1 Coríntios 11.26
“Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha”.
Verdade Aplicada
A Ceia do Senhor é uma ordenança de Cristo , um memorial de Sua morte redentora e um alerta de Seu retorno
Objetivos da Lição
Explicar o significado da Ceia, sua origem e seu propósito;
Apresentar a Ceia como uma celebração de unidade e comunhão com o Senhor;
Mostrar os aspectos importantes da Ceia e revelar seu caráter profético.
Glossário
Emblema: Insígnia; símbolo; sinal:
Parâmetro: Aquilo que serve de base ou norma para que se proceda à avaliação de qualidade ou quantidade; medida, padrão;
Sancionada: Aprovada, confirmada ou ratificada.
Leituras complementares
Segunda Êx 12.26-27
Terça Mt 26.20-30
Quarta Jo 6.51-57
Quinta At 2.46-47
Sexta Rm 5.8
Sábado 1Co 15.57
Textos de Referência.
1Coríntios 11.23-26
23 Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão;
24 E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.
25 Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.
26 Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha.
Hinos sugeridos
Harpa cristã: 39
Harpa cristã: 291
Harpa cristã: 301
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Motivo de Oração
Interceda por unidade entre os diferentes tipos de irmãos que representam o corpo de Cristo.
Esboço da Lição
Introdução
1. A Ceia do Senhor e seu significado.
2. A importância do discernimento.
3. Lições da Ceia do Senhor.
Introdução
Batismo e Ceia são ordenanças de Jesus. O batismo em águas aponta para nossa união com o Senhor em Sua morte, sepultamento e ressurreição; e a Ceia, para a continuidade de nossa comunhão com o Senhor pela Nova Aliança.
1. A Ceia do Senhor e seu significado.
Um pouco antes de ser traído, Jesus se reuniu com Seus discípulos para uma refeição comemorativa que marcaria para sempre a humanidade. Essa refeição deveria ser comemorada pelas futuras gerações, para demonstrar o profundo significado do que Ele fez por todos nós. A Ceia é um memorial de Sua morte; é a proclamação da Sua obra redentora e um alerta quanto ao Seu retorno (1Co 11.24-26).
1.1. O contexto da instituição da Ceia.
A Ceia do Senhor é a segunda ordenança que Jesus deixou para a Igreja (o batismo em águas foi a primeira). Foi instituída pelo Senhor “na noite em que foi traído” (1Co 11.23), quando da celebração da última Páscoa com Seus discípulos (Lc 22.15). A Páscoa era uma das três grandes festas dos judeus, sendo as outras: Pentecostes e Tabernáculos. A Pascoa apontava para três fatos importantes na história de Israel: o fim da escravidão vivida no Egito; o início de uma nova vida; e o começo da caminhada rumo a Terra Prometida (Êx 12.1, 14, 27). A Páscoa judaica era tipo da perfeita obra da redenção consumada por Jesus Cristo: através do Seu sacrifício, Ele nos liberta da escravidão do pecado, nos proporciona um (novo nascimento) e nos garante, no futuro, estarmos “para sempre com o Senhor”.
Para os judeus, o aspecto escatológico da festa da Páscoa, de acordo comum a regra da exegese das Escrituras do judaísmo, é demonstrado em um provérbio antigo: “Nesta noite foram redimidos e serão redimidos” (sobre o texto de Êxodo 12.42). Ou seja, o Messias vem na noite da Páscoa. A Ceia era entendida como um ato de comunhão com o Senhor (1Co 10.14-22). Era tomada quando toda a congregação se reunia, como um ato de fraternidade entre os irmãos (1Co 11.17-20). Cada cristão era obrigado a examinar-se para ter certeza de que estava participando da Ceia de um modo digno (1Co 11.27-29).
1.2. A primeira celebração da Ceia do Senhor.
Diferentemente do batismo em águas que Jesus ordenou, porém não batizou (Jo 3.22; 4.1-2), o próprio Jesus instituiu e celebrou a primeira Ceia do Senhor (Mt 26.26-28; 1Co 11.23-25). Assim, a Igreja recebeu o mandamento para celebrar a Ceia do Senhor, não na Páscoa, pois Cristo é a nossa Páscoa. Na Páscoa, os judeus lembravam da libertação do cativeiro egípcio, porém, na Ceia do Senhor, os discípulos de Jesus, seguindo Suas instruções, o fazem “em memória” dEle (Lc 22.19; 1Co 11.24-25). “Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (1Co 5.7b). Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29).
