Em outubro de 2015, a Portas Abertas iniciou em alguns países uma campanha de cartas para o líder cristão Dayaratne, da Casa de Abrigo Visão Ágape, no Sri Lanka. Depois de ser identificado como autor de várias atividades infantis, passou a ser odiado pelos monges budistas da região. "Por realizar este trabalho com tanto amor e dedicação, durante 14 anos, pelo menos, ele foi parar na TV, em rede nacional, e isto despertou um sentimento negativo dos monges, pode-se dizer que eles ficaram enciumados por perceber que aquele trabalho foi notado e aplaudido", comenta um dos analistas de perseguição.
"Pastoreio uma igreja em Kataragama, no sul do Sri Lanka. Meus pais, meus avós, e até mesmo meus bisavós eram feiticeiros e meu pai costumava fazer coisas demoníacas. Minha mãe só soube que estava grávida, 2 meses antes do meu nascimento. Fiquei sabendo que, assim que nasci, consultaram os astros e o horóscopo dizia que eu seria uma maldição para a família, então pensaram logo em me manter longe. Com 12 anos de idade, me enviaram a um templo budista para ser um sacerdote. Antes disso, porém, eu sabia o que pensavam a meu respeito e eu queria chamar a atenção deles, então eu fazia coisas ruins, como fumar, beber, perturbar as pessoas durante a noite, atirar pedras nas casas de vizinhos. Acredito que, psicologicamente, eu estava abalado", conta Dayaratne.
"Naquela época eu já sabia sobre Jesus Cristo, e eu achava que ele era inimigo de Buda, por isso eu era contra os cristãos, então as casas deles eram meus principais alvos. Depois que me tornei um monge, eu podia continuar a ser ruim, mas de outra forma. No mosteiro, quando o velho monge precisava de algo como licor ou drogas, ele pedia para mim e assim fiquei muito conhecido no templo. Mas em 1998, tudo mudou, quando conheci Lionel Jayasinghe, o primeiro mártir cristão do Sri Lanka. Bandidos budistas entraram na casa dele e atiraram, matando-o na frente de sua esposa. O motivo era apenas um, ele havia apresentado Jesus para muitas pessoas, inclusive eu", diz o líder e continua: "O pastor Lionel foi a primeira pessoa que me tratou com respeito. Todos me viam como uma maldição ou um menino travesso, mas ele me enxergou como uma pessoa normal e falou comigo com carinho. Nas palavras dele eu sentia paz e enxergava o amor. Ele abriu os meus olhos para o cristianismo, então percebi que todo cristão tem um estilo de vida diferente, um amor surpreendente para oferecer e uma missão incrível para cumprir".
"Tive então minhas primeiras experiências com Jesus, senti que o povo cristão realmente me amava e, com eles, aprendi a orar. Quando o pastor Lionel me chamou de ‘irmão’, me emocionei. Eu aprendi que estava servindo a um Deus vivo, então eu queria ver Deus, mas ele disse que não era possível. Eu disse a ele que não seria tolo ao ponto de acreditar em um Deus que não consigo ver. Foi quando ele perguntou: ‘Irmão, você acredita que existe ar aqui? Você pode ver o ar?’ Eu disse que sim, porque via as árvores se movendo e eu podia sentir o ar. Então ele explicou que podemos ver o resultado da presença do ar, mas não o enxergamos, nem mesmo quando ele toca os nossos olhos. Foi quando minha mente se abriu e eu compreendi. E ele deu vários outros exemplos, como a energia que passa pelos fios sem ser vista, mas que é responsável pela luz e pelo funcionamento de tantas máquinas e eletrodomésticos. Acontece o mesmo com Deus, não podemos vê-lo, mas podemos contemplá-lo através das suas obras. A cada dia eu via uma nova mudança em minha vida, parei de beber, de fumar, de fazer coisas ruins. Hoje eu sirvo a Jesus, com toda alegria que existe em mim e tenho um grande ministério com crianças. Enfrento muitas dificuldades, mas vejo grandes milagres e sempre me lembro do pastor Lionel, que me evangelizou e mostrou um caminho de paz, de luz e repleto do amor de Cristo", conclui.
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