TEXTO ÁUREO
"Qual é o homem que teme ao Senhor? Ele o ensinará no caminho que deve escolher." (Sl 25.12)
VERDADE PRÁTICA
O projeto primário de Deus foi salvar a humanidade. Todavia, de acordo com sua soberania, concedeu o livre-arbítrio ao homem.
João 3.14-21
14 - E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado,
15 - para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
16 - Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
17 - Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo,
mas para que o mundo fosse salvo por ele.
18 - Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.
19 - E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.
20 - Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz e não vem para a luz para que as suas obras não sejam reprovadas.
21 - Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fi m de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.
INTRODUÇÃO
Na cruz do Calvário, Jesus Cristo ofereceu a salvação indistinta e gratuitamente para todos os seres humanos (Ap 22.17). Por decisão pessoal, e liberdade individual, os que recebem a oferta de salvação são destinados à vida eterna, pois o Pai quer que todo homem se salve e que ninguém se perca (2 Pe 3.9).
I - A ELEIÇÃO BÍBLICA É SEGUNDO A PRESCIÊNCIA DIVINA
1. A eleição de Israel. A eleição no Antigo Testamento tem um significado mais específico que no Novo Testamento. Exemplo disso é o chamado de Abraão e sua descendência, que mais tarde formariam a nação de Israel. Deus chamou o patriarca e lhe fez promessas (Gn 12.1-3). Livre e espontaneamente, o "amigo de Deus" respondeu positivamente ao chamado. Entretanto, diante dele havia a possibilidade de não atender a essa convocação. Nesse sentido, é importante ressaltar que a eleição de Israel (Is 51.2; Os 11.1) é específica e pontual. Deus tinha um propósito de enviar o Salvador ao mundo por intermédio da nação judaica. Por ser pontual, específica e coletiva, a eleição de Israel não pode ser usada como base para fundamentar a salvação individual do crente, nem mesmo dos judeus, no sentido de Deus decretar uns para a vida eterna e outros para a eterna danação. Além do mais, por meio do livre-arbítrio que Deus deu a Israel, a nação chegou a perder algumas bênçãos prometidas porque se rebelou contra o Senhor e desobedeceu à sua ordem (Jr 6.30; 7.29). Segundo o apóstolo Paulo, isso nos serve de exemplo a fim de não repetirmos os mesmos erros do povo de Deus do Antigo Testamento (1 Co 10.6,11).
2. A eleição para a salvação. A eleição divina é o ato pelo qual Deus chama os pecadores à salvação em Cristo e os torna santos (Rm 8.26-39). Essa eleição é proclamada por meio da pregação do Evangelho (Jo 1.11; At 13.46; 1 Co 1.9), pois o Altíssimo deseja que todos sejam salvos, respondendo afirmativamente ao seu chamado para a salvação (At 2.37; 1 Tm 2.3,4; 2 Pe 3.9). Entretanto, as Escrituras mostram claramente que quem crer será salvo, mas quem não crer será condenado (Mc 16.16).
3. A presciência divina. Presciência é a capacidade de Deus saber todas as coisas de antemão (At 22.14; Rm 9.23) e de interferir na história humana (Ne 9.21; Sl 3.5; 9.4; Hb 1.1-3). Ele é soberano (Jó 42), provedor (Sl 104) e sabe quem responderá positivamente ao convite de salvação (Rm 8.30; Ef 1.5). Deus proveu o meio de salvação para todas as pessoas, mas nem todas atenderão ao seu convite. Em sua soberania e presciência, estamos sob os seus cuidados, mas paradoxalmente, também desfrutamos do livre-arbítrio que Ele nos deu, o que aumenta mais a responsabilidade humana de obedecer à sua vontade (Rm 11.18-24).
SÍNTESE DO TÓPICO I
A eleição é segundo a presciencia de Deus.
II - ARMÍNIO E O LIVRE-ARBÍTRIO
1. Breve histórico de Jacó Armínio. Jacó Armínio (*1560 +1609) nasceu na Holanda, foi pastor de uma igreja em Amsterdã e recebeu o título de doutor em teologia pela Universidade de Leiden. Tendo sido envolvido numa disputa calvinista, desenvolveu uma tese bíblica a partir dos primeiros Pais da Igreja, que foi denominada de Arminianismo. Sua principal característica é a defesa do livre-arbítrio humano. Por esse posicionamento, enfrentou forte oposição, perseguição e falsas acusações por parte dos teólogos calvinistas. Entretanto, esse teólogo holandês sempre apresentou uma postura tolerante e não combativa, embora convicto de suas opiniões.
