deseja seguir daqui em diante, onde quer que o Senhor vá, para experimentar a cada dia e cada hora a grandiosidade de seus discursos e seus feitos, e neles se regozijar e edificar.
Mas surpreende-nos que Jesus não aceitou entre os seus discípulos esse homem, um “especialista do ramo”, esse teólogo entusiasmado que, ao contrário dos seus colegas, não era um adversário do Senhor, mas o seguia com júbilo. Surpreende-nos que Jesus não disse sim à beatificante proposta do escriba, que soa tão magnificamente: “Professor, quero seguir o senhor para onde quer (sempre) que vá”. Como é grandiosa essa última parte: “sempre para onde quer que vá”! Essa palavra não atesta uma disposição extraordinária de entregar tudo? E mesmo assim?! Jesus conhecia o coração do escriba melhor que ele próprio. Para poder seguir a Jesus não basta uma disposição que provém do entusiasmo. Jesus exige mais (cf. o comentário sobre 16.24s).
Em Jesus, perdeu toda razão de ser, perdeu sentido e finalidade, a pergunta por entusiasmo e satisfação inebriante, a pergunta pela realização de ideais inteligentes, a pergunta por importância, reconhecimento e bem-estar.
Contudo, enquanto houver pessoas para as quais seguir a Cristo e obedecer incondicional e rigorosamente a suas exigências é mais importante que o mundo inteiro, esse discipulado encerra em si uma força incomparável, que não tem igual em toda a história dos povos e do mundo.
O escriba desse episódio vive em elevados e belos pensamentos e acredita que em Jesus encontrará a perfeição deles. Jesus, porém, vive no trabalho doloroso: “Tomou sobre si nossas fraquezas e carregou as nossas enfermidades” (cf. v. 17). Diante dele estende-se um grande reino de sofrimentos que ele precisa cruzar, de um lado ao outro. Comparece onde há pessoas sem paz, precisa chegar onde há lamento. Quando concedeu a paz a um e secou as lágrimas do outro, segue adiante sem descanso nem pátria. O escriba não faz nenhuma idéia de que tipo de teologia é essa, que se desgasta em trabalho penoso pela salvação das almas e renuncia integralmente ao reconhecimento e conforto. Mas era essa a teologia de Jesus. Uma teologia do serviço, não da teoria e das idéias geniais.
O escriba ficou para trás. Nenhum evangelho informa que entre os discípulos havia um teólogo. Mais tarde, é verdade, Jesus teve um teólogo entre seus seguidores, e até como “instrumento escolhido”. Esse teólogo, porém, teve de iniciar como os demais discípulos, a saber, com tremor e temor, prostrado sobre a terra, e perguntando: “Que queres, Senhor, que eu faça?!” Esse teólogo, pois, depositou os estilhaços de sua teologia aos pés do Senhor Jesus e aceitou dele uma nova teologia, a teologia de trabalhar nas almas perdidas, acrescentada do selo sagrado: “Eu lhe mostrarei quanto ele terá de sofrer pelo meu nome” (At 9.16). A partir da teologia dos fatos desenvolveu-se para ele por si só o testemunho do “amor de Cristo, que excede todo entendimento” (Ef 3.19; cf. Laible, “Evangelho para o cotidiano”). A profundidade da teologia de Paulo evidencia-se em suas cartas, que até hoje ainda não foram suficientemente pesquisadas e exploradas e jamais o poderão ser. Por que não? Porque contêm a autêntica teologia do genuíno discipulado de Jesus.
E outro dos discípulos lhe disse: Senhor, permite-me ir primeiro sepultar meu pai. Replicou-lhe, porém, Jesus: Segue-me, e deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos.
A desculpa que o discípulo externou aqui parece ser justificada, ao passo que a resposta de Jesus parece contrariar o sentimento natural de decência e piedade do filho pelo pai.
O próprio Jesus condenou severamente a transgressão do 4º mandamento (Mc 7.10ss). Para entendermos bem os dois textos, podemos partir de duas possibilidades.
