29 de outubro de 2017

Lição 05 – A centralidade de Cristo (Solus Christus) Central Gospel Jovens e Adultos 4º Trimestre de 2017

Texto Bíblico: Atos 4.5-12, 19, 20.
Texto Áureo: “Porque há um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem” (1Tm 2.5)
1. INTRODUÇÃO

Jesus Cristo foi o primeiro reformista da história humana. Na criação (formação) do homem, narrada em Gn 2.7, Cristo esteve presente formando o primeiro ser humano. Quando o homem pecou e transformou-se (deformouse) em um ser separado da comunhão com Deus, Cristo veio a terra para reformar (tornar a forma original) o homem (Cl 1.16-22). Logo, a obra redentora é reformadora.

Entendemos que a reforma ocorrida no século XVI é uma continuação, ou um reflexo direto, da obra redentora de Cristo no homem, uma vez que a reforma da igreja contou com homens reformados (regenerados). A redenção corrigi o estado do homem e a reforma do século XVI corrigiu a ação da igreja na terra – ambas fundamentadas e centralizadas em Cristo.

2. CO-MEDIAÇÃO:

Adão após ter pecado reagiu se escondendo de Deus. Quando o povo de Israel pecou contra Deus, clamou a Moisés (Nm 11.2) para que este intercedesse por eles. Nestes dois exemplos podemos observar a tendência do homem caído de se ocultar de Deus ou procurar por terceiros para resolver suas pendências com Ele. Esta tendência é um campo fértil para a aceitação de co-mediadores.

2.1 - O dogma (pontos fundamentais e indiscutíveis de uma crença religiosa) da maternidade divina:

Em matéria publicada no jornal O Globo, Leneide Duarte observou, em 1998, que “a Santíssima Trindade pode estar com os dias contados”. Sua afirmação baseava-se em um estudo da Igreja Católica prestes, então, a proclamar um novo dogma sobre a virgem Maria, elevando a mãe de Jesus à posição de quarta pessoa da divindade, em “pé de igualdade com o Pai, o Filho e o Espírito Santo”, com papéis múltiplos, pois seria venerada como “filha do Pai, mãe do Filho e esposa do Espírito Santo”1

Em 431 d.C., no Concílio Geral de Éfeso, a controvérsia sobre as naturezas divina e humana de Jesus levou a Igreja Católica a dar os primeiros passos para o estabelecimento do dogma de Maria como “Mãe de Deus”. O argumento para se chegar a tal consenso encontrava sua força na filosofia grega, que postulava a impossibilidade de Deus entrar em contato com o universo material e ainda permanecer como Deus. Assim, para que o nascimento do Deus-homem, Cristo Jesus, se tornasse logicamente viável, haveria de ser imprescindível que Maria fosse divina tanto quanto o seu Filho. Através deste dogma, Cristo é uma pessoa divina e Maria é sua mãe. Argumentam os defensores do culto mariano que “Maria é mãe de Jesus Cristo; ora, Jesus Cristo é Deus. Logo, Maria é mãe de Deus”.

Em Lc 1.42 (NVI) “Bendita é você entre as mulheres...” podemos observar a humanidade de Maria – entre as mulheres. Em Lc 1.46,47, vemos Maria dizer que Deus é o seu Salvador, ela tinha consciência que precisava de salvação. Maria foi concebida de forma natural e não pela ação do Espírito Santo.1

José Miranda Rocha, D.Min. Professor de Teologia Pastoral no SALT, Unasp, Campus Engenheiro Coelho, São Paulo, em “O culto a Maria: uma criação do papado”

2.2 – Doutrina da intercessão dos santos

Texto extraído de uma circular (Folhetos Católicos, n° 03 – A interseção de Anjos e Santos na Bíblia) “É conforme a natureza dos seres criados por Deus que os inferiores obtenham favores dos superiores também pela mediação de amigos de ambos. A própria mediação de Cristo tem por base este princípio. Ora, os Santos são amigos de Deus e nossos na glória. (Lc. 16,9). Logo, podem, intercedem por nós. ”

Em 1 Jo 2.1: “...temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo”

“Há um Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo Homem, o qual se deu a si mesmo em preço de redenção” (1Tm 2.5-6).

2.3 – Sacramento das penitências

Ainda hoje a igreja católica afirma que o batismo perdoa os pecados e após o batismo o pecado é perdoado através das penitências.

A bíblia diz: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo” (1 Jo 2.1).

3. SOLOCHRISTUS

Os três ofícios mais importantes que existiam para o povo de Israel no Antigo Testamento eram: o de Profeta, o de Sacerdote, e o de Rei.

João Calvino popularizou a noção de Cristo como aquele que exerce os três ofícios do Antigo Testamento (Institutas II.15).