2. O livre-arbítrio. O livre-arbítrio é a possibilidade que os seres humanos têm de fazer escolhas e tomar decisões que afetam seu destino eterno, especificamente se tratando da salvação. Isso quer dizer que cabe a cada um deixar-se convencer pelo Espírito Santo para ser salvo por Jesus ou não, embora Deus dê a todos a oportunidade da salvação. No Jardim do Éden, o Criador outorgou o livre-arbítrio ao homem (Gn 2.16,17); a Israel deu também essa prerrogativa (Dt 30.19); e à humanidade o Altíssimo possibilitou escolha entre o caminho da salvação ou o da perdição (Mc 16.16).
3. O livre-arbítrio na Bíblia. Deus nos criou à sua imagem e semelhança (Gn 1.26). Logo, por Ele ser naturalmente livre, também seus filhos possuem a faculdade de escolherem livremente. Por isso, o Criador sempre incentivou a nação a escolher o caminho da vida (Dt 30.19-20). Assim, segundo as Escrituras, se em Adão todos são predestinados para a perdição, em Cristo, todos são predestinados para a salvação: "Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo" (1 Co 15.22; cf. Jo 1.12), pois "se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo" (Rm 10.9).
SÍNTESE DO TÓPICO II
A principal característica do arminianismo é o livre-arbítrio.
III - ELEIÇÃO DIVINA E LIVRE-ARBÍTRIO
1. A eleição divina. A eleição é uma escolha soberana de Deus (Ef 1.5,9) que tem como objeto de seu amor todos os seres humanos (1 Tm 2.3,4). Não é uma obra que leva em conta o mérito humano, mas que é feita exclusivamente em Cristo (Ef 1.4). Em Jesus, Deus nos elegeu com propósitos específicos: para pertencermos a Cristo (Rm 1.6; 1 Co 1.9); para a santidade (Rm 1.7; 1 Pe 1.15; 1 Ts 4.7); para a liberdade (Gl 5.13); para a paz (1 Co 7.15); para o sofrimento (Rm 8.17,18); e para a sua glória (Rm 8.30; 1 Co 10.31).
2. Escolha humana e fatalismo. A graça comum (Rm 5.18) é estendida a todos os seres humanos, abrindo-lhes a oportunidade para crerem no Evangelho, o que descarta a possibilidade de a eleição ser uma ação fatalista de Deus - Fatalismo: acontecimentos que operam independentemente da nossa vontade, e dos quais não podemos escapar. Ora, a eleição de Deus não é destinada somente a alguns indivíduos, enquanto os outros, por escolha divina, vão para o inferno. Isso vai contra a natureza amorosa e misericórdia do Criador. Por isso, indistintamente, Ele dá a oportunidade para que todos se salvem (At 17.30), pois Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34).
3. A possibilidade da escolha humana. Há vários textos bíblicos que apontam para o fato de o ser humano ser livre para escolher: "todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3.16); "o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora" (Jo 6.37); "todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (Rm 10.13). Uma das coisas mais belas da Palavra de Deus é que, embora o Altíssimo seja soberano, Ele não criou seus filhos como robôs autômatos milimetricamente controlados. O nosso Deus deseja que todo ser humano, espontânea e livremente, o ame de todo coração e mente.
SÍNTESE DO TÓPICO III
Deus nos elegeu, em Jesus, para pertencermos a Ele.
CONCLUSÃO
O Evangelho é um presente oferecido a todas as pessoas, independente de méritos pessoais. Por isso o Senhor convida: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei" (Mt 11.28). Os que aceitam a esse convite estão predestinados a "serem conforme a imagem de seu filho", Jesus Cristo (Rm 8.29). Deus deseja que todo ser humano seja salvo!
► Lição 8 - Salvação e Livre-Arbítrio
► Dinâmica: Livre-arbítrio: Lição 8
► Dois modelo de subsídios:
► Lição 8 - Salvação e Livre-Arbítrio: Subsidio 1
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Fonte: www.escola dominical. Elaboração dos slides: Pastor Ismael Pereira de Oliveira.
Revista Adultos - 4º Trimestre de 2017 - Tema: A Obra da Salvação: Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida - Cpad
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