Lucas 9.23
“E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me”.
Verdade Aplicada
O Senhor Jesus Cristo continua chamando e estabelecendo condições para ser Seu discípulo.
Objetivos da Lição
Identificar o significado de ser um discípulo de Jesus;
Demonstrar a necessidade da coerência na vida do discípulo de Jesus Cristo;
Compreender as atitudes indispensáveis do discípulo de Jesus Cristo.
Glossário
Coerência: Ligação, harmonia; nexo;
Compungir: Arrepender-se;
Sincretismo: Fusão de diferentes cultos ou doutrinas religiosas, com reinterpretação de seus elementos.
Leituras complementares
Segunda Lc 9.24
Terça Lc 9.25
Quarta Lc 9.26
Quinta Lc 14.28
Sexta Lc 14.29
Sábado Lc 14.30-32
Textos de Referência.
Lucas 14.25-27; 33-35
5 Ora, ia com ele uma grande multidão; e, voltando-se, disse-lhe:
26 Se alguém vier a mim e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.
27 E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu discípulo.
33 Assim, pois, qualquer de vós que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.
34 Bom é o sal, mas, se sal degenerar, com que se adubará?
35 Nem presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no para fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
Hinos sugeridos.
Harpa Cristã: 127
Harpa Cristã: 432
Harpa Cristã: 545
Motivo de Oração
Clame pela salvação dos seus vizinhos.
Esboço da Lição
Introdução
1. A identidade do discípulo.
2. O que significa seguir a Jesus?
3. Atitudes do discípulo de Jesus Cristo.
Introdução
Tornar-se um discípulo de Jesus Cristo não está limitado a um culto, uma experiência espiritual isoladamente. Como disse Paul Bendor-Samuel: “Ser discípulo é um estado ativo de aprendizado e crescimento”.
1. A identidade do discípulo.
Continuando nosso estudo sobre o processo de formação do discípulo, é relevante uma profunda e sincera reflexão sobre o que significa ser um discípulo de Jesus Cristo. Como afirmou John Stott: “A razão de quase todas as nossas falhas é a facilidade que temos de esquecer nossa identidade como discípulos”.
1.1. O significado do termo “discípulo”.
Vários sentidos são encontrados nas palavras “ensinai” (Mt 28.19) e “ensinando” (Mt 28.20) na língua grega: “fazei discípulos”; “instruir”; “tornar-se um discípulo”; “ser um discipulo”; “aprendiz”; “seguidor”. É importante saber que na época era comum, como vemos em Mateus 22.16 e Mateus 9.14. Os fariseus tinham discípulos; João Batista também. Os filósofos, antes de Cristo, tinham discípulos. Assim, quando o Senhor Jesus ordenou que a Igreja fizesse discípulos de todas as nações, os apóstolos entenderam o que isso significava.
Este termo foi tão bem compreendido pelos apóstolos que, após o início da igreja , a palavra discípulo era usada para designar todos os que creram e receberam a Palavra de Deus proclamada pela Igreja (At 1.15; 6.1-2, 7; 9.1, 10, 19, 36). Somente mais tarde é que os discípulos de Jesus foram chamados de cristãos (At 11.26). Não foi um termo usado, inicialmente, pela Igreja em relação aos seus membros, mas pelos gentios, como indicação de desprezo. Tanto que a palavra não é encontrada nos escritos do Novo Testamento como usada pelos discípulos sobre si mesmos. Em Atos 26.28, o termo é usado pelo rei Agripa. Em 1Pedro 4.16. o apóstolo Pedro está se expressando como se fosse do ponto de vista de quem está causando o sofrimento. Somente a partir do século II a designação passou a ser aceita como título de honra.
1.2. Resgatando nossa identificação como discípulo.
Tendo em vista a forte tradição religiosa católica romana no Brasil, o grande crescimento da quantidade de pessoas em nosso país que afirmam professar a fé evangélica, a multiplicação das denominações evangélicas, o forte sincretismo religioso observado, também, entre muitas igrejas evangélicas, talvez esteja na hora de resgatarmos o sentido da palavra “discípulo”, principalmente quando estivermos na prática do evangelismo e instruindo os novos convertidos.
