Romanos 9.9-21
9 Porque a palavra da promessa é esta: Por este tempo virei, e Sara terá um filho.
10 E não somente esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai;
11 Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal ( para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama ),
12 Foi-lhe dito a ela: O maior servirá o menor.
13 Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú.
14 Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma.
15 Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia.
16 Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.
17 Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra.
18 Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer.
19 Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua vontade?
20 Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?
21 Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª Feira - 1 Tessalonicenses 1.3,4: A vossa eleição é de Deus
3ª Feira - 2 Tessalonicenses 2.13,14: Eleito desde o princípio para a salvação
4ª Feira - Romanos 8.29,30: Também os predestinou
5ª Feira - Efésios 1.1-11: Elegeu-nos Nele antes da fundação do mundo
6ª Feira -1 Timóteo 2.4-6: Ele quer que todos os homens se salvem
Sábado - Atos 15.7-9: Ele não fez diferença entre eles e nós
TEXTO ÁUREO
Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Porque quem compreendeu o intento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Romanos 11.33,34
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
* entender como o texto bíblico aborda o tema salvação no Antigo e no Novo Testamento;
* conhecer as duas principais correntes doutrinárias, reformadas, relativas à salvação;
* compreender que mais importante que apreender argumentações soteriológicas é saber que somente por meio de Cristo somos redimidos.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor,
No texto de Lucas 2.52 (ARA), encontramos um exemplo muito claro de desenvolvimento integral na pessoa do menino Jesus, que crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens. Assim também, as iniciativas da educação devem contemplar o ser humano em todos os seus constitutivos e áreas e prepará-lo para enfrentar os desafios da vida com ousadia, entusiasmo, confiança e coragem.
Educar, dentro de uma perspectiva cristã, exige um compromisso constante não apenas com a qualidade do conteúdo, a eficácia do método educacional, a qualidade e a quantidade de recursos didáticos, mas, acima de tudo, com o progresso do aluno em sua fé. Ajudá-lo a desenvolver todo o seu potencial e talentos concedidos por Deus é, primordialmente, a meta a ser perseguida.
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Como dito em lições anteriores, os fundamentos soteriológicos da fé cristã foram drasticamente afetados pela Reforma Protestante, a partir dos princípios de sola fide, sola Scriptura, solus Christus e sola gratia.
Nesta lição, destacaremos dois sistemas soteriológicos — adotados por igrejas reformadas em todo mundo —, considerando sua preeminência e relevância histórica, a saber: calvinismo e arminianismo. Antes, porém, veremos de que forma a salvação é apresentada no Antigo e no Novo Testamento.
1. SOTERIOLOGIA: A DOUTRINA DA SALVAÇÃO
Todas as religiões do mundo possuem, de um modo ou de outro, sua própria soteriologia (doutrina da salvação): algumas enfatizam o relacionamento entre Deus e os homens; outras, por sua vez, põem ênfase no aprimoramento do auto-conhecimento como forma de alcançar a redenção.
Vejamos a seguir de que forma o manual de fé e prática do cristão reformado (a Escritura) apresenta a salvação.
1.1. No Antigo Testamento
Yahweh é o Ser soberano que, invariavelmente, toma a iniciativa de restabelecer com o homem o elo (de amor e verdadeira comunhão) rompido com Ele, no Éden.
Pode-se afirmar que, para Israel, a ideia de aliança constitui-se na chave-mestra capaz de abrir as portas que levam ao conhecimento da identidade do Eterno.
Nas alianças estabelecidas com Israel — destacadas a seguir —, dentre outras promessas, Yahweh assegurou que salvaria o Seu povo.
São elas: edênica — da Criação à Queda (Gn 1—3.24); adâmica — de Adão ao Dilúvio (Gn 3.24—9.13); noética — de Noé a Abraão (Gn 9.13— 10.32); abraâmica — de Abraão a Moisés (Gn 12—Êx 3.6-10); mosaica — de Moisés a Davi (Êx 3.4; 2 Sm 7.1-29); davídica — de Davi a Cristo (2 Sm 7—Mt 1.1).
1.2. No Novo Testamento
No Novo Testamento, o conceito de salvação (gr. soteria = libertação, salvação, livramento, restituição do homem à ple na comunhão com o Eterno) inclui a maioria dos rudimentos e exterioridades mencionadas no Antigo Testamento (ajudar, libertar, livrar e salvar em situações de grandes ameaças) acrescentando-lhe dimensões espirituais (Fp 2.8).
