14 de maio de 2016

Noticia: Teerã abre exposição de caricaturas anti-israelenses

Uma exposição internacional de caricaturas anti-israelenses foi inaugurada neste sábado em Teerã com 150 desenhos procedentes de quase 50 países, que denunciam a política do Estado hebreu no Oriente Médio.

O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, declarou, no entanto, que o governo não apoia a exposição, que tem como título "Segunda exposição internacional de caricaturas sobre o Holocausto".

A mostra coincide com a recordação no domingo pelos palestinos da "Nakba" ("catástrofe" em árabe), termo utilizado para fazer referência à criação do Estado de Israel em 1948, que provocou uma guerra, que por sua vez resultou na fuga de 760.000 palestinos.

Artistas da Síria, Turquia, Bolívia, Indonésia, Iêmen e França enviaram desenhos para a mostra.

Várias caricaturas representam o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, como um "terrorista".

Em um desenho é possível observar um mapa o Oriente Médio com um caixão no lugar Israel, sobre o qual está escrito "Holocausto" e que esmaga os palestinos.

"Não buscamos confirmar ou desmentir o Holocausto. O que é importante para nós é que no Ocidente se afirma que não há limites para liberdade, mas, ao mesmo tempo, os historiadores e os pesquisadores não têm o direito de questionar o Holocausto", afirmou Massud Shojaie Tabatabaie, coordenador da exposição e também caricaturista.

Ele disse que a mostra foi organizada como resposta à publicação de caricaturas do profeta Maomé na revista satírica francesa Charlie Hebdo depois do atentado contra o semanário em janeiro de 2015 em Paris.

O trabalho considerado o melhor desenho da exposição - cuja edição anterior aconteceu em 2006 - será recompensado com o prêmio de 12.000 dólares.

Mohammad Javad Zarif negou o apoio do governo à mostra, em uma entrevista à revista americana New Yorker, publicada mês passado.

"O governo americano é responsável pela presença de organizações racistas nos Estados Unidos?", questionou, antes de afirmar que o "governo iraniano não apoia nem organiza nenhuma exposição de caricaturas" relacionada com o Holocausto.


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Fonte: AFP.

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