Assim, vamos pensar e estudar à luz da Palavra de Deus o que realmente significa ser um discípulo de Jesus Cristo e como se dá o processo de formação.
1.3. O significado de ser um discípulo de Jesus Cristo.
Considerando o exposto anteriormente, quando Jesus chama os primeiros discípulos (Mt 4.18-22), é possível que eles não vislumbrassem, num primeiro momento, para onde Ele os conduziria e nem o tremendo impacto que causaria em suas vidas, porém sabiam bem o significado de “vinde após mim” (Mt 4.19) ou “segue-me” (Mt 9.9; Jo 1.43).
Por entenderem o significado de “segui-lo”, deixaram as redes, a alfândega e passaram a ir para todo lugar onde ia Jesus, a querer conhecer o que Jesus pensava sobre vários aspectos e áreas da vida, a desejar aprender sobre vários pontos das Escrituras e a fazer tudo o que Ele mandava.
2. O que significa seguir a Jesus?
O discípulo acaba sendo identificado com a pessoa que ele está seguindo. E é preciso seguir bem de perto. Assim expressou o rabino Yose Bem Yoezer: “Deixe-se cobrir pela poeira dos pés do seu rabino”. Foi o que o próprio Jesus disse: “O discípulo não é superior a seu mestre, mas todo o que for perfeito será como o seu mestre” (Lc 6.40).
2.1. A resposta humana ao chamado de Cristo.
Ser um discípulo de Jesus Cristo é uma resposta do ser humano à manifestação da graça salvadora. Por que uma resposta? Porque a iniciativa é de Deus. Deus amou o mundo e enviou Seu Filho Unigênito (Jo 3.16); “Cristo morreu por nós, sendo nós ainda, pecadores” (Rm 5.8). No caminho de Damasco, Saulo de Tarso perguntou: “Senhor, que queres que eu faça?” (At 9.6). O carcereiro de Filipos perguntou: “...que é necessário que eu faça para me salvar?” (At 16.30). Após o apóstolo Pedro terminar o primeiro anúncio da Palavra de Deus, depois da descida do Espírito Santo, aqueles que “compungiram-se em seu coração” (At 2.37), perguntaram: “Que faremos, varões irmãos?. São exemplos do ser humano respondendo positivamente ao chamado de Deus, ao Evangelho de Jesus Cristo.
Em Mateus 11.28-30 está registrado o chamado de Jesus Cristo: “Vinde a mim, todos...”. Importante ressaltar que vários aspectos que envolvem a vida de um discípulo podem ser considerados a partir deste chamado, como por exemplo: ouvir, atender, renunciar, obedecer, tomar a cruz. Notar que o chamado não é somente para ser aliviado. O texto continua: tomar o jugo e aprender. Os judeus empregavam o termo “o jugo” para entrar em submissão”. Jesus indica o jugo dos bois, que era feito de madeira, normalmente usado por dois animais, um ao lado do outro, ligados ao arado ou carro a ser puxado. Uma outra versão diz: “Tomai vosso lugar em minha canga” (BKJ). Um dos sentidos da palavra “suave” (Mt 11.30) é “adequado”. A vida que nos dá (sermos Seus discípulos) é “adequada” para cada um de nós. Ele nos conhece individualmente. Ocupemos nosso lugar ao lado de Jesus e partilhemos Seus jugo, canga. Tomai e aprendei Submissão e disposição para aprender são atitudes indispensáveis para ser um discípulo de Jesus Cristo.
2.2. A necessidade de coerência na vida do discípulo de Cristo.
Como pode uma pessoa dizer que tem Jesus, está em Jesus, segue Jesus e não ser como Ele? Como pode ser um discípulo de Jesus e não seguí-Lo? É contraditório, incoerente, engano. Não basta crer, pois os demônios também creem (Tg 2.19). Não basta profetizar, expulsar demônios e fazer maravilhas em nome de Jesus (Mt 7.22). Não basta saber quem é Jesus (Mc 5.7; Lc 4.41). Não basta apenas fazer parte de um grupo de discípulos – Judas Iscariotes também estava lá (Mt 10.1).