O termo usado por Jesus como “memória” é a palavra grega “anamnesis”, que significa transportar uma ação que estava enterrada no passado de tal modo que sua potência não sejam perdidas, mas trazidas para o presente. Após a celebração, cantaram um hino (provavelmente do Salmo 115 ao 118, que eram cantados ao término da refeição da Páscoa) e saíram. Seriam os últimos passos em direção à cruz. O Cordeiro seria crucificado. A Ceia do Senhor está para a Igreja, como a Páscoa estava para Israel.
1.3. Os elementos da Ceia do Senhor.
Os elementos da Ceia do Senhor são o pão e o vinho, que simbolizam, respectivamente, o corpo e o sangue de Jesus Cristo. O Senhor Jesus já havia dito que Ele é “o pão da vida” (Jo 6.35), que desceu do céu (Jo 6.33). Desceu, encarnou e foi crucificado, como oferta “feita uma vez” (Hb 10.10). O suco de uva simboliza o sangue de Jesus derramado no Calvário para nos redimir de nossos pecados (Mt 26.29; Lc 22.20). Assim, a participação na Ceia do Senhor é um testemunho de participação da Nova Aliança de Deus com o Seu povo (Hb 9.15).
Em 1 Coríntios 10.16, o apóstolo Paulo utiliza a expressão “comunhão do sangue de Cristo...Comunhão do corpo de Cristo”, indicando, assim, que a participação na ceia do Senhor nos lembra a importância de perseverarmos na comunhão com Ele pela fé e que podemos ser participantes da Sua natureza. Bem como a impossibilidade de se manter comunhão com Cristo e com os demônios. A Ceia do Senhor ensina sobre a exclusividade da comunhão com Jesus Cristo. Somos dEle. Pertencemos a Ele. Somos membros do Corpo dEle.
2. A importância do discernimento.
O apóstolo Paulo exorta a Igreja em Corinto sobre o perigo de não discernir, quando da participação na Ceia do Senhor (1Co 11.29). O termo “discernindo”, neste versículo, tem os significados de “distinguir”, “discernir com clareza”, “notar detalhadamente”. É preciso atenção por parte dos que participam da Ceia do Senhor, pois não devemos considera-la como qualquer outra refeição.
2.1. Pão e vinho: diferentes interpretações.
Considerando o exposto no tópico anterior, é preciso participar da Ceia do Senhor com solenidade e redobrada reverência, prévio auto exame (1 Co 11.28), pois é possível a pessoa se tornar culpada (1Co 11.27). Após a oração, os elementos estão consagrados, não são mais coisas comuns, mas com a finalidade única de serem emblemas do corpo e do sangue de Cristo (1Co 11.29).
Não cremos que o pão e o vinho tenham as suas substâncias mudadas e que se transformem, após a oração, literalmente no corpo e no sangue de Cristo. Esta interpretação se chama transubstanciação termo adotado pelo Catolicismo Romano em 1215 e reafirmado em ar55a no Concílio de Trento. Outra interpretação humana é chamada de consubstanciação, seguida por Lutero, que ensina a presença literal do corpo e do sangue de Cristo nos elementos da Ceia. As Sagradas Escrituras afirmam que o sacrifício de Jesus Cristo foi único, não se repete (Hb 9.28; 1º.12). Acreditar que é possível receber o próprio Cristo ao ingerir elementos materiais (consubstanciação) é enfraquecer a doutrina da fé.
2.2. “Examine-se a si mesmo”.
O texto bíblico de 1 Coríntios 11.28 nos mostra que se trata de uma ação antes de participar da Ceia do Senhor. No grego, o verbo é “dokimazo”, com significado de “provar, testar, aprovar”. Não devemos considerar a Ceia como uma coisa natural. Portanto, antes de comer o pão e beber o cálice, é necessário um rigoroso autoexame. Trata-se de um procedimento que deve ser constante na vida do discípulo do Senhor (2Co 13.5). Não devemos confiar somente na nossa capacidade própria, mas realizar tal exame com o auxílio do Espírito Santo e tendo a Palavra de Deus como nosso parâmetro.