Os catecismos de Westminster (BCW e CMW2 ) nos ajudam a entender como Cristo desempenhou os três ofícios:

BCW – P. 23. Que funções exerce Cristo como nosso Redentor? R. Cristo, como nosso Redentor, exerce as funções de profeta, sacerdote e rei, tanto no seu estado de humilhação como no de exaltação. Ref. At 3.22; Hb 5.5-6; Sl 2.6; Jo 1.49.

CMW – 42. Por que o nosso Mediador foi chamado Cristo? O nosso Mediador foi chamado Cristo porque foi, acima de toda a medida, ungido com o Espírito Santo; e assim separado e plenamente revestido com toda autoridade e poder para exercer os ofícios de profeta, sacerdote, e rei de sua igreja, tanto no estado de sua humilhação, como no de sua exaltação. Sl 2.6; Mt 28.18-20; Lc 4.14,18,19,21; Jo 3.34; At. 3.22; Hb 4.14,15; 5.5,6; Ap 19.16; Is 9.6.

CMW – 43. Como exerce Cristo o ofício de profeta? Cristo exerce o ofício de profeta, revelando à igreja, em todos os tempos, pelo seu Espírito e Palavra, por diversos modos de administração, toda a vontade de Deus, em todas as coisas concernentes à sua edificação e salvação. Jo 1.1,4,18; 20.31; 2Pe 1.21; 2Co 2.9,10; Ef 4.11-13. [Mateus é um dos livros bíblicos que mostra de maneira mais completa o Jesus Cristo como profeta]

CMW – 44. Como Cristo exerce o ofício de sacerdote? Cristo exerce o ofício de sacerdote, oferecendo-se a si mesmo uma vez em sacrifício, sem mácula a Deus, para ser a propiciação pelos pecados do seu povo, e fazer contínua intercessão por esse mesmo povo. Hb 2.17; 7.25; 9.14,28. [Hebreus é o livro mais claro em mostrar o sacerdócio perfeito de Jesus]

CMW – 45. Como Cristo exerce o ofício de rei? Cristo exerce o ofício de rei, chamando do mundo um povo para

si, dando-lhe oficiais, leis e disciplinas para visivelmente o governar; concedendo a graça salvadora aos seus eleitos; recompensando sua obediência e corrigindo-os em consequência de seus pecados; preservando-os e sustentando-os em todas as suas tentações e sofrimentos; restringindo e subjugando todos os seus inimigos, e poderosamente ordenando todas as coisas para a sua própria glória e para o bem de seu povo; e também tomando vingança contra os que não conhecem a Deus nem obedecem ao Evangelho. Sl 2.9; Is 55.5; Mt 18.17,18;25.34-36;28.19, 20; Jo 10.16,27; At 5.31; 12.17; 18.9,10; Rm 2.7;14.11;8.28,35-39; 1Co 5.4,5; 12.9, 10, 28; 15.25; 2Co 12.9,10; Ef 4.11,12; 1Tm 5.20; Tt 3.10; 2Ts 1.8; 22:12; Cl 1.18; Hb 12.6,7; Ap 3.19. [O reinado de Cristo pode ser visto de forma gloriosa em Apocalipse].

n.º 52 – Reforma Protestante


O Contexto Histórico
A religiosidade medieval havia criado um sistema de figuras míticas e santos, que intercediam pelos homens pecadores diante de Deus. O culto a imagens de figuras bíblicas, de anjos e de pessoas piedosas do passado - bem como a exclusividade do clero no acesso à leitura e interpretação da Bíblia - tiravam a centralidade da cruz de Cristo, de seu sacrifício único e suficiente para a remissão de pecados. Os reformadores do século XVI condenaram veementemente tais práticas: eles trouxeram a pregação expositiva da Escritura como o centro do culto público, além de tornarem a Palavra de Deus acessível, incentivando a sua leitura e estudo por parte de todos. A partir de então, somente o Evangelho de Cristo voltou a estar no centro da adoração, da meditação e do ensino – pelo menos por um tempo.

II. O Panorama Doutrinário

A justificação vem apenas através de Cristo e seu sacrifício na cruz. Dessa forma, não há nenhum mérito no homem, nos santos, em anjos, ou em quaisquer obras realizadas por qualquer pessoa, nesta terra. Da mesma maneira, a revelação de Cristo é suficiente para a condução do pecador ao arrependimento: não há nenhum outro mensageiro ou mediador que traga outra palavra de Deus, a não ser o próprio Deus que encarnou, Ele mesmo, em forma humana. Solus Christus refere-se à obra salvífica de Jesus na cruz. O sacrifício vicário dele ali – e unicamente este sacrifício! - é não apenas imprescindível, mas totalmente suficiente para aplacar a justa ira de um Deus santo contra pecadores miseráveis, em estado de rebelião, efetivamente carregados de culpa moral real – e, somente assim, livrá-los da merecida condenação.