Acima foram relacionados vários aspectos que num primeiro momento identificamos como fazendo parte de uma vida que agrada a Deus. Temos a tendência de reduzir ou automatizar a vida cristã.
2.3. Identificando a verdadeira fé do discípulo de Cristo.
É preciso cuidado. É preciso pensar biblicamente. É importante refletir à luz do texto bíblico como um todo. E aí vamos entender que todo discípulo de Jesus crê. Mas nem todo que declara que crê é um discipulo (Jo 2.23-24). Uma fé que não conduz à submissão, entrega e obediência não torna uma pessoa discípulo de Jesus. Outro exemplo encontramos em João 12.42-43: “...muitos creram nele; mas não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga. Porque amavam mais a gloria dos homens do que a glória de Deus”. Uma fé que não conduz à renúncia e à confissão pública não torna a pessoa um discípulo de Jesus.
A verdadeira fé se manifesta na atenção do seguidor para tudo o que Seu Mestre ensina e faz. Conduz a dedicação, ao aprendizado e preparo, visando “ser como o seu mestre” (Lc 6.40). Trata-se de um chamado radical: imitar Jesus Cristo. Então, quando o Senhor Jesus Cristo iniciou Seu ministério na terra chamando pessoas para que O seguissem e, antes da Sua ascensão, ordenou que a Igreja fizesse com que as pessoas de todas as nações fossem Seus discípulos, o Seu propósito era: pessoas que O imitem, aprendam dEle, que estejam comprometidas em dar prosseguimento à Sua obra na terra e, assim, sejam como Ele.
3. Atitudes do discípulo de Jesus Cristo.
Como encontramos na Bíblia, a resposta humana ao chamado de Cristo se expressa não apenas em palavras, emoções, concordância ou admiração, mas em decisão e atitudes.
3.1. Amar a Cristo acima de tudo e todos.
Ir com Jesus e acompanha-lo é uma coisa. Ser discípulo de Jesus Cristo vai além. Para ser discípulo, precisa amar a Jesus Cristo mais do que a família e a si próprio (Lc 14.26; Mt 10.37), A palavra “aborrecer” tem o sentido de “amar menos”. O Senhor Jesus alertou sobre o conflito que pode surgir dentro da família caso um de seus membros decida seguí-Lo. De forma alguma, o discípulo de Jesus deixará de honrar pai e mãe; cumprir seus compromissos com a família. Deve ser um pacificador, mas sem comprometer seu dever para com o Senhor Jesus Cristo. Nenhum amor que temos nesta vida pode ser comparado ao que devemos ter por Ele.
Encontramos em Lucas 14.25-26 que “ia com ele uma grande multidão”. Contextualizando, é como se Jesus Cristo fosse seguido por multidões nas redes sociais. Multidões estariam atentas à Sua agenda e O acompanhariam em Seus compromissos. É possível que a multidão imaginasse que Jesus estivesse se preparando para libertar Israel do jugo romano e restabelecer o reino. Então, Ele começa a lhes falar sobre a necessidade de ter consciência acerca do custo de ser Seu discípulo.
3.2. Levar a sua cruz.
Quando Jesus falou “levar a sua cruz” (Lc 14.27), a multidão sabia que se tratava de um instrumento de pena de morte, comumente utilizado entre os romanos, para os escravos e criminosos. Num sentido figurado, significa enfrentar o sofrimento, provação, reprovação por parte da sociedade, vergonha e expor-se a morte. Um homem condenado carregava a cruz até o local onde seria executado. Ou seja, levar a cruz é crucificar o eu. Em outro texto diz: “tome cada dia a sua cruz” (Lc 9.23).
Diariamente, o discípulo de Jesus renova a sua entrega incondicional a Ele. É uma marca do discipulado de Jesus: “E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências” (Gl 5.24). Não podemos confundir cruz com fraqueza física ou alguma angústia, pois são situações inerentes a todos os seres humanos. Mas trata-se de escolha. Como escreveu C. A. Coates: um caminho que segundo o curso deste mundo, é alvo de desonra e crítica”.
