Análise mostra deterioração das condições de vida em 37 países, onde menores estão fora da escola ou perdem a vida em incidentes violentos; levantamento é divulgado no Dia Mundial das Crianças; em outra pesquisa, mais de 80% das crianças brasileiras disseram temer violência.
Neste 20 de novembro, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, marca o Dia Mundial das Crianças.
A data é comemorada em mais de 130 países. E este ano, a agência está convidando as crianças para expressarem suas preocupações.
Controle
Na sede da ONU, em Nova Iorque, num evento chamado "Crianças Assumem o Controle", o secretário-geral António Guterres e o chefe do Unicef, Anthony Lake, devem discursar antes de passar os microfones a artistas e ativistas mirins de todo o mundo.
Mas um estudo do Unicef também alerta para o drama de 180 milhões de crianças em 37 países que vivem hoje em condições piores daquelas experimentadas há 20 anos. A única nação lusófona nesse grupo é a Guiné-Bissau. Um outro membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Guiné-Equatorial, também integra a pesquisa.
Apesar de avanços alcançados, esses menores estão vivendo em extrema pobreza, não podem estudar e muitos sofrem mortes violentas.
Benefícios
Laurence Chandy, diretor de dados, pesquisa e política do Unicef, afirmou que existe uma minoria esquecida que foi excluída dos benefícios recebidos pela geração anterior.
Segundo ele, nem as crianças nem suas famílias são responsáveis por este problema, que ocorrem por diferentes fatores. Por exemplo, a quantidade de pessoas vivendo com menos de U$$ 1,90 por dia aumentou em 14 países incluindo os africanos Benin, Camarões e Zimbábue.
Já o número de matrículas em escolas primárias baixou em 21 países, entre eles: Síria e Tanzânia devido a crises econômicas, conflitos e guerras.
As mortes violentas em crianças e jovens, menores de 19, anos subiu em sete nações incluindo Iêmen, Iraque, Síria e Sudão do Sul.
Brasil
Num estudo separado, realizado com crianças de 9 a 18 anos, em 14 países, o Unicef constatou que muitas estão "profundamente preocupadas" com temas globais como violência, terrorismo, conflitos, mudanças climáticas, refugiados, migrantes e pobreza. O Brasil foi o único lusófono do grupo.
Nesta pesquisa, metade das crianças sentiram-se marginalizadas ao serem perguntadas sobre decisões que as afetavam ao redor do mundo. E disseram que as vozes delas não seriam escutadas.
As que vivem na África do Sul e no Reino Unido são as que mais se sentem assim.
Na Índia, 52% dos entrevistados dizem incluídos e que podem ajudar a construir o futuro do país.
Violência
Os temas mais preocupantes são terrorismo, pobreza e violência. Este último perturba 67% dos entrevitados.
No Brasil, no México e na Nigéria mais de 7 em cada 10 crianças ouvidas disseram que a violência é o que mais as inquieta. Este número foi mais alto no Brasil, onde 82% dos menores estão preocupados com o tema.
Enquanto o terrorismo assusta crianças no Egito e na Turquia, no Brasil e na Nigéria a educação de baixa qualidade é o que preocupa as crianças.
Obama e Ronaldo
Já o tema de um tratamento injusto aos refugiados ocupa cerca de 40% das mentes infantis especialmente no México, no Brasil e na Turquia.
E quanto à confiança em líderes mundiais, 45% das crianças não confiam que essas pessoas possam tomar boas decisões em seu nome.
O Brasil é o pior caso com 81% seguido da África do Sul. Já na Índia, os menores confiam em seus dirigentes.
E ao serem perguntados sobre os nomes famosos que convidariam para sua festa de aniversário, as crianças não titubearam. Na lista entraram o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o jogador de futebol português, Cristiano Ronaldo, e os cantores Justin Bieber e Taylor Swift.
Fonte: Rádio ONU
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