A presidente Dilma Rousseff combinou nesta quinta-feira (11), com o embaixador iraniano, Mohammad Ali, um significativo aumento da relação econômico-comercial, que terá como cereja do bolo uma visita presidencial a Teerã ainda neste ano.
O presidente iraniano, Hasan Rowhani retribuirá a visita no máximo em 2017, se não puder vir neste ano.
O embaixador Ali manifestou a Dilma o interesse iraniano em itens que soam como música aos ouvidos não só da presidente, carente de boas notícias, mas também do empresariado industrial, sufocado pela crise.
O Irã quer comprar táxis a gás em quantidade significativa, ônibus, caminhões e máquinas agrícolas.
Quer também importar "número considerável" de aviões da Embraer, a serem utilizados na reativação da aviação regional iraniana, um dos setores prejudicados pelas sanções impostas pelas Nações Unidas para obrigar o país a abandonar uma eventual vertente militar em seu programa nuclear.
A recente eliminação das sanções, formalizada no mês passado, é a base para a retomada de um relacionamento que chegou a ser razoavelmente intenso no período Lula (2003 a 2010).
O intercâmbio comercial passou de magros US$ 500 milhões em 2002 para US$ 2,18 bilhões em 2012. Mas caiu, no ano passado, para apenas US$ 1,66 bilhão.
DIVERSIFICAÇÃO
Os itens de interesse do Irã não só tendem, como é óbvio, a aumentar o volume de intercâmbio como a tornar mais rica a pauta brasileira de exportação, hoje concentrada em produtos básicos.
Dilma e os ministros presentes ao encontro (o chanceler Mauro Vieira e o titular de Minas e Energia, Eduardo Braga) disseram que o Brasil, em troca, se interessa pelo petróleo iraniano, considerado de alta qualidade e, por isso, ideal para o "mix" petrolífero brasileiro.
Mas se interessaram também pelas indústrias iranianas de bio e nanotecnologia.
O interesse iraniano será agora levado aos demais ministérios e também ao setor privado, para conhecer a disponibilidade para atender às eventuais encomendas.
Será criado um grupo de trabalho para organizar a cooperação, em tempo para receber a visita, em breve do chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif.
O chanceler já devia ter vindo, mas sua visita coincidiria com a cerimônia de levantamento das sanções, motivo pelo qual foi adiada.
Mas, no Fórum Econômico Mundial deste ano em Davos, Zarif manifestou à Folha o interesse pelo Brasil: "O Irã está aberto para o Brasil. Aberto para a cooperação econômica e para a cooperação industrial", disse o chanceler, o que o seu embaixador em Brasília ratificou nesta quinta, descendo a detalhes.
O Brasil entra, assim, na corrente de países que se apressaram a procurar Teerã tão logo as sanções caíram.
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Fonte: Via: Folha e Libertar
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