3.3. Renunciar tudo quanto tem.
Renúncia é parte do custo de viver como discípulo na terra (Lc 14.33). Alguns sentidos desta palavra no grego: “dar adeus a”; “despedir”; “abandonar”. É preciso que Jesus Cristo esteja acima de interesses e projetos pessoais. É necessário prontidão para deixar qualquer relação que não seja compatível com o caminho de Jesus Cristo. A título de exemplo, citamos a história da esposa de Ló, que, após sair da cidade de Sodoma, mesmo recebendo a ordem para não olhar para trás (Gn 19.17), não resistiu e “ficou convertida numa estátua de sal” (Gn 19.26) Ela e sua família receberam os anjos em casa, preparam-lhes um banquete e ouviram sobre o juízo de Deus sobre aquele lugar. Contudo, ela não deu adeus “a vida em Sodoma”! Não “abandonou” o que ficou em Sodoma!
Enfatizar que os anjos chegaram ao ponto de pegar pela mão Ló e toda sua família sugerindo ideia de insistência divina, por misericórdia. O texto diz: “sendo-lhe o Senhor misericordioso” (Gn 19.16). Contudo, faltaram as atitudes de resposta humana ao favor de Deus, indispensáveis para a concretização do propósito divino. Tal falta foi demonstrada na atitude da mulher de Ló ao olhar para trás. Por isso, Jesus Cristo disse: “qualquer de vós que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo” (Lc 14.33).
Conclusão.
Em Romanos 8.29, encontramos que Deus chama pessoas “para serem conforme à imagem de Seu Filho”, parecidas com Ele, Enquanto caminhamos, observamos e ouvimos. É um processo. Temos muito a aprender, “até que todos cheguemos à medida da estatura completa de Cristo (Ef 4.13).
Questionário.
1. O que os discípulos sabiam bem?
R: O significado de “vinde após mim” (Mt 4.19) ou “segue-me” (Mt 9.9; Jo 1.43).
2. Por que ser um discípulo é uma resposta do ser humano à manifestação da graça salvadora?
R: Porque a iniciativa é de Deus (Jo 3.16).
3. Qual o sentido da palavra “aborrecer”?
R: “Amar menos” (Lc 14.26).
4. O que é renúncia?
R: É parte do custo de viver como discípulo de Jesus Cristo na terra (Lc 14.33).
5. O que a esposa de Ló não “abandonou”?
R: O que ficou em Sodoma (Gn 19.26).
Revista Adultos - 3º Trimestre de 2017 - Tema: Evangelismo, missões e discipulado:“A tarefa primordial da igreja” - Betel
Clame pela salvação dos seus vizinhos.
Esboço da Lição
Introdução
1. A identidade do discípulo.
2. O que significa seguir a Jesus?
3. Atitudes do discípulo de Jesus Cristo.
Introdução
Tornar-se um discípulo de Jesus Cristo não está limitado a um culto, uma experiência espiritual isoladamente. Como disse Paul Bendor-Samuel: “Ser discípulo é um estado ativo de aprendizado e crescimento”.
1. A identidade do discípulo.
Continuando nosso estudo sobre o processo de formação do discípulo, é relevante uma profunda e sincera reflexão sobre o que significa ser um discípulo de Jesus Cristo. Como afirmou John Stott: “A razão de quase todas as nossas falhas é a facilidade que temos de esquecer nossa identidade como discípulos”.
1.1. O significado do termo “discípulo”.
Vários sentidos são encontrados nas palavras “ensinai” (Mt 28.19) e “ensinando” (Mt 28.20) na língua grega: “fazei discípulos”; “instruir”; “tornar-se um discípulo”; “ser um discipulo”; “aprendiz”; “seguidor”. É importante saber que na época era comum, como vemos em Mateus 22.16 e Mateus 9.14. Os fariseus tinham discípulos; João Batista também. Os filósofos, antes de Cristo, tinham discípulos. Assim, quando o Senhor Jesus ordenou que a Igreja fizesse discípulos de todas as nações, os apóstolos entenderam o que isso significava.