III. O Contexto Atual –

AS práticas espúrias Um cristianismo centrado no homem perde de vista a suficiência da morte de Cristo na cruz. Passa-se a adotar elementos pagãos dentro dos ensinamentos e até da fé. Quanto à liturgia - rituais estranhos à tradição cristã são inseridos no culto, tais como: "orações" extravagantes, manifestações alienantes ditas “espirituais”, símbolos vétero-testamentários (que só possuíam a finalidade pedagógica de apontar para Cristo) - e até mesmo práticas com raízes animistas (como cultos voltados para o curandeirismo e manifestações de espíritos demoníacos). Tudo isso tira a cruz de Cristo e sua absoluta suficiência do centro do culto e de nossas vidas. Assim, falsos profetas conduzem multidões para longe de Deus, muitas vezes até “trajando” aspectos da fé cristã, mas deturpando-os com falsas doutrinas.

– A falsa liberdade Uma fé centrada no próprio homem - em seus desejos, sonhos e sentimentos - alimenta uma igreja consumista, onde a própria pessoa se torna o parâmetro para o que é certo e errado, bom e ruim. O discurso hipermoderno de liberdade a qualquer custo faz o homem pôr a sua liberdade de escolha até mesmo acima da vontade do próprio Deus. O Deus Todo-Poderoso passa a se submeter à vontade humana a partir de uma premissa (mundana e falaciosa) de que isso é uma expressão do amor divino por nós. O discurso cada vez mais em voga afirma que o amor de Deus se expressa na “liberdade que este dá ao homem para decidir o caminho de sua vida" - quando na realidade sabemos pela Bíblia que apenas o homem já transformado por uma intervenção ativa do Espírito Santo (Jo 16:8-13), é quem realmente desfruta da verdadeira liberdade do Evangelho (Jo 8:32).

– a “bênção” e o bem-estar Outra característica - cada vez mais comum no meio evangélico hoje - é uma espécie de “Teologia do BemEstar”: talvez um subproduto da Teologia da Prosperidade e da Teologia Triunfalista. Vai-se à igreja essencialmente em busca de livramento de problemas, do solucionamento das dificuldades de toda ordem (desemprego, causas judiciais, dívidas, doenças, etc.) - sempre tendo como meta, primordialmente, apenas uma vida tranquila e prazeirosa. “Pare de Sofrer!”- é o slogan ostensivo em alguns lugares, e inconscientemente adotado em muitos outros.

Naturalmente que Deus atende às súplicas de seus filhos (de todoas as pessoas - até das que não são!), com respeito aos vários dramas da vida humana. Ele é misericordioso, benigno, compassivo e pleno de amor.

Mas aqui, o foco em questão não é uma relação de filhos que pedem algo a seu Pai, a partir de um relacionamento de intimidade, de amor e de confiança – o foco está, lamentavelmente, nesse modelo de uma relação utilitarista, interesseira - onde a divindade que se busca, TEM de atender - em contrapartida às minhas ofertas financeiras e/ou à minha dedicação religiosa - ao que EU desejo, ao que EU determinei como me sendo de direito. Esse é o paradigma do Paganismo.

– a “bênção” e o bem-estar

Frases como “Deus tem o melhor para minha vida”, “Vim buscar a minha bênção”, “Não aceito tal situação!”, e “Eu declaro vitória!" – geralmente denotam: primeiramente, uma religião autocentrada e individualista, que valida uma cômoda e sutil fuga da proposta de vida comunitária, de serviço mútuo e de abnegação - que o evangelho de Jesus preconiza; e em segundo lugar, essas falas também se distanciam – e muito! - da cosmovisão bíblica sobre o sofrimento humano, prometendo como bênção de Deus quase que uma blindagem contra as adversidades da vida.

IV. A SÃ DOUTRINA: UMA ÊNFASE PERMANENTE NA CENTRALIDADE DE CRISTO EM TODA A BÍBLIA

1) NO PROPÓSITO ETERNO DA TRINDADE

– o primeiro anúncio histórico da vinda do Redentor (Gn 3.15) refere-se à concretização de fatos acordados pelo Deus TriÚno antes da fundação do mundo. Em João 17, Jesus ora:“Pai, chegou a hora. Glorifica o teu Filho, para que o teu Filho te glorifique. Pois lhe deste autoridade sobre toda a humanidade, para que conceda a vida eterna a todos os que lhe deste. Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. Eu te glorifiquei na terra, completando a obra que me deste para fazer. E agora, Pai, glorifica-me junto a ti, com a glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse.”(Jo 17:1-5)

2 ) NAS PROFECIAS

- Jesus, nascido em Belém, Jesus de Nazaré, “nascido de mulher” (Gl 4.4), é “Deus conosco” – Deus presente na criação do mundo (Jo 1.1-3), Deus presente redentoramente na história da humanidade (Gn 3.15); Deus presente na Escritura, de Gênesis a Apocalipse. Essa centralidade envolve infinitude, supremacia e soberania; tudo o que foi dito é confirmado pela gloriosa profecia de Isaías 9.6-7, na qual o menino que nasceria é chamado “Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”.

