O Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, declarou “estado de catástrofe” em grande parte das zonas rurais do país atingidas pela seca severa.
O ministro das Obras Públicas, Saviour Kasukuwere, afirmou num comunicado que, no Zimbabwe, o número de pessoas que necessitam de ajuda alimentar aumentou para 2,4 milhões, o que constitui 26 % da população do país.
A declaração de “estado de catástrofe” permite que doadores internacionais possam arrecadar fundos rapidamente, de forma a fornecer ajuda alimentar ao Zimbabwe, que vai intensificar as importações de milho – até 700 mil toneladas – para evitar a fome neste ano, segundo informações da Reuters.
Os níveis de precipitação no país diminuíram cerca de 75 %, o que tem levado à destruição de colheitas de milho e à morte de milhares de cabeças de gado. "Em certas partes do país, os agricultores utilizam a palha dos seus telhados para alimentar o gado", afirma o Director do programa da Oxfam para o Zimbabwe, Jan Vossen, à BBC.
O país ainda enfrenta as consequências de recessão do período entre 1999 e 2008, em que a sua economia contraiu pelo menos 50 %. O Zimbabwe é refém de um baixo crescimento económico, com a seca actual – a mais grave em 25 anos – a agravar significativamente as dificuldades vividas neste país do sul de África.
A situação de seca actual deve-se em grande parte ao El Niño – nome dado ao processo de aquecimento e arrefecimento de diferentes zonas do Pacífico que afecta o curso das tempestades e causa abundância e escassez de chuvas em diferentes pontos do globo.
Este problema não é exclusivo do Zimbabwe. O Programa Mundial Alimentar estima que cerca de 14 milhões de pessoas passam fome no sul de África, devido à seca, afirma a BBC.
A África do Sul – maior produtor alimentar da região – também está a atravessar a pior seca dos últimos 50 anos. A Namíbia, o Botswana e a Zâmbia também têm sido fortemente afectados pela seca, que tem sido bastante agravada pelo fenómeno do El Niño.
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