Este termo foi tão bem compreendido pelos apóstolos que, após o início da igreja , a palavra discípulo era usada para designar todos os que creram e receberam a Palavra de Deus proclamada pela Igreja (At 1.15; 6.1-2, 7; 9.1, 10, 19, 36). Somente mais tarde é que os discípulos de Jesus foram chamados de cristãos (At 11.26). Não foi um termo usado, inicialmente, pela Igreja em relação aos seus membros, mas pelos gentios, como indicação de desprezo. Tanto que a palavra não é encontrada nos escritos do Novo Testamento como usada pelos discípulos sobre si mesmos. Em Atos 26.28, o termo é usado pelo rei Agripa. Em 1Pedro 4.16. o apóstolo Pedro está se expressando como se fosse do ponto de vista de quem está causando o sofrimento. Somente a partir do século II a designação passou a ser aceita como título de honra.
1.2. Resgatando nossa identificação como discípulo.
Tendo em vista a forte tradição religiosa católica romana no Brasil, o grande crescimento da quantidade de pessoas em nosso país que afirmam professar a fé evangélica, a multiplicação das denominações evangélicas, o forte sincretismo religioso observado, também, entre muitas igrejas evangélicas, talvez esteja na hora de resgatarmos o sentido da palavra “discípulo”, principalmente quando estivermos na prática do evangelismo e instruindo os novos convertidos.
Assim, vamos pensar e estudar à luz da Palavra de Deus o que realmente significa ser um discípulo de Jesus Cristo e como se dá o processo de formação.
1.3. O significado de ser um discípulo de Jesus Cristo.
Considerando o exposto anteriormente, quando Jesus chama os primeiros discípulos (Mt 4.18-22), é possível que eles não vislumbrassem, num primeiro momento, para onde Ele os conduziria e nem o tremendo impacto que causaria em suas vidas, porém sabiam bem o significado de “vinde após mim” (Mt 4.19) ou “segue-me” (Mt 9.9; Jo 1.43).
Por entenderem o significado de “segui-lo”, deixaram as redes, a alfândega e passaram a ir para todo lugar onde ia Jesus, a querer conhecer o que Jesus pensava sobre vários aspectos e áreas da vida, a desejar aprender sobre vários pontos das Escrituras e a fazer tudo o que Ele mandava.
2. O que significa seguir a Jesus?
O discípulo acaba sendo identificado com a pessoa que ele está seguindo. E é preciso seguir bem de perto. Assim expressou o rabino Yose Bem Yoezer: “Deixe-se cobrir pela poeira dos pés do seu rabino”. Foi o que o próprio Jesus disse: “O discípulo não é superior a seu mestre, mas todo o que for perfeito será como o seu mestre” (Lc 6.40).
2.1. A resposta humana ao chamado de Cristo.
Ser um discípulo de Jesus Cristo é uma resposta do ser humano à manifestação da graça salvadora. Por que uma resposta? Porque a iniciativa é de Deus. Deus amou o mundo e enviou Seu Filho Unigênito (Jo 3.16); “Cristo morreu por nós, sendo nós ainda, pecadores” (Rm 5.8). No caminho de Damasco, Saulo de Tarso perguntou: “Senhor, que queres que eu faça?” (At 9.6). O carcereiro de Filipos perguntou: “...que é necessário que eu faça para me salvar?” (At 16.30). Após o apóstolo Pedro terminar o primeiro anúncio da Palavra de Deus, depois da descida do Espírito Santo, aqueles que “compungiram-se em seu coração” (At 2.37), perguntaram: “Que faremos, varões irmãos?. São exemplos do ser humano respondendo positivamente ao chamado de Deus, ao Evangelho de Jesus Cristo.