• O pai sequer tinha morrido. No Oriente o enterro acontece ainda no dia do falecimento, às vezes já após duas horas. O discípulo quer dizer: “Deixa-me ficar em casa até que meu pai faleça”. Porém o Senhor quer instar o discípulo para uma decisão rápida, imediata. Uma vez que retornou ao círculo de sua família e seus afazeres, em breve será enleado por tudo isso e não terá mais a força para largá-lo. Na vida ética há momentos críticos em que o que não é feito logo, não será feito mais. O vento está soprando. Uma vez que passou, o veleiro não se lança mais ao mar.
• Tomemos a hipótese de que o pai de fato faleceu há pouco e que o filho tem de voltar às pressas para casa, a fim de cumprir o dever de filho e de amor. Nesse caso, a exigência de Jesus, de não sepultar o pai mas segui-lo imediatamente, no ato, não seria infinitamente dura e áspera? Certamente, pois uma tal exigência era para o sentimento judaico um verdadeiro “sacrilégio abominável”.
Com essa exigência extraordinariamente dura e rude, porém, Jesus quer explodir poderosamente todo dever de filho que segura o discípulo, quando está em jogo a pessoa de Jesus. Jesus exige do discípulo a adesão total e exclusiva a ele. A lei isentava o sumo sacedote e o nazireu dos deveres frente aos mortos, mesmo que fossem pai e mãe (Lv 21.11; Nm 6.6ss).
O sumo sacerdote é o sucessor de Arão. Para este fora proibido o sinal de luto. Como servidor máximo do Deus da vida, não lhe cabe entrar em contato com nada que se chama morte (segundo a Jubiläums-Bibel de Stuttgart). Quanto mais vale honrar a vida representada e trazida por Jesus!
Consequentemente, o reino de Deus está acima do culto no templo. Quando o Senhor convoca para o discipulado, para o seu serviço, então compete realizar ainda hoje o que amanhã talvez seja muito tarde (Hb 3.7-18). Uma decisão rápida é, nesse caso, a mais necessária e mais premente condição da salvação e da vida.
O duplo sentido do termo os mortos, no qual se apóia a resposta de Jesus, demonstra o juízo de Jesus sobre o ser humano antes de sua renovação pelo evangelho. Antes de chegarmos à fé somos, segundo a Escritura Sagrada, pessoas mortas. Do mesmo modo diz Paulo: “Vocês estavam mortos em seus delitos e pecados” (Ef 2.1).
O sermão do Monte, na palavra do caminho largo e do estreito em 7.13s, onde somente o caminho estreito leva à “vida” (grego: zoé), esclarece o que é “vida” e o que é “morte”. Jesus vê seu povo como pessoas mortas, porque andam pelo caminho largo, e não querem ouvi-lo (como é arrasadora a confirmação dessa palavra em 23.37!). Os discípulos, entretanto, tornaram-se, pela adesão a Jesus, os “viventes”. Como tais, estão destacados de todas as demais relações e ligados de todo coração a Jesus. E, estando em jogo a “vida”, tudo o mais precisa ser colocado em segundo lugar.
Fonte: Mateus - Comentário Esperança
(Lc 9.57-60)
18-20 Vendo Jesus muita gente ao seu redor, ordenou que passassem para a outra margem. Então, aproximando-se dele um escriba, disse-lhe: Mestre, seguir-te-ei para onde quer que fores. Mas Jesus lhe respondeu: As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.
Os breves acontecimentos que se seguem nos v. 18-22, entre Jesus e dois homens que queriam segui-lo, perfazem um colossal contraste com os relatos de milagres anteriores. Nas três narrativas de grandes milagres (cura do leproso, do criado do centurião, da sogra de Pedro) Jesus aparece como quem presenteia a riqueza do amor auxiliador de Deus a partir da abundante plenitude da força do alto.
Nos v. 18-20 Jesus se mostra como aquele que pessoalmente não possui nada e não deseja nada para si. De antemão são rejeitados, nos acontecimentos seguintes, toda busca de sensacionalismo e sonhos de felicidade, toda supervalorização da saúde e do conforto, tudo aquilo que facilmente se pode pendurar na atividade de milagres. No Senhor estão interligadas a transbordante riqueza da graça curadora e a pobreza que renuncia a tudo. O Senhor, o Filho de Deus, poderoso em ações e palavras, é ao mesmo tempo o servo, o homem, que nada exige para si, mas migra pela terra como um sem teto, sem pátria e desprezado. Jesus consegue ser cheio de autoridade e poder somente quando, pobre e impotente, renuncia a tudo que é seu, quando não tem nada e nada deseja para si.