3) NA MENSAGEM CENTRAL, FUNDAMENTAL DA BÍBLIA –
"E o Pai que me enviou, ele mesmo testemunhou a meu respeito. Vocês estudam cuidadosamente as Escrituras, porque pensam que nelas vocês têm a vida eterna. E são as Escrituras que testemunham a meu respeito; contudo, vocês não querem vir a mim para terem vida.” (Jo 5.37-40) “Ele lhes disse: Como vocês custam a entender e como demoram a crer em tudo o que os profetas falaram! Não devia o Cristo sofrer estas coisas, para entrar na sua glória? E, começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras". (Lc 24:25-27)

4) NA OBRA REDENTRA

– A obra redentora é de Deus em Cristo. Nela participam as três pessoas da Trindade. Deus o Pai deu o Filho, e este e o Pai enviaram o Espírito. A centralidade de Cristo na obra redentora é no sentido de que tanto as ações do Pai como as do Espírito se centralizam no Filho, como enviado e sacrificado pelo Pai, e como aplicado salvadoramente ao homem pelo Espírito Santo (Gn 3.15; Is 53; Jo 3.16; At 4.11,12; 1 Co 1.21-24; 2 Co 5.14-21).

– ”Visto que, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por meio da sabedoria humana, agradou a Deus salvar aqueles que creem por meio da loucura da pregação. Os judeus pedem sinais milagrosos, e os gregos procuram sabedoria; nós, porém, pregamos Cristo crucificado, o qual, de fato, é escândalo para os judeus e loucura para os gentios, mas para os que foram chamados, tanto judeus como gentios, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus.” (I Co 1:21-24)

– "Este Jesus é ‘a pedra que vocês, construtores, rejeitaram, e que se tornou a pedra angular’. Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos”. (At 4:11,12)

“Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito sobre toda a criação, pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos sejam soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, que é a igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a supremacia. Pois foi do agrado de Deus que nele habitasse toda a plenitude e por meio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra quanto as que estão nos céus, estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz." (Cl 1:15-18)

5) NA OBRA DE CRISTO COMO MEDIADOR

– Além de estar como mediador entre a lei que condena e a graça que salva, Cristo é apresentado na Escritura explicitamente como mediador entre Deus e os homens (Jo 14.6; 2 Tm 2.5).

– “Respondeu Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim". (Jo 14:6) "Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, o qual se entregou a si mesmo como resgate por todos. Esse foi o testemunho dado em seu próprio tempo”. (I Tm 2:5)

6) NOS OFÍCIOS DE CRISTO –

a) Como O Profeta (Dt 18.15; Mt 17.4-5; Is 61.1-2; Lc 4.18,19, 21; Hb 1.1-4);

b) Como O Sacerdote (Hb 7.17-28);

c) Como O Rei dos Reis, atualmente só reconhecido pelos seus, em cujo coração está seu reino espiritual (Lc 17.21). Mas Ele sustenta todas as coisas pela palavra do Seu poder (Hb 1.3) e finalmente vai estabelecer seu reino universal e glorioso, num tempo que, dentro da eternidade imensurável, está “próximo” (Mc 1.15; Fp 2.9-11; Ap 11.15).

7) NA VIDA DO CRISTÃO

– “Cristo em mim, em nós”: expressões empregadas frequentemente pelo apóstolo Paulo. 
 “Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma”. (Jo 15.5)

"Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivoa pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.” (Gl 2.20)

– "Dela me tornei ministro de acordo com a responsabilidade, por Deus a mim atribuída, de apresentar a vocês plenamente a palavra de Deus, o mistério que esteve oculto durante épocas e gerações, mas que agora foi manifestado a seus santos. Quis Deus dar a conhecer entre os gentios a gloriosa riqueza deste mistério, que é Cristo em vocês, a esperança da glória". (Cl 1.25-27) •

Algumas das afirmações mais controversas da Reforma Protestante do Século XVI:

① Somente Cristo nos salva de toda a condenação e justo juízo.

② Somente Cristo nos perdoa de todo o pecado.

③ Somente Cristo nos conduz à comunhão com Deus, e nos mantém nela.

E já são afirmações das mais intensamente contestadas pelo pluralismo do Século XXI:

① Todas as religiões são válidas, e basicamente ensinam as mesmas coisas.

② Cada religião vê Deus por uma perspectiva e, portanto, precisam todas umas das outras.

③ Todos os “caminhos” (religiões) levam a Deus, portanto todos são igualmente válidos.