Em Mateus 11.28-30 está registrado o chamado de Jesus Cristo: “Vinde a mim, todos...”. Importante ressaltar que vários aspectos que envolvem a vida de um discípulo podem ser considerados a partir deste chamado, como por exemplo: ouvir, atender, renunciar, obedecer, tomar a cruz. Notar que o chamado não é somente para ser aliviado. O texto continua: tomar o jugo e aprender. Os judeus empregavam o termo “o jugo” para entrar em submissão”. Jesus indica o jugo dos bois, que era feito de madeira, normalmente usado por dois animais, um ao lado do outro, ligados ao arado ou carro a ser puxado. Uma outra versão diz: “Tomai vosso lugar em minha canga” (BKJ). Um dos sentidos da palavra “suave” (Mt 11.30) é “adequado”. A vida que nos dá (sermos Seus discípulos) é “adequada” para cada um de nós. Ele nos conhece individualmente. Ocupemos nosso lugar ao lado de Jesus e partilhemos Seus jugo, canga. Tomai e aprendei Submissão e disposição para aprender são atitudes indispensáveis para ser um discípulo de Jesus Cristo.
2.2. A necessidade de coerência na vida do discípulo de Cristo.
Como pode uma pessoa dizer que tem Jesus, está em Jesus, segue Jesus e não ser como Ele? Como pode ser um discípulo de Jesus e não seguí-Lo? É contraditório, incoerente, engano. Não basta crer, pois os demônios também creem (Tg 2.19). Não basta profetizar, expulsar demônios e fazer maravilhas em nome de Jesus (Mt 7.22). Não basta saber quem é Jesus (Mc 5.7; Lc 4.41). Não basta apenas fazer parte de um grupo de discípulos – Judas Iscariotes também estava lá (Mt 10.1).
Acima foram relacionados vários aspectos que num primeiro momento identificamos como fazendo parte de uma vida que agrada a Deus. Temos a tendência de reduzir ou automatizar a vida cristã.
2.3. Identificando a verdadeira fé do discípulo de Cristo.
É preciso cuidado. É preciso pensar biblicamente. É importante refletir à luz do texto bíblico como um todo. E aí vamos entender que todo discípulo de Jesus crê. Mas nem todo que declara que crê é um discipulo (Jo 2.23-24). Uma fé que não conduz à submissão, entrega e obediência não torna uma pessoa discípulo de Jesus. Outro exemplo encontramos em João 12.42-43: “...muitos creram nele; mas não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga. Porque amavam mais a gloria dos homens do que a glória de Deus”. Uma fé que não conduz à renúncia e à confissão pública não torna a pessoa um discípulo de Jesus.
A verdadeira fé se manifesta na atenção do seguidor para tudo o que Seu Mestre ensina e faz. Conduz a dedicação, ao aprendizado e preparo, visando “ser como o seu mestre” (Lc 6.40). Trata-se de um chamado radical: imitar Jesus Cristo. Então, quando o Senhor Jesus Cristo iniciou Seu ministério na terra chamando pessoas para que O seguissem e, antes da Sua ascensão, ordenou que a Igreja fizesse com que as pessoas de todas as nações fossem Seus discípulos, o Seu propósito era: pessoas que O imitem, aprendam dEle, que estejam comprometidas em dar prosseguimento à Sua obra na terra e, assim, sejam como Ele.
3. Atitudes do discípulo de Jesus Cristo.
Como encontramos na Bíblia, a resposta humana ao chamado de Cristo se expressa não apenas em palavras, emoções, concordância ou admiração, mas em decisão e atitudes.
3.1. Amar a Cristo acima de tudo e todos.
Ir com Jesus e acompanha-lo é uma coisa. Ser discípulo de Jesus Cristo vai além. Para ser discípulo, precisa amar a Jesus Cristo mais do que a família e a si próprio (Lc 14.26; Mt 10.37), A palavra “aborrecer” tem o sentido de “amar menos”. O Senhor Jesus alertou sobre o conflito que pode surgir dentro da família caso um de seus membros decida seguí-Lo. De forma alguma, o discípulo de Jesus deixará de honrar pai e mãe; cumprir seus compromissos com a família. Deve ser um pacificador, mas sem comprometer seu dever para com o Senhor Jesus Cristo. Nenhum amor que temos nesta vida pode ser comparado ao que devemos ter por Ele.
Encontramos em Lucas 14.25-26 que “ia com ele uma grande multidão”. Contextualizando, é como se Jesus Cristo fosse seguido por multidões nas redes sociais. Multidões estariam atentas à Sua agenda e O acompanhariam em Seus compromissos. É possível que a multidão imaginasse que Jesus estivesse se preparando para libertar Israel do jugo romano e restabelecer o reino. Então, Ele começa a lhes falar sobre a necessidade de ter consciência acerca do custo de ser Seu discípulo.