Das palavras do v. 21: “outro dos discípulos”, pode-se concluir talvez que o escriba no v. 19 já tinha seguido Jesus por algum tempo como ouvinte assíduo. Atingido pela autoridade de seus discursos e atos milagrosos, queria de agora em diante aderir ao Senhor para sempre. Com liberdade e sinceridade ele o declara ao Senhor: Mestre, quero seguir-te para onde quer que vás. Isso é um testemunho corajoso. É o único escriba que falou assim para Jesus. O próprio Nicodemos veio somente à noite e achegou-se com perguntas e dúvidas. Esse se apresenta de dia, e sua palavra é um testemunho aberto. O escriba, o teólogo, encontra em Jesus a coroação de toda a teologia, reconhece em Jesus o maior de todos os teólogos, equipado com a autoridade do discurso divino e com a autoridade das ações divinas. É esse quem ele deseja seguir daqui em diante, onde quer que o Senhor vá, para experimentar a cada dia e cada hora a grandiosidade de seus discursos e seus feitos, e neles se regozijar e edificar.
Mas surpreende-nos que Jesus não aceitou entre os seus discípulos esse homem, um “especialista do ramo”, esse teólogo entusiasmado que, ao contrário dos seus colegas, não era um adversário do Senhor, mas o seguia com júbilo. Surpreende-nos que Jesus não disse sim à beatificante proposta do escriba, que soa tão magnificamente: “Professor, quero seguir o senhor para onde quer (sempre) que vá”. Como é grandiosa essa última parte: “sempre para onde quer que vá”! Essa palavra não atesta uma disposição extraordinária de entregar tudo? E mesmo assim?! Jesus conhecia o coração do escriba melhor que ele próprio. Para poder seguir a Jesus não basta uma disposição que provém do entusiasmo. Jesus exige mais (cf. o comentário sobre 16.24s).
Em Jesus, perdeu toda razão de ser, perdeu sentido e finalidade, a pergunta por entusiasmo e satisfação inebriante, a pergunta pela realização de ideais inteligentes, a pergunta por importância, reconhecimento e bem-estar.
Contudo, enquanto houver pessoas para as quais seguir a Cristo e obedecer incondicional e rigorosamente a suas exigências é mais importante que o mundo inteiro, esse discipulado encerra em si uma força incomparável, que não tem igual em toda a história dos povos e do mundo.
O escriba desse episódio vive em elevados e belos pensamentos e acredita que em Jesus encontrará a perfeição deles. Jesus, porém, vive no trabalho doloroso: “Tomou sobre si nossas fraquezas e carregou as nossas enfermidades” (cf. v. 17). Diante dele estende-se um grande reino de sofrimentos que ele precisa cruzar, de um lado ao outro. Comparece onde há pessoas sem paz, precisa chegar onde há lamento. Quando concedeu a paz a um e secou as lágrimas do outro, segue adiante sem descanso nem pátria. O escriba não faz nenhuma idéia de que tipo de teologia é essa, que se desgasta em trabalho penoso pela salvação das almas e renuncia integralmente ao reconhecimento e conforto. Mas era essa a teologia de Jesus. Uma teologia do serviço, não da teoria e das idéias geniais.
O escriba ficou para trás. Nenhum evangelho informa que entre os discípulos havia um teólogo. Mais tarde, é verdade, Jesus teve um teólogo entre seus seguidores, e até como “instrumento escolhido”. Esse teólogo, porém, teve de iniciar como os demais discípulos, a saber, com tremor e temor, prostrado sobre a terra, e perguntando: “Que queres, Senhor, que eu faça?!” Esse teólogo, pois, depositou os estilhaços de sua teologia aos pés do Senhor Jesus e aceitou dele uma nova teologia, a teologia de trabalhar nas almas perdidas, acrescentada do selo sagrado: “Eu lhe mostrarei quanto ele terá de sofrer pelo meu nome” (At 9.16). A partir da teologia dos fatos desenvolveu-se para ele por si só o testemunho do “amor de Cristo, que excede todo entendimento” (Ef 3.19; cf. Laible, “Evangelho para o cotidiano”). A profundidade da teologia de Paulo evidencia-se em suas cartas, que até hoje ainda não foram suficientemente pesquisadas e exploradas e jamais o poderão ser. Por que não? Porque contêm a autêntica teologia do genuíno discipulado de Jesus.
