Arrependimento e remorso ambos tem a mesma origem: maus atos praticados os quais geram um grande tormento de consciência. A diferença entre estas emoções está na atitude em lidar com a falha cometida. Neste momento todos se perguntam: existe ainda uma saída ou será o fim de tudo? Deus, porém está olhando a nossa aflição! É em sua Palavra que aprendemos sobre o que fazer e o que nunca fazer.
Remorso – que emoção é esta? Podemos entender o remorso como um falso arrependimento. A vida de Judas Iscariores exemplifica muito bem isto. Em Mateus 27.3 lemos: “Então Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos.” Judas ao trair a Jesus imediatamente se sentiu culpado, triste e abatido. Uma pessoa com remorso reconhece seus erros, mas nunca se humilha para pedir perdão a quem ofendeu. Será que Jesus não perdoaria a Judas? É claro que sim, afinal ele veio buscar e salvar o que se havia perdido! Mas o que ocorre é que Satanás reforça o orgulho humano, daí a pessoa não recorre a Deus para obter a solução do problema. A vítima do remorso sempre se refugia em outro erro, assim o próximo passo de Judas Iscariotes foi o suicídio. Manifestações de remorso são muito comuns em músicas bregas onde os boêmios crêem que a bebedeira é a solução para seus problemas emocionais, mas isto só agrava ainda mais a situação. O remorso é uma opressão satânica que conduz à destruição.
O verdadeiro arrependimento tem origem em Deus e não leva à morte. Em 2 Coríntios 7.10 lemos: “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.” A tristeza do mundo aqui é uma referência ao remorso. Então, o que pode acontecer se o nosso arrependimento for apenas um remorso? Jesus deixou bem claro: “Se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis.” (Lucas 13.3)
O arrependimento para a salvação Arrependimento (grego “metanoeo”) inclui a idéia de reflexão, contemplação mudança de direção, ponto de vista e propósito. Trata-se de uma tristeza profunda por ter ofendido a Deus e ao próximo e é sempre acompanhado da confissão de pecados. Em Marcos 1.4,5 lemos que: “apareceu João batizando no deserto, e pregando o batismo de arrependimento, para remissão dos pecados. E toda a província da Judéia e os de Jerusalém iam ter com ele; e todos eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados.” (Marcos 1.4,5) O arrependimento produz uma mudança radical no estilo de vida. A pessoa passa a ver o pecado como Deus vê, passa a gostar do que Deus gosta, e reprova o que Deus reprova. A Palavra de Deus passa a ser padrão e prioridade em sua vida.
Em Isaias 55.7 Deus fala sobre o arrependimento: ”Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar.” Em Lucas 15 temos uma bela história que retrata esta atitude. Após viver um longo período de tempo no erro e distante do pai, o filho pródigo muito arrependido volta para o seu lar. Ele está consciente que errou muito e não merece ser acolhido, mas sabe também que seu pai é muito misericordioso e de alguma forma o receberá. Então ele se humilha, confessa, e sua vida é restaurada. Nesta parábola vemos claramente a infinita graça de Deus em ação. O jovem pródigo se expressou assim:
“Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti; Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros. E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés; E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos; Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se. (Lucas 15.18-24)
Na verdade esta parábola retrata a humanidade perdida e a disposição de Deus em perdoar os que se arrependem. Assim, todos nós somos filhos pródigos, pois está escrito: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos.” (Isaías 53.6). Em Romanos 11.32 lemos também: “Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia.” Nosso pai celestial, entretanto continua de braços abertos para receber a tantos quantos vierem a ele verdadeiramente arrependidos
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