E ouvireis de guerras e de rumores de guerras;..." Mateus 24:6
Os Estados Unidos acusaram nesta segunda-feira (5) a Síria de cometer mais um ataque com armas químicas no país e a Rússia de atrasar a adoção de uma condenação do Conselho de Segurança da ONU contra esses ataques que deixaram vários feridos, incluindo crianças.
Neste domingo, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) informou que 5 civis sírios com sintomas de asfixia foram hospitalizados depois de bombardeios do governo Bashar al-Assad na cidade de Saraqeb. O OSDH já havia reportado em 22 de janeiro outros casos de asfixia após ataques em Ghouta Oriental, próxima a Damasco. O governo sírio nega.
A embaixadora americana ante as Nações Unidas, Nikki Haley, afirmou nesta segunda ao Conselho de Segurança que havia "evidências claras de dezenas de vítimas" que comprovam o uso de cloro nos ataques em Guta Oriental, uma região rebelde a leste de Damasco.
"Temos informações de que o regime de Bashar al-Assad usou gás de cloro contra seu próprio povo em várias ocasiões nas últimas semanas, inclusive ontem", informou Haley.
Os Estados Unidos apresentaram um rascunho de declaração para condenar o uso de armas químicas na Síria, mas a Rússia pediu para adiar a resolução para fazer comentários, segundo diplomatas.
"A Rússia atrasou a adoção desta declaração. Uma simples condenação pelas crianças sírias sufocadas pelo gás de cloro", acrescentou Haley.
Projeto de declaração
De acordo com o projeto de declaração, o Conselho de Segurança pretende condenar "nos termos mais fortes" um suposto ataque com cloro realizado no dia 1 de fevereiro na cidade de Duma, em Guta Oriental, que deixou mais de 20 civis feridos, incluindo crianças.
A declaração evoca preocupação depois de três ataques com cloro em Ghouta Oriental nas últimas semanas. Os responsáveis pelo uso de armas químicas, incluindo cloro ou qualquer outra substância química, devem responder por seus atos, de acordo com o texto.
A guerra na Síria matou mais de 340 mil pessoas e deslocou milhões desde março de 2011.
Ghouta Oriental é uma das quatro "zonas de distensão" definidas no ano passado pela Turquia, Irã e Rússia. Mas a violência se intensificou nas últimas semanas nesta região, com pelo menos 11 civis mortos em incursões no distrito apenas na sexta-feira.
Suspeita-se que durante este mês, o cloro tenha sido usado duas vezes pelo regime em Ghouta Oriental, causando problemas respiratórios entre civis.
A ONU levantou sua voz para o uso de armas químicas neste conflito, particularmente em 2014 e 2015. Algo que o governo nega com veemência.
Fonte: AFP
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