E outro dos discípulos lhe disse: Senhor, permite-me ir primeiro sepultar meu pai. Replicou-lhe, porém, Jesus: Segue-me, e deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos.
A desculpa que o discípulo externou aqui parece ser justificada, ao passo que a resposta de Jesus parece contrariar o sentimento natural de decência e piedade do filho pelo pai.
O próprio Jesus condenou severamente a transgressão do 4º mandamento (Mc 7.10ss). Para entendermos bem os dois textos, podemos partir de duas possibilidades.
• O pai sequer tinha morrido. No Oriente o enterro acontece ainda no dia do falecimento, às vezes já após duas horas. O discípulo quer dizer: “Deixa-me ficar em casa até que meu pai faleça”. Porém o Senhor quer instar o discípulo para uma decisão rápida, imediata. Uma vez que retornou ao círculo de sua família e seus afazeres, em breve será enleado por tudo isso e não terá mais a força para largá-lo. Na vida ética há momentos críticos em que o que não é feito logo, não será feito mais. O vento está soprando. Uma vez que passou, o veleiro não se lança mais ao mar.
• Tomemos a hipótese de que o pai de fato faleceu há pouco e que o filho tem de voltar às pressas para casa, a fim de cumprir o dever de filho e de amor. Nesse caso, a exigência de Jesus, de não sepultar o pai mas segui-lo imediatamente, no ato, não seria infinitamente dura e áspera? Certamente, pois uma tal exigência era para o sentimento judaico um verdadeiro “sacrilégio abominável”.
Com essa exigência extraordinariamente dura e rude, porém, Jesus quer explodir poderosamente todo dever de filho que segura o discípulo, quando está em jogo a pessoa de Jesus. Jesus exige do discípulo a adesão total e exclusiva a ele. A lei isentava o sumo sacedote e o nazireu dos deveres frente aos mortos, mesmo que fossem pai e mãe (Lv 21.11; Nm 6.6ss).
O sumo sacerdote é o sucessor de Arão. Para este fora proibido o sinal de luto. Como servidor máximo do Deus da vida, não lhe cabe entrar em contato com nada que se chama morte (segundo a Jubiläums-Bibel de Stuttgart). Quanto mais vale honrar a vida representada e trazida por Jesus!
Consequentemente, o reino de Deus está acima do culto no templo. Quando o Senhor convoca para o discipulado, para o seu serviço, então compete realizar ainda hoje o que amanhã talvez seja muito tarde (Hb 3.7-18). Uma decisão rápida é, nesse caso, a mais necessária e mais premente condição da salvação e da vida.
O duplo sentido do termo os mortos, no qual se apóia a resposta de Jesus, demonstra o juízo de Jesus sobre o ser humano antes de sua renovação pelo evangelho. Antes de chegarmos à fé somos, segundo a Escritura Sagrada, pessoas mortas. Do mesmo modo diz Paulo: “Vocês estavam mortos em seus delitos e pecados” (Ef 2.1).
O sermão do Monte, na palavra do caminho largo e do estreito em 7.13s, onde somente o caminho estreito leva à “vida” (grego: zoé), esclarece o que é “vida” e o que é “morte”. Jesus vê seu povo como pessoas mortas, porque andam pelo caminho largo, e não querem ouvi-lo (como é arrasadora a confirmação dessa palavra em 23.37!). Os discípulos, entretanto, tornaram-se, pela adesão a Jesus, os “viventes”. Como tais, estão destacados de todas as demais relações e ligados de todo coração a Jesus. E, estando em jogo a “vida”, tudo o mais precisa ser colocado em segundo lugar.
Fonte: Mateus - Comentário Esperança
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