A teologia reformada entende e apregoa que todo o Novo Testamento deixa transparecer a manifestação da graça salvadora de Deus em Cristo Jesus (Jo 3.16). Aliás, esse é o tema central da Nova Aliança, que está diretamente fundamentada na obra sacrificial de Cristo na cruz (que foi prefigurada pelo sistema de sacrifícios de Israel); [o Salvador] tira o pecado e purifica a consciência por meio da fé nele (Hb 10.2,22) [...] (RADMACHER; ALLEN; HOUSF, 20101), p. 437).
O termo aliança reveste-se de sublime importância na conformação da identidade religiosa de Israel, pois em nenhum outro sistema de culturas e crenças, em todo o mundo, encontram-se vestígios que possam indicar o estabelecimento de pactos entre uma divindade e o seu povo; fato que, por si só, comprova o ineditismo do texto bíblico.
2. OS SISTEMAS SOTERIOLÓGICOS PROTESTANTES
Existem diversos sistemas soteriológicos dentro do protestantismo, os quais partem desse entendimento primordial: os pecadores são declarados justos diante de Deus somente pela fé, somente em Cristo, somente pela Graça, não mediante as boas obras praticadas.
Abordar cada um desses sistemas ocuparia um espaço muito maior que o permitido nesta lição, e ultrapassaria os objetivos pretendidos nesta ocasião. Portanto, examinaremos dois deles, pelo fato de terem-se destacado desde a Reforma, a saber: o calvinismo e o arminianismo.
2.1. Considerações prévias
Ao longo dos séculos, debates têm sido promovidos e diversos materiais têm sido produzidos, por teólogos, pensadores e críticos, de forma sistemática, a respeito da seguinte pergunta: somos predestinados à salvação ou escolhemos ser salvos?
Considerando que, na História, ocorreram polarizações entre ambos os pensamentos, sem que tenha sido estabelecida uma conclusão definitiva, apresou taremos os principais aspectos dessas duas teorias — mutuamente excludentes, segundo seus defensores —, sem a pretensão de esgotar as múltiplas conexões sugeridas por cada segmento.
2.2. O calvinismo e a predestinação
A fundamentação teórica do calvinismo repousa sobre as Institutos da Religião Cristã, obra escrita pelo teólogo e reformador francês João Calvino (1509—1564).
A doutrina da eleição (ou predestinação), elaborada por Calvino, pode ser definida como um ato de Deus, por meio do qual Ele elegeu (escolheu) previamente um determinado número de pessoas para obter a salvação por meio da fé em Cristo, independente do desejo ou de qualquer ato da vontade humana.
2.2.1. As cinco teses centrais do calvinismo
É possível entender mais facilmente o calvinismo a partir das suas cinco teses centrais, resumidas no acrónimo TULIP.
• Total depravity (a total depravação) — A raça humana, como resultado do pecado, está tão decaída que nada pode fazer para melhorar ou para ser aceita diante de Deus.
• Unconditional election (a eleição incondicional) — O Deus soberano, na eternidade passada, elegeu (escolheu) alguns membros da raça humana para serem salvos, independentemente da aceitação de Sua oferta, que tem como base Sua graça e compaixão.
• Limited atonement (a expiação limitada) — Deus enviou Seu Filho para prover a expiação somente daqueles que Ele elegeu.
• Irresistible grace (a graça irresistível) — Os eleitos não poderão resistir à Sua oferta generosa; serão salvos.
• Perseverance ofthe saints (a perseverança dos santos) — Uma vez salvos, perseverarão até o fim e receberão a realidade última da salvação: a vida eterna.
2.2.2. Questões a serem respondidas pelo calvinismo
Todos os cinco pontos do acrónimo omitem um conceito específico da soberania divina, a saber: o fato de Deus ser soberano sobre Si mesmo e, portanto, capaz de limitar-se em áreas de Sua escolha, de modo que possamos ter verdadeiro livre-arbítrio — o que nos torna capazes de optar por sermos Seus filhos, em vez de apenas seres autómatos.
Além disso, esses cinco pontos do acrónimo colidem com o ensino bíblico da superioridade do sacrifício de Cristo, retirando o seu valor, pois, se alguns foram predestinados para a perdição, o que a obra expiatória de Cristo poderia fazer por eles? E, se outros foram predestinados para a salvação, em que medida o sacrifício de Cristo cooperou para que isso ocorresse?
2.3. O arminianismo e o livre-arbítrio
O arminianismo é uma doutrina firmada nos conceitos do teólogo holandês Jacob Harmensz (1560—1609), conhecido por seu nome latino Jacobus Arminius (em Português, Jacó Armínio).
O livre-arbítrio, sob muitos aspectos, consiste no anverso da doutrina da predestinação, elaborada por Calvino, pois apregoa que o homem pode tomar suas próprias decisões, determinando, assim, seu destino.