Notar o que diz o texto: “Examine-se...e assim coma...”, Indica, assim, que não é apenas examinar, mas uma atitude pessoal visando participar. Ou seja, acertar o que precisa ser acertado. Não devemos nos acomodar no erro. O versículo em estudo pressupõe que, caso o indivíduo não se considere em condições de participar, esta conclusão o conduzirá ao arrependimento e à correção de suas ações. Na igreja em Corinto, os discípulos se reuniam não apenas para participar da Ceia do Senhor, mas, também, faziam juntos a refeição (1Co 11.17-21). Era chamada de “festa do amor” (2Pe 2.13; Jd 12). A conduta era tão reprovável em tais festas que o apóstolo diz: “...quando vos ajuntais...não é para comer a Ceia do Senhor” (1Co 11.20).
2.3. Participação na Ceia.
Encontramos na instrução do apóstolo Paulo várias expressões que têm causado dúvidas em muitos: indignamente, condenação, fracos, doentes, dormem, julgados, repreendidos. É interessante que estes termos tenham sido usados quando se está instruindo acerca da Ceia do Senhor (1Co 11.23-32). Precisamos refletir nos textos bíblicos sem desconsiderar o contexto e outros textos das Escrituras que abordam o mesmo tema. Num primeiro momento, sem considerar o contexto, alguém pode pensar: “Quem é digno de chegar-se à mesa do Senhor?”. Não somos dignos ou merecedores das misericórdias de Deus.
Notar que 1 Coríntios 11.27 está se referindo a “comer ou beber indignamente”. Não a pessoa, mas a ação, ou seja, “de maneira indigna”. E esta “maneira indigna”, o apóstolo trata no texto, pois está escrevendo para a igreja de Corinto: embriagues, egoísmo, dissenções. Trata-se de um alerta quanto à nossa conduta, para não esquecermos ou desprezarmos a verdadeira união com Cristo e com o Seu Corpo, a Igreja (1Co 12.12, 25). Por isso, a necessidade de “Examine-se, pois, o homem a si mesmo”.
3. Lições da Ceia do Senhor.
Refletindo nos termos registrados na Bíblia referindo-se à Ceia do Senhor – “Ceia do Senhor” (1Co 11.20); “mesa do Senhor” (1Co 10.21); “comunhão” (1Co 10.16); “partir o pão” (At 20.7) – e no que foi exposto nos tópicos anteriores, destacaremos três lições para a nossa vida de discípulos do Senhor.
3.1. A comunhão.
Conforme o relato de Paulo 1 Coríntios 11, aq1uele momento em que a igreja se reunia para realizar a “festa do amor” e celebrar a Ceia do Senhor, infelizmente, no lugar de unidade, comunhão e confraternização, só haviam contendas, disputas e espírito partidário. Estavam unidos no mesmo lugar, porém não estavam unidos no mesmo espírito. É preciso lembrar que a Ceia do Senhor é um instrumento de unificação para a Igreja (1Co 10.16-17).
A comunhão com o Senhor implica na comunhão com os irmãos (1Jo 1.7). O relacionamento do discípulo do Senhor é caracterizado por dois aspectos: vertical (com Cristo, cabeça da Igreja) e horizontal (com o Corpo de Cristo).. É oportunidade para manter a consciência da unidade do Corpo de Cristo. As diferenças não afetam o fato de que há uma unidade na diversidade (Sl 133; Ef 4.1-16).
3.2. A nova Aliança.
“Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue” (1Co 11.25). A expressão “Novo Testamento” que no grego significa “kainé diatheké”, indica, também, “o melhor testamento”; “novo e melhor concerto”. Refere-se à aliança de Deus com o Seu povo. Esta Nova Aliança foi sancionada pelo sangue de Cristo, diferentemente da Aliança celebrada no Monte Sinai, mediante o sacrifício de animais (Êx 24.3-12).
Esta Nova Aliança já havia sido predita no Antigo Testamento (Jr 31.31-34). O sacrifício de Jesus foi aceito perante a face de Deus. O sangue de Cristo é a nossa garantia de sermos aceitos por Deus (Hb 9.12, 24, 28). “...ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus” (Hb 10.19). A participação na Ceia do Senhor é a oportunidade de sermos gratos ao Senhor por tão grande privilégio de termos alcançados por este chamado de Deus para a “Nova Aliança”, melhor e eterna pois possui, também, um caráter escatológico (Hb 10.34-39).