A mensagem dos reformadores era cristológica e cristocêntrica. Assim deve ser a nossa. Compete-nos escutar de novo estas declarações que se opõem radicalmente a todo intento sincretista ou universalista.

Gostemos ou não, o evangelho neotestamentário é inclusivo e exclusivo:

Inclui todos que recebem a Jesus Cristo como único mediador entre Deus e os homens, e exclui todos que resistem à graça de Deus. Não nos cabe incluir o que Deus não incluiu, nem excluir o que Ele não excluiu.

Só Cristo salva. Mas, qual Cristo?

O Cristo que salva é senão Aquele que é revelado nas Escrituras.

O Cristo revelado nas Escrituras é o Cristo Deus — o Logos eterno, associado eternamente com o Pai e com o Espírito, criador e sustentador dos céus e da terra, o Senhor da vida e da história, o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o “que é, que era e que há de vir”, o Todo-Poderoso Senhor. 


O Cristo revelado nas Escrituras é o Cristo histórico — manifestado no tempo e no espaço, em data precisa do calendário de Deus, na plenitude da história humana, no contexto de uma geografia, de um povo, de uma cultura, de uma sociedade. 


O Cristo revelado nas Escrituras é o Cristo humano — engendrado pelo Espírito, concebido pela virgem Maria, participante de carne e sangue, “feito carne”, identificado plenamente com a humanidade.

O Cristo revelado nas Escrituras é o Cristo profeta — o arauto de Deus Pai, intérprete da Divindade, revelador da vontade divina para seu povo e para toda a humanidade.

O Cristo revelado nas Escrituras é o Cristo sacerdote — o que está sentado à direita da Majestade nas alturas e “também pode salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb 7.25). 


Cristo revelado nas Escrituras é o Cristo rei, que está para vir — o Juiz de vivos e de mortos, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, o Cristo da restauração de todas as coisas.

"Eis que venho em breve! Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim". (Ap 22:12,13) 



IGREJA NA REFORMA E A REFORMA
Por Pr. Plínio Sousa.
www.santoevangelho.com.br

INTRODUÇÃO
Reforma Protestante foi um movimento reformista cristão culminado no início do século XVI por Martinho Lutero, quando através da publicação de suas 95 teses, em 31 de outubro de 1517 na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, protestou contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica Romana, propondo uma reforma no catolicismo romano. Os princípios fundamentais da Reforma Protestante são conhecidos como os Cinco Solas: Sola Fide (somente a fé), Sola Scriptura (somente a Escritura), Solus Christus (somente Cristo), Sola Gratia (somente a graça), Soli Deo Gloria (glória somente a Deus). Lutero foi apoiado por vários religiosos e governantes europeus provocando uma revolução religiosa, iniciada na Alemanha, estendendo-se pela Suíça (com Ulrico Zwínglio), França (com Guilherme Farel e João Calvino – posteriormente conhecidos como Huguenotes), na Inglaterra – com os Puritanos, Países Baixos – com os Reformados, na Escócia (Reino Unido) – com os presbiterianos, Escandinávia (norte europeu) e algumas partes do Leste europeu, principalmente os Países Bálticos e a Hungria (cf. Os Reformadores). A resposta da Igreja Católica Romana foi o movimento conhecido como Contrarreforma ou Reforma Católica, iniciada no Concílio de Trento.

CONCÍLIO DE TRENTO

O Concílio de Trento, realizado de 1545 a 1563, foi o 19º concílio ecuménico da Igreja Católica. Foi convocado pelo Papa Paulo III para assegurar a unidade da fé e a disciplina eclesiástica, no contexto da Reforma da Igreja Católica e da reação à divisão então vivida na Europa devido à Reforma Protestante, razão pela qual é denominado também de Concílio da Contrarreforma. O Concílio foi realizado na cidade de Trento, no antigo Principado Episcopal de Trento, região do Tirol italiano. O Concílio de Trento, atrasado e interrompido várias vezes por divergências políticas ou religiosas, foi um conselho de uma grande reforma, uma personificação dos ideais da Contrarreforma. Mais de 300 anos se passaram até ao Conselho Ecumênico seguinte. Ao anunciar o Concílio Vaticano II, o Papa João XXIII afirmou que os preceitos do Concílio de Trento continuam nos dias modernos, uma posição que foi reafirmada pelo Papa Paulo VI.