Armínio discordou das doutrinas calvinistas, argumentando que seus defensores:
(1) tendem a fazer de Deus o autor do pecado, por ter Ele escolhido, na eternidade passada, quem seria ou não salvo;
(2) negam o livre-arbítrio do ser humano, por declararem que ninguém pode resistir à graça de Deus; e
(3) negam a absoluta necessidade e singularidade do sacrifício de Cristo, pois, se tudo já está antecipadamente determinado, a obra de Cristo no Calvário foi vã.
2.3.1. As teses centrais do arminianismo
Os ensinos de Armínio foram resumidos nas cinco teses dos Artigos de Protesto, publicados em 1610, após a sua morte:
(1) a predestinação depende da maneira de a pessoa corresponder ao chamado da salvação, e é fundamentada na presciência de Deus;
(2) Cristo morreu em prol de toda e qualquer pessoa, mas somente as que crêem são salvas;
(3) a pessoa não tem a capacidade de crer e precisa da graça de Deus, mas
(4) a Graça pode ser resistida;
(5) se todos os regenerados perseverarão é questão que exige maior investigação (LETHAM, 1988, p. 45).
2.4. Adendo necessário
A diferença de pensamento entre cristãos reformados — inclusive no que concerne aos temas abordados nesta lição (predestinação e livre-arbítrio) — resulta da liberdade de consciência, conquistada, há cinco séculos, por aqueles que ousaram confrontar os abusos do Clero.
Não se deve compreender a liberdade de consciência como um agente de cisão entre os cristãos; ao contrário, ela foi, para a humanidade, antes de tudo, um dos grandes legados da Reforma Protestante (como veremos em lições subsequentes). Sem ela (sem a liberdade de consciência), estaríamos vivendo, ainda hoje, segundo as tradições e rituais romanos.
3. O POSICIONAMENTO DAS IGREJAS DE 'CONFISSÃO PENTECOSTAL
São claras as diferenças entre o calvinismo e o arminianismo, sistema soteriológico adotado pela maioria das igrejas de confissão pentecostal, dentre elas as Assembleias de Deus e várias outras.
Segundo os arminianos, Deus sabe, de antemão, as pessoas que lhe aceitarão a oferta da graça, e são essas que Ele predestina à salvação. Em outras palavras, Deus predestina todos aqueles que, de livre e espontânea vontade, aceitam a salvação outorgada em Cristo, e continuam a viver por Ele.
3.1. Quem são os predestinados à salvação?
Defender unilateralmente a doutrina da predestinação pode conduzir a grandes paradoxos, uma vez que a Bíblia ensina que o plano de Deus é que ninguém se perca, mas que todos cheguem ao conhecimento da verdade (1Tm 2.3-6). Além disso, as Escrituras apresentam um Deus justo, amoroso que não faz acepção de pessoas (Rm 2.11).
Hoje em dia, até mesmo os teólogos outrora muito radicais na defesa do calvinismo estão migrando, progressivamente, para um ponto de equilíbrio em relação ao tema do livre-arbítrio e da predestinação.
Predestinados à salvação são todos aqueles que se encontram do lado de dentro dos limites do sacrifício de Cristo e que, arrependidos dos seus pecados, confessaram-nos ao Senhor e tiveram seus nomes registrados no livro eterno.
CONCLUSÃO
Em relação aos temas principais apresentados nesta lição
(predestinação e livre-arbítrio), o que os cristãos reformados precisam ter em mente é que Deus não se limita a sistematizações e/ou a epistemologias, ao tempo e/ou ao espaço. Deste modo, precisamos prender-nos à verdade incontestável de Seu amor, que a todos quer envolver, porque Ele amou o mundo de tal maneira — e até mesmo além da percepção humana —, que enviou Seu único Filho para redimir o perdido, indistintamente. É Ele quem salva e transforma aqueles que Nele creem, dia a dia, à imagem do Seu Filho (Jo 3.16; Fp 1.6).
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Cite os dois sistemas soteriológicos protestantes abordados nesta lição:
R.: Calvinismo e arminianismo.
► Lição 8 - A Soteriologia Reformada
► Pré - aula: Lição 8 - A Soteriologia Reformada
Lições Bíblicas Jovens e Adultos - Central Gospel 4º Trimestre de 2017 Tema: Reforma Protestante – História, ensinos e legado
através deste site.Almeida Revista e
Atualizada
Bíblia Nova Tradução na Linguagem de Hoje, da Sociedade Bíblica do Brasil. através deste site.
BÍBLIA ONLINE
Lição: Jovens e Adultos
Trimestre: 4° de 2017
Comentarista: Pr. Gilmar Vieira Chaves
Editora: Central Gospel
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