3.3. Os três tempos da Ceia do Senhor.
Assim como a salvação abrange três tempos, em seus diversos aspectos, como, por exemplo, regeneração (passado), santificação (presente) e glorificado (futuro), também encontramos três tempos na Ceia do Senhor em 1 Coríntios 11.26: 1) Passado: “anunciais a morte do Senhor” – É digno de nota que as duas ordenanças deixadas pelo Senhor enfatizam a Sua morte: “Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (1Co 5.7); 2) Presente – “todas as vezes que comerdes e beberdes” – Lembra continuidade na observância, perseverança na comunhão e constante aviso sobre a Igreja cumprir sua missão em “anunciar a morte do Senhor”; 3) Futuro: “até que venha” – É o aspecto futuro (escatológico) da Ceia do Senhor. É a antecipação do banquete messiânico que reunirá pessoas de todas as nações, tribos e línguas para participar das Bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9).
Jesus veio para tirar os pecados de muitos e voltará para os que O esperam (Hb 9.28). A Ceia do Senhor manifesta a dinâmica e a abrangência desta tão grande salvação em Cristo Jesus. A vida do discípulo de Cristo não é estática, de um “só momento”. Não há menção quanto a frequência da celebração da Ceia, mas deve ser observada até a volta de Cristo.
Conclusão.
Participemos da Ceia em obediência à ordenança do Senhor, discernindo o ato, em comunhão vertical e horizontal, anunciando o perfeito e único sacrifício de Jesus Cristo no Calvário, sendo gratos e perseverando até que Ele venha e, assim também participaremos das Bodas do Cordeiro.
Questionário.
1. Quais eram as três grandes festas dos judeus?
R: Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos (Êx 12).
2. Quem instituiu e celebrou a primeira Ceia do Senhor?
R: O próprio Jesus (Mt 26.26-28).
3. Quais são os elementos da Ceia do Senhor?
R: O pão e o vinho (Lc 22.20).
4. O que o suco de uva simboliza?
R: O sangue de Jesus derramado no Calvário para nos redimir de nossos pecados (Mt 26.29).
5. O que o texto bíblico de 1 Coríntios 11.28 nos mostra?
R: Que examinar-se a si mesmo se trata de uma ação antes de participar da Ceia do Senhor (1Co 11.28).
Esboço da Lição
Introdução
1. A Ceia do Senhor e seu significado.
2. A importância do discernimento.
3. Lições da Ceia do Senhor.
Introdução
Batismo e Ceia são ordenanças de Jesus. O batismo em águas aponta para nossa união com o Senhor em Sua morte, sepultamento e ressurreição; e a Ceia, para a continuidade de nossa comunhão com o Senhor pela Nova Aliança.
1. A Ceia do Senhor e seu significado.
Um pouco antes de ser traído, Jesus se reuniu com Seus discípulos para uma refeição comemorativa que marcaria para sempre a humanidade. Essa refeição deveria ser comemorada pelas futuras gerações, para demonstrar o profundo significado do que Ele fez por todos nós. A Ceia é um memorial de Sua morte; é a proclamação da Sua obra redentora e um alerta quanto ao Seu retorno (1Co 11.24-26).
1.1. O contexto da instituição da Ceia.
A Ceia do Senhor é a segunda ordenança que Jesus deixou para a Igreja (o batismo em águas foi a primeira). Foi instituída pelo Senhor “na noite em que foi traído” (1Co 11.23), quando da celebração da última Páscoa com Seus discípulos (Lc 22.15). A Páscoa era uma das três grandes festas dos judeus, sendo as outras: Pentecostes e Tabernáculos. A Pascoa apontava para três fatos importantes na história de Israel: o fim da escravidão vivida no Egito; o início de uma nova vida; e o começo da caminhada rumo a Terra Prometida (Êx 12.1, 14, 27). A Páscoa judaica era tipo da perfeita obra da redenção consumada por Jesus Cristo: através do Seu sacrifício, Ele nos liberta da escravidão do pecado, nos proporciona um (novo nascimento) e nos garante, no futuro, estarmos “para sempre com o Senhor”.
