A comunidade científica se deparou recentemente com uma nova explicação para a epidemia de microcefalia no Brasil, que não estaria ligada ao zika, mas, sim, a um pesticida usado para impedir o desenvolvimento do Aedes Aegypti em tanques de água limpa. Enquanto as dúvidas permanecem, o vírus continua se espalhando pelo mundo, atingindo até a Rússia.
A hipótese foi divulgada através de um relatório da organização argentina Physicians in Crop-Sprayed Towns (PCST), segundo a qual o larvicida pyriproxifen, fabricado pela Sumitomo Chemical, companhia associada à Monsanto, e introduzido no Brasil no final de 2014, poderia ser a verdadeira causa de um problema que vem assustando todo o mundo. Conforme essa pesquisa, as razões para acreditar nessa relação provêm do fato de que as regiões onde o produto foi aplicado, que são as que apresentam as maiores incidências do mosquito, no estado de Pernambuco, são também as que possuem mais casos de microcefalia, enquanto em outros países amplamente atingidos pelo zika não houve qualquer registro de malformações em bebês associadas ao vírus.
De acordo com o Ministério da Saúde, em 2015 e 2016, foram notificados 5.079 casos de microcefalia e/ou outras alterações do sistema nervoso central em todo o país. Desses, 765 já foram descartados, 462 foram confirmados e outros 3.852 estão sob investigação. Dos confirmados, 41 teriam relação comprovada com o vírus zika. Por meio de nota oficial, o ministério declarou que não há embasamento científico para associar o uso de pyriproxifen à microcefalia e que o produto possui certificação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e foi aprovado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
“Ao contrário da relação entre o vírus zika e a microcefalia, que já teve sua confirmação atestada em exames que apontaram a presença do vírus em amostras de sangue, tecidos e no líquido amniótico, a associação entre o uso de pyriproxifen e a microcefalia não possui nenhum embasamento cientifico. É importante destacar que algumas localidades que não utilizam o pyriproxifen também tiveram casos de microcefalia notificados”.
Estudos publicados recentemente em boletins da OMS revelaram que as estatísticas oficiais sobre a microcefalia no Brasil eram pouco precisas antes do surto de zika e das primeiras associações entre essas duas doenças. Segundo os dados do governo, a taxa nacional não teria sido superior a 150 casos por ano até 2014. No entanto, levantamentos realizados por cientistas do Círculo do Coração de Pernambuco e da Universidade Federal do Ceará mostraram que esses números podem ter sido superiores a 6 mil na era pré-zika.
De acordo com a pediatra Sandra Mattos, do Círculo do Coração de Pernambuco, apesar das divergências, fica evidente que houve nos últimos meses um aumento nos casos de microcefalia grave, o que, com a epidemia da zika, chamou a atenção das autoridades de saúde para a necessidade de se notificar também os casos mais leves. Embora acredite que o vírus continue sendo o principal suspeito de provocar esse surto, a especialista, citada pela imprensa, defende que outros fatores não podem ser descartados, incluindo o uso de substâncias tóxicas.
Para o virologista Davis Fernandes Ferreira, vice-diretor do Instituto de Microbiologia da UFRJ, tanto a relação da microcefalia com a zika quanto com o pyriproxifen ou qualquer outro produto ainda precisa ser comprovada.
“Dentro do que a gente sabe cientificamente, não há nenhuma razão para crer que o pyriproxifen seja responsável pelos defeitos que têm aparecido, defeitos congênitos, microcefalia, entre outros, em bebês nascidos no Brasil. Inclusive, nós temos detectado também um aumento (nos casos) de microcefalia em locais onde o pyriproxifen não é utilizado”.
Segundo o especialista, que trabalha na pesquisa de um medicamento desenvolvido a partir da flora brasileira para o tratamento e a prevenção ao zika, o Brasil está vivenciando “a maior epidemia de zika vírus já ocorrida no mundo todo”, e, por esse motivo, fatores que não haviam sido observados antes podem ficar mais visíveis agora.
“Infelizmente, nós ainda estamos no meio de uma história, tentando aprender com ela. E nós não podemos rechaçar nenhuma hipótese”.
Enquanto os cientistas ainda tentam estabelecer a relação detalhada entre o zika e outras doenças, o vírus continua se espalhando para outras partes do mundo. Nesta segunda-feira, a Rússia confirmou o seu primeiro caso, em uma mulher que teria viajado recentemente para a República Dominicana. A China, por sua vez, anunciou o seu segundo caso, um dia depois de a primeira pessoa contaminada pela doença ter recebido alta. Segundo a agência de notícias Xinhua, os dois pacientes teriam sido infectados na Venezuela.