A REFORMA CATÓLICA

Contrarreforma, que ficou também conhecida por Reforma Católica, é o nome dado ao movimento que surgiu no seio da Igreja Católica a partir de 1545, e que, segundo alguns autores, teria sido uma resposta à Reforma Protestante (de 1517) iniciada por Lutero. Em 1545, a Igreja Católica Romana convocou o Concílio de Trento (na cidade italiana de Trento) estabelecendo entre outras medidas, a retomada do Tribunal do Santo Ofício – Inquisição (um grupo de instituições dentro do sistema jurídico da Igreja Católica Romana, cujo objetivo é combater a heresia), a criação do “Index Librorum Prohibitorum – Índice dos Livros Proibidos”, com uma relação de livros proibidos pela Igreja e o incentivo à catequese dos povos do Novo Mundo, com a criação de novas ordens religiosas, dentre elas a Companhia de Jesus (Jesuítas). Outras medidas incluíram a reafirmação da autoridade papal, a manutenção do celibato eclesiástico, a reforma das ordens religiosas, a edição do catecismo tridentino, reformas e instituições de seminários e universidades, a supressão (ato ou efeito de eliminar) de abusos envolvendo indulgências e a adoção da Vulgata (tradução para o latim da Bíblia, escrita entre fins do século IV início do século V, por São Jerônimo, a pedido do bispo Dâmaso I) como tradução oficial da Bíblia. Podemos dizer que a contrarreforma foi uma resposta direta à Reforma Protestante.

O resultado da Reforma Protestante foi à divisão da chamada Igreja do Ocidente entre os católicos romanos e os reformados ou protestantes, originando o protestantismo.

Durante muito, os primeiros cristão foram perseguidos e até mortos por causa de Cristo. A situação mudou quando o imperador romano Constantino (313 d.C), institui uma série de benefícios ao Cristianismo, tais como: isenção de impostos, terras, pagamento dos bispos e ajuda na construção de templos. Poder e dinheiro passaram a influenciar a vida da Igreja, que, em 392 d.C se fundiu com o Estado, tornando-se a mesma coisa. Com isso, muitos passaram a fazer parte da “nova religião”, não por convicção e fé, mas por favores e benefícios. Aquela vida comunitária, aquele amor cristão, o partir o pão de casa em casa e o socorrer aos necessitados viraram práticas do passado. O Cristianismo começou a decair moralmente, e seus fiéis não corresponderem à Palavra e à vontade de Deus. Na Idade Média, quem mandava na Igreja era o Papa. Naquela época, ele tinha plenos poderes para instituir e derrubar reis e reinos: A igreja passou de perseguida a perseguidora, e muitos sofreram nas mãos dessa “Igreja Cristã”. Foi criado o “clero”, que era uma liderança muito mais política que espiritual, e mantinha uma distância enorme do povo. O clero não parecia de forma alguma com o grupo dos apóstolos, que viviam em meio ao povo.
Veja alguns erros da Igreja neste período:

380 d.C. – Oração pelos mortos. 535 d.C. – Instituição das procissões.

538 d.C. – Celebração da missa de costa para o povo.

757 d.C. – Adoração de imagens.

884 d.C. – Canonização de santos.

885 d.C. – Adoração da “Virgem Maria”.

1022 d.C. – Legalização da penitência por dinheiro.

1059 d.C. – Aceitação da transubstanciação dos elementos da Ceia (acreditar que o pão e o vinho se transformam verdadeiramente no corpo e sangue de Cristo, de forma tal, que embora pareça pão e vinho, o que você esta comendo e bebendo é o próprio e real corpo e sangue de Jesus).

1215 d.C. – Adoção da confissão auricular (Os fiéis católicos aprendem que devem confessar seus pecados mortais pelo menos uma vez por ano a um sacerdote humano).

1470 d.C. – Invenção do rosário.

Diante de tantas coisas erradas e corrompidas uma Reforma era urgente. Quando falamos em reforma logo pensamos em algo que será melhorado. Você não começaria uma reforma em sua casa para que ela ficasse em um estado pior. Foi isso o que aconteceu com a Igreja no período da Reforma Protestante – buscou-se consertar o que estava errado, voltar à Palavra de Deus sempre foi o objetvo. A igreja precisava ser restaurada no reto caminho e abandonar os desvios que havia tomado. Veremos um pouco do que aconteceu naquele período e, principalmente, os importantes ensinos bíblicos resgatados pelos reformadores.

1 – REFORMA NA IGREJA

É preciso entender a Reforma Protestante, não como alguns sugerem, apenas um ato político, em que príncipes e nobres puderam rebelar-se contra o poder dominante da Igreja Católica. A Reforma envolveu, principalmente, a vida espiritual da época. Martinho Lutero era um monge católico que, a partir do estudo das Escrituras, descobriu a verdade de que “o justo deveria viver pela fé” (Romanos 1:17).

Transformado por essa verdade da Palavra de Deus, Lutero desejava agora corrigir os erros que encontrava na Igreja Católica. No dia 31 de outubro de 1517, véspera do “Dia de todos os Santos”, ele afixou suas 95 teses à porta da Igreja do Castelo, na cidade alemã de Wittemberg, combatendo principalmente a venda de indulgência praticada pela Igreja.

