
O que o povo de Deus faz quando enfrenta grandes desafios e adversidades? Jejua e ora. Assim foi ao longo de toda história bíblica, tanto no antigo quanto no novo testamento. Assim, também, em nossos dias, devemos observar essas importantes disciplinas espirituais que, quando exercidas com a motivação correta de coração, nos conduzem à experiência de intimidade e vitória no Senhor.
Jejum não é dieta para equilíbrio do organismo, regime para emagrecimento, prática ascética (ritual) para adquirir evolução espiritual, penitência de autoflagelação para pagamento de pecados, aparência de espiritualidade, greve de fome para chamar a atenção, nem meio para barganhar uma bênção de Deus. É bom que se deixe claro que nenhum sacrifício humano pode comover o coração de Deus, senão somente o sacrifício de Jesus Cristo na cruz do Calvário. O jejum é, pois, uma disciplina que nos conduz a fixarmos nossa atenção em Deus, nos ajuda a discernir coisas que nos controlam, nos deixa mais sensíveis às coisas espirituais, e sempre está vinculado à oração, para o que devemos dedicar tempo adequado.
A Bíblia nos traz inúmeros motivos para realizarmos jejum. O jejum pode ser feito como sinal de arrependimento (Deuteronômio 9.18), como sinal de luto (1 Samuel 31.13; 2 Samuel 1.12; 3.35), acompanhando um momento de intercessão (2 Samuel 12.15-23), em tempo de grande batalha (2 Crônicas 20.3), em busca de entendimento e discernimento das situações (Daniel 10.3,12), pedindo pelo cumprimento de uma missão (Esdras 8.21), clamando por um livramento nacional (Ester 4.16), ou em momento de intercessão por doentes (Salmo 35.13). Existe até o jejum contrário, ou seja, pessoas más que fazem jejuns contra a vontade e os servos de Deus (1 Reis 21.9; Atos 23. 12, 14), mas o que Deus aceita é aquele que pede uma mudança de coração e de atitudes (Isaias 58.3-7), para rasgar os corações e não os vestidos (Joel 2.13), caso contrário o próprio jejum seria rejeitado por Deus (Jeremias 14.12; Zacarias 7.5).
Não há regras de tempo do jejum, relatando a Bíblia exemplos de um dia (1 Samuel 14.24; 2 Samuel 3.35) a uma noite (Daniel 6.18), três dias completos (Ester 4.16), sete dias (1 Samuel 31.13) e quarenta dias (Êxodo 34.28; Deuteronômio 9.9; 1 Reis 19.8). Devemos buscar em Deus um tempo adequado à situação envolvida.
Além disso, o jejum pode ser coletivo (Joel 1.14; Jonas 3.5) ou individual (Neemias 1.4), alimentar ou de atividades (2 Samuel 12.16), parcial (Daniel 10.3) ou total (Ester 4.16), periódico (Ester 9.31; Zacarias 8.19) ou único (Joel 2.12). Devemos buscar em Deus o tipo adequado de jejum, respeitando nossos limites físicos para não gerarmos problemas indesejáveis em nosso organismo.
João Batista ensinou a seus discípulos a jejuar com frequência (Marcos 2.18; Lucas 5.33). Jesus disse que seus discípulos jejuariam quando o noivo fosse tirado do meio deles (Mateus 9.14-15; Marcos 2.18-19; Lucas 5.33-35). O apóstolo Paulo, por sua vez, é um dos exemplos de alguém que fez muito jejum (Atos 9.9; 13.2,3; 27.33; 2 Coríntios 11.27). Jesus também advertiu para que fosse lavada a face e que se ungisse a cabeça, a fim de que o jejum não fosse visto pelas pessoas, mas por Deus que vê em secreto (Mateus 6.16-18), ou seja, quando jejuamos estamos obedecendo a esse princípio espiritual afirmado e confirmado por Cristo.
De fato, muitas situações em nossas vidas precisam que a oração esteja acompanhada pelo jejum. Jesus mesmo teve um longo período de quarenta dias e quarenta noites de jejum e oração (Mateus 4.2), enfrentando pessoalmente Satanás. Vamos, portanto, orar e jejuar, pois a vitória certamente virá!
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