3.2. Levar a sua cruz.
Quando Jesus falou “levar a sua cruz” (Lc 14.27), a multidão sabia que se tratava de um instrumento de pena de morte, comumente utilizado entre os romanos, para os escravos e criminosos. Num sentido figurado, significa enfrentar o sofrimento, provação, reprovação por parte da sociedade, vergonha e expor-se a morte. Um homem condenado carregava a cruz até o local onde seria executado. Ou seja, levar a cruz é crucificar o eu. Em outro texto diz: “tome cada dia a sua cruz” (Lc 9.23).
Diariamente, o discípulo de Jesus renova a sua entrega incondicional a Ele. É uma marca do discipulado de Jesus: “E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências” (Gl 5.24). Não podemos confundir cruz com fraqueza física ou alguma angústia, pois são situações inerentes a todos os seres humanos. Mas trata-se de escolha. Como escreveu C. A. Coates: um caminho que segundo o curso deste mundo, é alvo de desonra e crítica”.
3.3. Renunciar tudo quanto tem.
Renúncia é parte do custo de viver como discípulo na terra (Lc 14.33). Alguns sentidos desta palavra no grego: “dar adeus a”; “despedir”; “abandonar”. É preciso que Jesus Cristo esteja acima de interesses e projetos pessoais. É necessário prontidão para deixar qualquer relação que não seja compatível com o caminho de Jesus Cristo. A título de exemplo, citamos a história da esposa de Ló, que, após sair da cidade de Sodoma, mesmo recebendo a ordem para não olhar para trás (Gn 19.17), não resistiu e “ficou convertida numa estátua de sal” (Gn 19.26) Ela e sua família receberam os anjos em casa, preparam-lhes um banquete e ouviram sobre o juízo de Deus sobre aquele lugar. Contudo, ela não deu adeus “a vida em Sodoma”! Não “abandonou” o que ficou em Sodoma!
Enfatizar que os anjos chegaram ao ponto de pegar pela mão Ló e toda sua família sugerindo ideia de insistência divina, por misericórdia. O texto diz: “sendo-lhe o Senhor misericordioso” (Gn 19.16). Contudo, faltaram as atitudes de resposta humana ao favor de Deus, indispensáveis para a concretização do propósito divino. Tal falta foi demonstrada na atitude da mulher de Ló ao olhar para trás. Por isso, Jesus Cristo disse: “qualquer de vós que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo” (Lc 14.33).
Conclusão.
Em Romanos 8.29, encontramos que Deus chama pessoas “para serem conforme à imagem de Seu Filho”, parecidas com Ele, Enquanto caminhamos, observamos e ouvimos. É um processo. Temos muito a aprender, “até que todos cheguemos à medida da estatura completa de Cristo (Ef 4.13).
Questionário.
1. O que os discípulos sabiam bem?
R: O significado de “vinde após mim” (Mt 4.19) ou “segue-me” (Mt 9.9; Jo 1.43).
2. Por que ser um discípulo é uma resposta do ser humano à manifestação da graça salvadora?
R: Porque a iniciativa é de Deus (Jo 3.16).
3. Qual o sentido da palavra “aborrecer”?
R: “Amar menos” (Lc 14.26).
4. O que é renúncia?
R: É parte do custo de viver como discípulo de Jesus Cristo na terra (Lc 14.33).
5. O que a esposa de Ló não “abandonou”?
R: O que ficou em Sodoma (Gn 19.26).
► Lição 12 – O processo de formação do discípulo II
►Subsidio: O processo de formação do discípulo II:
► Slides: Lição 12 – O processo de formação do discípulo II
►Pré- aula: Lição 12–O processo de formação do discípulo II
Bíblia Nova Tradução na Linguagem de Hoje, da Sociedade Bíblica do Brasil. através deste site.
BÍBLIA ONLINE
Fonte: Revista de Escola Bíblica Dominical, Betel,
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