O juiz Sérgio Moro autorizou nesta quinta-feira (4) a transferência de dois presos da Lava Jato para o Complexo Médico Penal (CMP), no sistema prisional do Paraná. O ex-deputado federal Pedro Corrêa e o pecuarista José Carlos Marques Bumlai devem deixar a carceragem da Superintendência da PF em Curitiba.
O pedido foi feito pelo delegado Igor Romário de Paula, na quarta-feira (3). Ao justificar a transferência, ele alegou dificuldades de espaço. “Tendo em vista que a carceragem da Polícia Federal se destina tão somente a presos provisórios ou para custodiados em eventual risco, bem como a limitação de espaço que dificulta a movimentação de presos em flagrante e de eventuais operações policiais, solicito a Vossa Excelência autorização para remoção dos seguintes presos para o Complexo Médico-Penal”, disse.
O juiz aceitou a argumentação da PF. “De fato, a carceragem da Polícia Federal, apesar de suas relativas boas condições, não comporta, por seu espaço reduzido, a manutenção de número significativo de presos”, disse Sérgio Moro.
O complexo é uma penitenciária de regime fechado e com finalidades médicas e fica localizado em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
“Pelo que foi verificado anteriormente, ficarão em ala reservada, com boas condições de segurança e acomodação”, reforçou o juiz.
Pedro Corrêa
Corrêa foi preso em abril de 2014 e já foi condenado pela Justiça Federal pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro a 20 anos, 7 meses e dez dias de prisão.
Ele já havia sido condenado no processo do Mensalão e, quando foi preso na Lava Jato, cumpria pena de 7 anos e 2 meses em regime semiaberto.
Ao condenar o ex-deputado, o juiz Sérgio Moro afirmou que ele recebeu pelo menos R$ 11,7 milhões do esquema de corrupção. Apenas um dos repasses chegou ao valor de R$ 2 milhões, segundo o juiz. Além dos 20 anos e sete meses de prisão, o juiz atribuiu a Pedro Corrêa multas que somam R$ 2.248.530.
José Carlos Bumlai
Já Bumlai, foi preso na 21ª fase da operação, deflagrada no dia 24 de novembro de 2015. O pecuarista, por enquanto, é apenas réu em um processo e reponde pelos crimes de corrupção passiva, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro.
Em depoimento dado à Polícia Federal, em dezembro de 2015, Bumlai confessou que houve fraude na quitação de um empréstimo de R$ 12 milhões feito por ele no Banco Schahin. Ele disse também acreditar que o dinheiro seria para pagar dívidas de campanha eleitoral em Campinas (SP) e para “caixa 2″ do PT.
Em tese, o empréstimo deveria ter sido pago até novembro de 2005, o que não ocorreu. Assim, o montante foi sendo corrigido para incorporar os encargos não pagos. Os valores foram quitados na sequência, após o Banco Schahin conceder empréstimo de R$ 18 milhões à empresa AgroCaieras, do próprio Bumlai.
Os valores do novo empréstimo, que ultrapassaram R$ 20 milhões, seguiram sem pagamento até janeiro de 2009, quando foi feito um contrato de venda de embriões de gado bovino das fazendas de Bumlai para empresas do Grupo Schahin.
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Fonte: G1
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