As indulgências eram documentos que, quando comprados, concediam perdão pelos pecados, tanto para vivos, quanto para parentes já mortos. Na doutrina católica, Indulgência (do latim “indulgentia”, que provém de “indulgeo” – “para ser gentil”) é o perdão fora dos sacramentos, total ou parcial, e “da pena temporal devida, para a justiça de Deus, pelos pecados que foram perdoados, ou seja, do mal causado como consequência do pecado já perdoado, a remissão é concedida pela Igreja Católica no exercício do poder das chaves, por meio da aplicação dos superabundantes méritos de Cristo e dos santos, por algum motivo justo e razoável”. Martinho Lutero combateu Johann Tetzel, um alemão católico romano, frade dominicano e pregador, que tornouse o grande comissário da Igreja Católica Romana para pregar a indulgência “cristã” no século XVI, o que ele fez ao longo de sua vida. Em 1509, exerceu a função de inquisidor da Polônia e, em 1517, o Papa Leão X o fez comissário de indulgências para toda a Alemanha.

A igreja Romana reagiu duramente a esse ato de Martinho Lutero, mas iniciava-se ali o movimento da Reforma Protestante. Lutero foi excomungado e perseguido pela Igreja Católica, mas contou com o apoio do povo alemão. A verdade da justificação pela fé estava apenas começando a percorrer a Europa. Sucederam a Lutero outros grandes reformadores, como João Calvino, Melanchton, Ulrico Zwínglio e John Knox. João Calvino pode ser considerado o grande sistematizador da Teologia da Reforma com a sua obra: “As institutas da Religião Cristã”, Deus conduziu homens para que a Igreja voltasse à verdade da sua Palavra. Os discípulos de Cristo do período da Reforma deixaram marcas profundas na sociedade e na Igreja. Podemos entender melhor essas marcas estudando as “bandeiras” levantadas pelos reformadores – os Solas da Reforma.
2 – OS SOLAS DA REFORMA

A palavra latina Solas significa “somente”. Os reformadores definiram cinco lemas usando essas palavras e suas variações. Vejamos:

(2) SOLUS CHRISTUS – SOMENTE CRISTO

Solus Christus, (às vezes usado na sua forma ablativa Solo Christo). Esta expressão latina refere-se ao termo: “salvação somente por Cristo”. Cremos que a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática e, estudando-a, verificamos que Cristo é o tema central das Escrituras. Quando a Palavra de Deus é tomada como regra de vida, obrigatoriamente temos Cristo como centro de nosso viver. Jesus mesmo afirmou que as Escrituras testificam dEle (João 5:39). Ao caminhar com os discípulos de Emaús, após ter ressuscitado, Cristo falou sobre o fato de que toda a Escritura testificava dEle e que aquelas coisas deveriam acontecer (Lucas 24:25 – 27).

A Teologia não pode estar centrada no homem, mas em Cristo. A Igreja Romana, jeitosamente, colocava o homem no centro. Eram as necessidades do homem que precisavam ser atendidas e não a vontade de Deus expressa em Sua Palavra. Devemos nos lembrar das palavras do apóstolo Paulo aos gálatas: “Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo” (Gálatas 1:10). Somos servos de Cristo e não de homens. Portanto, somente Cristo. A Teologia Reformada afirma que a Escritura e sua doutrina sobre a graça e fé enfatizam que a salvação é Solus Christus, “somente por Cristo”, isto é, Cristo é o único Salvador (Atos 4:12). B.B. Warfield escreveu: “O poder salvador da fé reside, portanto, não em si mesma, mas repousa no Salvador Todo Poderoso”.

A centralidade de Cristo é o fundamento da fé protestante. Martinho Lutero disse que Jesus Cristo é o “centro e a circunferência da Bíblia” — isso significa que quem Ele é e o que Ele fez em sua morte e ressurreição são o conteúdo fundamental da Escritura. Ulrico Zwínglio disse: “Cristo é o Cabeça de todos os crentes, os quais são o seu corpo e, sem ele, o corpo está morto”.

Sem Cristo, nada podemos fazer, nEle, podemos fazer todas as coisas (João 15:5; Filipenses 4:13). Somente Cristo pode trazer salvação. Paulo deixa claro em Romanos 1 – 2 que, embora haja uma automanifestação de Deus além da sua obra salvadora em Cristo, nenhuma porção de Teologia natural pode unir Deus e o homem. A união com Cristo é o único caminho da salvação.