Para os judeus, o aspecto escatológico da festa da Páscoa, de acordo comum a regra da exegese das Escrituras do judaísmo, é demonstrado em um provérbio antigo: “Nesta noite foram redimidos e serão redimidos” (sobre o texto de Êxodo 12.42). Ou seja, o Messias vem na noite da Páscoa. A Ceia era entendida como um ato de comunhão com o Senhor (1Co 10.14-22). Era tomada quando toda a congregação se reunia, como um ato de fraternidade entre os irmãos (1Co 11.17-20). Cada cristão era obrigado a examinar-se para ter certeza de que estava participando da Ceia de um modo digno (1Co 11.27-29).
1.2. A primeira celebração da Ceia do Senhor.
Diferentemente do batismo em águas que Jesus ordenou, porém não batizou (Jo 3.22; 4.1-2), o próprio Jesus instituiu e celebrou a primeira Ceia do Senhor (Mt 26.26-28; 1Co 11.23-25). Assim, a Igreja recebeu o mandamento para celebrar a Ceia do Senhor, não na Páscoa, pois Cristo é a nossa Páscoa. Na Páscoa, os judeus lembravam da libertação do cativeiro egípcio, porém, na Ceia do Senhor, os discípulos de Jesus, seguindo Suas instruções, o fazem “em memória” dEle (Lc 22.19; 1Co 11.24-25). “Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (1Co 5.7b). Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29).
O termo usado por Jesus como “memória” é a palavra grega “anamnesis”, que significa transportar uma ação que estava enterrada no passado de tal modo que sua potência não sejam perdidas, mas trazidas para o presente. Após a celebração, cantaram um hino (provavelmente do Salmo 115 ao 118, que eram cantados ao término da refeição da Páscoa) e saíram. Seriam os últimos passos em direção à cruz. O Cordeiro seria crucificado. A Ceia do Senhor está para a Igreja, como a Páscoa estava para Israel.
1.3. Os elementos da Ceia do Senhor.
Os elementos da Ceia do Senhor são o pão e o vinho, que simbolizam, respectivamente, o corpo e o sangue de Jesus Cristo. O Senhor Jesus já havia dito que Ele é “o pão da vida” (Jo 6.35), que desceu do céu (Jo 6.33). Desceu, encarnou e foi crucificado, como oferta “feita uma vez” (Hb 10.10). O suco de uva simboliza o sangue de Jesus derramado no Calvário para nos redimir de nossos pecados (Mt 26.29; Lc 22.20). Assim, a participação na Ceia do Senhor é um testemunho de participação da Nova Aliança de Deus com o Seu povo (Hb 9.15).
Em 1 Coríntios 10.16, o apóstolo Paulo utiliza a expressão “comunhão do sangue de Cristo...Comunhão do corpo de Cristo”, indicando, assim, que a participação na ceia do Senhor nos lembra a importância de perseverarmos na comunhão com Ele pela fé e que podemos ser participantes da Sua natureza. Bem como a impossibilidade de se manter comunhão com Cristo e com os demônios. A Ceia do Senhor ensina sobre a exclusividade da comunhão com Jesus Cristo. Somos dEle. Pertencemos a Ele. Somos membros do Corpo dEle.
2. A importância do discernimento.
O apóstolo Paulo exorta a Igreja em Corinto sobre o perigo de não discernir, quando da participação na Ceia do Senhor (1Co 11.29). O termo “discernindo”, neste versículo, tem os significados de “distinguir”, “discernir com clareza”, “notar detalhadamente”. É preciso atenção por parte dos que participam da Ceia do Senhor, pois não devemos considera-la como qualquer outra refeição.
2.1. Pão e vinho: diferentes interpretações.
Considerando o exposto no tópico anterior, é preciso participar da Ceia do Senhor com solenidade e redobrada reverência, prévio auto exame (1 Co 11.28), pois é possível a pessoa se tornar culpada (1Co 11.27). Após a oração, os elementos estão consagrados, não são mais coisas comuns, mas com a finalidade única de serem emblemas do corpo e do sangue de Cristo (1Co 11.29).