Fonte: Sputnik.
Leia mais aqui: AH.Com Notícias
A hipótese foi divulgada através de um relatório da organização argentina Physicians in Crop-Sprayed Towns (PCST), segundo a qual o larvicida pyriproxifen, fabricado pela Sumitomo Chemical, companhia associada à Monsanto, e introduzido no Brasil no final de 2014, poderia ser a verdadeira causa de um problema que vem assustando todo o mundo. Conforme essa pesquisa, as razões para acreditar nessa relação provêm do fato de que as regiões onde o produto foi aplicado, que são as que apresentam as maiores incidências do mosquito, no estado de Pernambuco, são também as que possuem mais casos de microcefalia, enquanto em outros países amplamente atingidos pelo zika não houve qualquer registro de malformações em bebês associadas ao vírus.
De acordo com o Ministério da Saúde, em 2015 e 2016, foram notificados 5.079 casos de microcefalia e/ou outras alterações do sistema nervoso central em todo o país. Desses, 765 já foram descartados, 462 foram confirmados e outros 3.852 estão sob investigação. Dos confirmados, 41 teriam relação comprovada com o vírus zika. Por meio de nota oficial, o ministério declarou que não há embasamento científico para associar o uso de pyriproxifen à microcefalia e que o produto possui certificação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e foi aprovado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
“Ao contrário da relação entre o vírus zika e a microcefalia, que já teve sua confirmação atestada em exames que apontaram a presença do vírus em amostras de sangue, tecidos e no líquido amniótico, a associação entre o uso de pyriproxifen e a microcefalia não possui nenhum embasamento cientifico. É importante destacar que algumas localidades que não utilizam o pyriproxifen também tiveram casos de microcefalia notificados”.
Estudos publicados recentemente em boletins da OMS revelaram que as estatísticas oficiais sobre a microcefalia no Brasil eram pouco precisas antes do surto de zika e das primeiras associações entre essas duas doenças. Segundo os dados do governo, a taxa nacional não teria sido superior a 150 casos por ano até 2014. No entanto, levantamentos realizados por cientistas do Círculo do Coração de Pernambuco e da Universidade Federal do Ceará mostraram que esses números podem ter sido superiores a 6 mil na era pré-zika.
De acordo com a pediatra Sandra Mattos, do Círculo do Coração de Pernambuco, apesar das divergências, fica evidente que houve nos últimos meses um aumento nos casos de microcefalia grave, o que, com a epidemia da zika, chamou a atenção das autoridades de saúde para a necessidade de se notificar também os casos mais leves. Embora acredite que o vírus continue sendo o principal suspeito de provocar esse surto, a especialista, citada pela imprensa, defende que outros fatores não podem ser descartados, incluindo o uso de substâncias tóxicas.
Para o virologista Davis Fernandes Ferreira, vice-diretor do Instituto de Microbiologia da UFRJ, tanto a relação da microcefalia com a zika quanto com o pyriproxifen ou qualquer outro produto ainda precisa ser comprovada.
“Dentro do que a gente sabe cientificamente, não há nenhuma razão para crer que o pyriproxifen seja responsável pelos defeitos que têm aparecido, defeitos congênitos, microcefalia, entre outros, em bebês nascidos no Brasil. Inclusive, nós temos detectado também um aumento (nos casos) de microcefalia em locais onde o pyriproxifen não é utilizado”.
Segundo o especialista, que trabalha na pesquisa de um medicamento desenvolvido a partir da flora brasileira para o tratamento e a prevenção ao zika, o Brasil está vivenciando “a maior epidemia de zika vírus já ocorrida no mundo todo”, e, por esse motivo, fatores que não haviam sido observados antes podem ficar mais visíveis agora.
“Infelizmente, nós ainda estamos no meio de uma história, tentando aprender com ela. E nós não podemos rechaçar nenhuma hipótese”.
Enquanto os cientistas ainda tentam estabelecer a relação detalhada entre o zika e outras doenças, o vírus continua se espalhando para outras partes do mundo. Nesta segunda-feira, a Rússia confirmou o seu primeiro caso, em uma mulher que teria viajado recentemente para a República Dominicana. A China, por sua vez, anunciou o seu segundo caso, um dia depois de a primeira pessoa contaminada pela doença ter recebido alta. Segundo a agência de notícias Xinhua, os dois pacientes teriam sido infectados na Venezuela.
Fonte: Sputnik.
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