"Já é possível comprar quase todos os tipos de drogas online, para serem entregues por correio, não havendo contacto físico entre o comprador e o vendedor", disse Dimitris Avramopoulos, comissário europeu para os Assuntos Internos.
Mais de 80 milhões de pessoas – quase um quarto da população adulta da União Europeia – já experimentaram drogas ilícitas, mas o uso da Internet para a compra dessas drogas é ainda limitado, diz o Observatório, que tem sede em Lisboa.
Num estudo realizado em 2015 junto de cem mil utilizadores da Internet em todo o mundo, 10% dos entrevistados admitiram ter comprado drogas online. "A velocidade a que o mercado de droga se transformou devido à Internet" levanta "desafios significativos para as autoridades e para a polícia", que tentam detectar as ilegalidades, diz o relatório.
A maior parte do tráfego ainda "permanece firmemente enraizado no mundo físico, mas os mercados virtuais estão hoje a alargar a forma como é feita a oferta de drogas, com opções variadas à disposição dos potenciais compradores", disse o director do Observatório, Alexis Goosdeel.
De acordo com o relatório, a distribuição de drogas legais – como vários tipos de medicamentos – ou de substâncias cobertas por um limbo jurídico é feita abertamente na Internet acessível à generalidade dos utilizadores. Porém, a maioria dos vendedores de drogas ilegais, como a cocaína ou a heroína, comercializam os seus produtos na chamada dark web (onde estão alojadas páginas que não surgem listadas nos tradicionais motores de busca).
Na Europa, cerca de 650 sites oferecem substâncias psicoactivas, muitas vezes apresentadas como substitutas de drogas ilegais mas que podem ser letais, segundo relatório.
Em pleno crescimento, "os mercados de droga online também mudaram o tráfico de substâncias da mesma forma que o eBay, a Amazon ou o PayPal mudaram o comércio do retalho", disse Goosdeel.
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