Marlon* é um cristão chinês apaixonado pelo evangelho. "Assim que eu decidi seguir Jesus, Deus me deu uma paixão muito grande para compartilhar a Palavra do Senhor com o meu povo. Eu segui o meu chamado e, em pouco tempo, 19 famílias se converteram e pediram o batismo. Esses primeiros frutos foram realmente especiais para mim e eu vivi com eles momentos emocionantes. A maioria era nômade e vinha de áreas muito remotas. Preparei o batismo para eles, orei muito e busquei um lugar bem distante, no meio das montanhas, por razões de segurança", compartilha ele.
Mas o inesperado aconteceu: "No momento dos batismos, a polícia apareceu e nos cercou. Todos os que estavam presentes foram expulsos e eu fui parar na prisão, permanecendo ali por 40 dias. Já vivi muitos desafios e nunca temi. Eu não tenho escolha, preciso me arriscar, pois é muito difícil acompanhar todos os novos convertidos, já que eles vivem em aldeias diferentes, além disso, não há materiais cristãos em nosso idioma, então o discipulado fica muito limitado. Por conta dessas dificuldades, muitos cristãos desistem, principalmente quando a pressão da família e do governo começa a aumentar.
Hoje em dia, Marlon só evangeliza as pessoas que vivem nas proximidades, por que agora a polícia controla os seus passos e o proibiu de viajar. "Eu já fui preso várias vezes, e agora tem até uma câmera de vigilância na frente da minha casa. Um dia desses, consegui fazer uma viagem de trem, durante 15 horas, num comboio, e evangelizei uma pessoa durante o trajeto", ele conta sorrindo e continua: "assim que eu desci do trem, dois policiais estavam me esperando". Embora o cristão enfrente grandes dificuldades num país que está na 33ª posição da Classificação da Perseguição Religiosa 2016, ele revela que sente as mãos de Deus sobre tudo o que ele faz, por isso segue em frente.
A China tem um governo que rejeita o cristianismo. "O muçulmano que se converte é visto como uma desgraça para a família e é jogado para fora de casa", comenta um analista de perseguição. "Deus está acima do governo chinês e tem um plano que está muito além dos ideais políticos humanos, mas eles não sabem disso. Como nós sabemos, precisamos divulgar as boas novas", afirma o evangelista que ainda se reúne com um grupo de jovens para orar, mudando de tempos em tempos de lugar para não ser mais pego de surpresa. "É uma alegria ver esses jovens enfrentando a perseguição e se levantando por Jesus", conclui Marlon com um sorriso satisfeito no rosto.
*Nome alterado por questões de segurança.
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Fonte: Portas Abertas.
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