Não cremos que o pão e o vinho tenham as suas substâncias mudadas e que se transformem, após a oração, literalmente no corpo e no sangue de Cristo. Esta interpretação se chama transubstanciação termo adotado pelo Catolicismo Romano em 1215 e reafirmado em ar55a no Concílio de Trento. Outra interpretação humana é chamada de consubstanciação, seguida por Lutero, que ensina a presença literal do corpo e do sangue de Cristo nos elementos da Ceia. As Sagradas Escrituras afirmam que o sacrifício de Jesus Cristo foi único, não se repete (Hb 9.28; 1º.12). Acreditar que é possível receber o próprio Cristo ao ingerir elementos materiais (consubstanciação) é enfraquecer a doutrina da fé.
2.2. “Examine-se a si mesmo”.
O texto bíblico de 1 Coríntios 11.28 nos mostra que se trata de uma ação antes de participar da Ceia do Senhor. No grego, o verbo é “dokimazo”, com significado de “provar, testar, aprovar”. Não devemos considerar a Ceia como uma coisa natural. Portanto, antes de comer o pão e beber o cálice, é necessário um rigoroso autoexame. Trata-se de um procedimento que deve ser constante na vida do discípulo do Senhor (2Co 13.5). Não devemos confiar somente na nossa capacidade própria, mas realizar tal exame com o auxílio do Espírito Santo e tendo a Palavra de Deus como nosso parâmetro.
Notar o que diz o texto: “Examine-se...e assim coma...”, Indica, assim, que não é apenas examinar, mas uma atitude pessoal visando participar. Ou seja, acertar o que precisa ser acertado. Não devemos nos acomodar no erro. O versículo em estudo pressupõe que, caso o indivíduo não se considere em condições de participar, esta conclusão o conduzirá ao arrependimento e à correção de suas ações. Na igreja em Corinto, os discípulos se reuniam não apenas para participar da Ceia do Senhor, mas, também, faziam juntos a refeição (1Co 11.17-21). Era chamada de “festa do amor” (2Pe 2.13; Jd 12). A conduta era tão reprovável em tais festas que o apóstolo diz: “...quando vos ajuntais...não é para comer a Ceia do Senhor” (1Co 11.20).
2.3. Participação na Ceia.
Encontramos na instrução do apóstolo Paulo várias expressões que têm causado dúvidas em muitos: indignamente, condenação, fracos, doentes, dormem, julgados, repreendidos. É interessante que estes termos tenham sido usados quando se está instruindo acerca da Ceia do Senhor (1Co 11.23-32). Precisamos refletir nos textos bíblicos sem desconsiderar o contexto e outros textos das Escrituras que abordam o mesmo tema. Num primeiro momento, sem considerar o contexto, alguém pode pensar: “Quem é digno de chegar-se à mesa do Senhor?”. Não somos dignos ou merecedores das misericórdias de Deus.
Notar que 1 Coríntios 11.27 está se referindo a “comer ou beber indignamente”. Não a pessoa, mas a ação, ou seja, “de maneira indigna”. E esta “maneira indigna”, o apóstolo trata no texto, pois está escrevendo para a igreja de Corinto: embriagues, egoísmo, dissenções. Trata-se de um alerta quanto à nossa conduta, para não esquecermos ou desprezarmos a verdadeira união com Cristo e com o Seu Corpo, a Igreja (1Co 12.12, 25). Por isso, a necessidade de “Examine-se, pois, o homem a si mesmo”.
3. Lições da Ceia do Senhor.
Refletindo nos termos registrados na Bíblia referindo-se à Ceia do Senhor – “Ceia do Senhor” (1Co 11.20); “mesa do Senhor” (1Co 10.21); “comunhão” (1Co 10.16); “partir o pão” (At 20.7) – e no que foi exposto nos tópicos anteriores, destacaremos três lições para a nossa vida de discípulos do Senhor.
3.1. A comunhão.
Conforme o relato de Paulo 1 Coríntios 11, aq1uele momento em que a igreja se reunia para realizar a “festa do amor” e celebrar a Ceia do Senhor, infelizmente, no lugar de unidade, comunhão e confraternização, só haviam contendas, disputas e espírito partidário. Estavam unidos no mesmo lugar, porém não estavam unidos no mesmo espírito. É preciso lembrar que a Ceia do Senhor é um instrumento de unificação para a Igreja (1Co 10.16-17).
