O representante da colônia judaica no Rio de Janeiro afirma que a movimentação de judeus brasileiros para Israel era do conhecimento da FIERJ já há algum tempo, e que em 2015 foram batidos todos os recordes dessa migração: foram cerca de 450 migrantes que saíram de todo o Brasil para o Estado de Israel.
“Para o jovem que se forma hoje no Brasil, a expectativa de conseguir um trabalho que possa mantê-lo e a uma família está cada vez mais difícil. Com a recessão econômica e a situação do país e o desemprego, a opção que se avizinha para aquele judeu que chegando a Israel adquire imediatamente a nacionalidade israelense é praticamente um eldorado.”
Segundo Paulo Maltz, que também é vice-presidente da Conib (Confederação Israelita do Brasil), Israel é um país de oportunidades, de primeiro mundo, com tecnologia de ponta. “Uma vez integrado à sociedade local, formando-se numa universidade ou fazendo um mestrado, o jovem terá aberto para si um futuro de possibilidades, um leque de possibilidades também enorme na Europa e nos Estados Unidos, porque é reconhecido que o Estado de Israel tem uma educação de primeiro mundo, as universidades israelenses estão entre as mais bem ranqueadas no mundo.”
O presidente da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro informa que “o jovem que chega lá é subsidiado, recebe uma bolsa, o aprendizado do idioma por seis meses, consegue alojamento e ainda tem uma ajuda de custo do Estado para se estabelecer durante um período razoável. A agência judaica que trabalha esse programa, junto com o fundo comunitário para a absorção de novos migrantes, tem um sistema mundial que engloba não só o Brasil mas todo o mundo da mesma forma”.
Paulo Maltz falou à Sputnik Brasil também sobre a indicação e aprovação do nome do diplomata Dori Goren para que ele assuma o Consulado-Geral de Israel no Estado de São Paulo. E é inevitável a comparação entre a aprovação do nome de Goren e a não aprovação de Dani Dayan para o cargo de embaixador israelense em Brasília.
“O processo de indicação e aprovação de Dori Goren se iniciou completamente diferente da questão do Embaixador Dani Dayan, em que não houve o agrément do Governo brasileiro”, explica Maltz. “Isso quer dizer que [no caso de Goren] o Governo israelense consultou com antecedência, na forma do protocolo das relações internacionais, aguardou o exequatur, no caso do cônsul, e este foi concedido agora.”
Paulo Maltz conta que Dori Goren é um diplomata de carreira, com mais de 30 anos na diplomacia israelense. E lembra que o Consulado-Geral de São Paulo não é uma indicação política.
“Goren é um técnico gabaritado, que veio para ser cônsul-geral no Estado de São Paulo, o Estado de maior potencial econômico, onde a comunidade judaica é a maior do país, e acredito que isso deve, de alguma forma, serenar um pouco as relações entre os dois países.”
Ainda sobre a questão, ainda em aberto, da não aprovação do nome de Dani Dayan para o cargo de embaixador de Israel em Brasília, Paulo Maltz diz não ter a informação, e que, se a tivesse, “essa não é uma informação que deva ser divulgada pelo presidente da Federação Israelita, isso é questão de Estado”.
“Por ora”, conclui Maltz, “as coisas vão permanecer como estão. Acredito que o tempo é o melhor remédio para que os ânimos serenem, as partes repensem seus posicionamentos.”
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Fonte: Sputnik.
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