A comunhão com o Senhor implica na comunhão com os irmãos (1Jo 1.7). O relacionamento do discípulo do Senhor é caracterizado por dois aspectos: vertical (com Cristo, cabeça da Igreja) e horizontal (com o Corpo de Cristo).. É oportunidade para manter a consciência da unidade do Corpo de Cristo. As diferenças não afetam o fato de que há uma unidade na diversidade (Sl 133; Ef 4.1-16).
3.2. A nova Aliança.
“Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue” (1Co 11.25). A expressão “Novo Testamento” que no grego significa “kainé diatheké”, indica, também, “o melhor testamento”; “novo e melhor concerto”. Refere-se à aliança de Deus com o Seu povo. Esta Nova Aliança foi sancionada pelo sangue de Cristo, diferentemente da Aliança celebrada no Monte Sinai, mediante o sacrifício de animais (Êx 24.3-12).
Esta Nova Aliança já havia sido predita no Antigo Testamento (Jr 31.31-34). O sacrifício de Jesus foi aceito perante a face de Deus. O sangue de Cristo é a nossa garantia de sermos aceitos por Deus (Hb 9.12, 24, 28). “...ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus” (Hb 10.19). A participação na Ceia do Senhor é a oportunidade de sermos gratos ao Senhor por tão grande privilégio de termos alcançados por este chamado de Deus para a “Nova Aliança”, melhor e eterna pois possui, também, um caráter escatológico (Hb 10.34-39).
3.3. Os três tempos da Ceia do Senhor.
Assim como a salvação abrange três tempos, em seus diversos aspectos, como, por exemplo, regeneração (passado), santificação (presente) e glorificado (futuro), também encontramos três tempos na Ceia do Senhor em 1 Coríntios 11.26: 1) Passado: “anunciais a morte do Senhor” – É digno de nota que as duas ordenanças deixadas pelo Senhor enfatizam a Sua morte: “Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (1Co 5.7); 2) Presente – “todas as vezes que comerdes e beberdes” – Lembra continuidade na observância, perseverança na comunhão e constante aviso sobre a Igreja cumprir sua missão em “anunciar a morte do Senhor”; 3) Futuro: “até que venha” – É o aspecto futuro (escatológico) da Ceia do Senhor. É a antecipação do banquete messiânico que reunirá pessoas de todas as nações, tribos e línguas para participar das Bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9).
Jesus veio para tirar os pecados de muitos e voltará para os que O esperam (Hb 9.28). A Ceia do Senhor manifesta a dinâmica e a abrangência desta tão grande salvação em Cristo Jesus. A vida do discípulo de Cristo não é estática, de um “só momento”. Não há menção quanto a frequência da celebração da Ceia, mas deve ser observada até a volta de Cristo.
Conclusão.
Participemos da Ceia em obediência à ordenança do Senhor, discernindo o ato, em comunhão vertical e horizontal, anunciando o perfeito e único sacrifício de Jesus Cristo no Calvário, sendo gratos e perseverando até que Ele venha e, assim também participaremos das Bodas do Cordeiro.
Questionário.
1. Quais eram as três grandes festas dos judeus?
R: Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos (Êx 12).
2. Quem instituiu e celebrou a primeira Ceia do Senhor?
R: O próprio Jesus (Mt 26.26-28).
3. Quais são os elementos da Ceia do Senhor?
R: O pão e o vinho (Lc 22.20).
4. O que o suco de uva simboliza?
R: O sangue de Jesus derramado no Calvário para nos redimir de nossos pecados (Mt 26.29).
5. O que o texto bíblico de 1 Coríntios 11.28 nos mostra?
R: Que examinar-se a si mesmo se trata de uma ação antes de participar da Ceia do Senhor (1Co 11.28).
Revista Bétel Dominical 4º Trimestre de 2017 - Adultos: Tema: Doutrinas Fundamentais da Igreja de Cristo: O legado da Reforma Protestante e a importância de perseverar nos ensinos dos apóstolos.
através deste site.Almeida Revista e Atualizada
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Fonte: Revista de Escola Bíblica Dominical, Betel, Doutrinas Fundamentais da Igreja de Cristo. O legado da reforma Protestante e a importância de perseverar no ensino dos apóstolos, Adultos, edição do professor, 4º trimestre de 2017.
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