Nós precisamos urgentemente ouvir Solus Christus em nossos dias de Teologia pluralista. Muitas pessoas hoje questionam a crença de que a salvação é somente pela fé em Cristo. Como Carl E. Braaten (1929) diz, eles “estão voltando à velha e falida forma de abordagem cristológica do século XIX, do liberalismo protestante, e chamando-a de “nova”, quando, na verdade, é pouco mais que uma “Jesusologia” superficial”. O resultado final é que, atualmente, muitas pessoas, como Helmut Richard Niebuhr (1962) disse em sua famosa frase a respeito do liberalismo — proclamam e adoram “um Deus sem ira, o qual trouxe homens sem pecado para um reino sem julgamento por meio de ministrações de um Cristo sem a cruz”.

“Arrependei-vos, e crede no evangelho de Jesus Cristo – Marcos 1:15.

Nossos antepassados reformados, aproveitando uma perspectiva que rastreia todo o caminho de volta aos escritos de Eusébio de Cesaréia, no século IV, acharam útil pensar a respeito de Cristo como Profeta, Sacerdote e Rei. A Confissão Batista de Londres de 1689, por exemplo, coloca isso da seguinte forma: “Cristo, e somente Cristo, está apto a ser o mediador entre Deus e o homem. Ele é o Profeta, Sacerdote e Rei da Igreja de Deus” (8.9). Observemos mais detalhadamente esses três ofícios.

Cristo, o Profeta.

Cristo é o Profeta que precisamos para nos instruir nas coisas de Deus, a fim de curar a nossa cegueira e ignorância. O Catecismo de Heidelberg o chama de “nosso principal Profeta e Mestre, que nos revelou totalmente o conselho secreto e a vontade de Deus a respeito da nossa redenção” (A. 31). “O Senhor, teu Deus”, Moisés declarou em Deuteronômio 18:15, “te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a Ele ouvirás”. Ele é o Filho de Deus, e Deus exige que nós o escutemos (Mateus 17:5). Como o Profeta, Jesus é o único que pode revelar o que Deus tem planejado na história “desde a fundação do mundo”, e que pode ensinar e manifestar o real significado das “escrituras dos profetas” (o Antigo Testamento, cf. Romanos 16:25, 26). Podemos esperar progredir em nossa vida cristã apenas se dermos ouvidos à sua instrução e ensino. Cristo, o Sacerdote.

Cristo é também o Sacerdote — nosso extremamente necessário Sumo Sacerdote que, como diz o Catecismo de Heidelberg: “pelo sacrifício de Seu corpo, nos redimiu, e faz contínua intercessão junto ao Pai por nós” (A. 31). De maneira resumida, “por causa do nosso afastamento de Deus e da imperfeição de nossos melhores serviços, precisamos de seu ofício sacerdotal para nos reconciliar com Deus e nos tornar aceitáveis por ele”. A salvação está somente em Jesus Cristo, porque há duas condições que, não importa o quanto nos esforcemos, nunca poderemos satisfazer. No entanto, elas devem ser cumpridas se estamos para ser salvos. A primeira é satisfazer a justiça de Deus pela obediência à lei. A segunda é pagar o preço de nossos pecados. Nós não podemos cumprir nenhuma dessas condições, mas Cristo as cumpriu perfeitamente. Romanos 5:19 diz: “por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos”. Romanos 5:10 diz: “nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho”. Não há outra maneira de entrar na presença de Deus a não ser por meio de Cristo somente. O sacrifício de Jesus ocorreu apenas uma vez, mas Ele ainda continua sendo o nosso grande Sumo Sacerdote, aquele através do qual toda a oração e louvor são feitos aceitáveis a Deus. Nos lugares celestiais, Ele continua sendo nosso constante Intercessor e Advogado (Romanos 8:34; 1 João 2:1). Não é de se admirar, então, que Paulo diz que a glória deve ser dada a Deus “por meio de Jesus Cristo pelos séculos dos séculos” (Romanos 16:27). O gozo de achegarmo-nos a Deus pode crescer apenas por uma confiança profunda nEle como nosso sacrifício e intercessor.

Cristo, o Rei.

Finalmente, Cristo é o Rei, que reina sobre todas as coisas. Ele reina sobre sua Igreja por meio de Seu Espírito Santo (Atos 2:30 – 33). Ele soberanamente dá o arrependimento ao impenitente e concede perdão ao culpado (Atos 5:31). Cristo é “(...) o nosso Rei eterno que nos governa por Sua Palavra e Espírito, e que defende e preserva-nos no gozo da salvação que Ele adquiriu para nós” (O Catecismo de Heidelberg, P&R. 31 – cf. Salmos 2:6; Zacarias 9:9; Mateus 21:5; Lucas 1:33; Mateus 28:18; João 10:28; Apocalipse 12:10, 11). Como o Herdeiro real da nova criação, Ele nos levará a um reino de eterna luz e amor. Neste sentido, podemos concordar com João Calvino quando ele diz: “Nós podemos passar pacientemente por esta vida com sua miséria, frieza, desprezo, injúrias e outros problemas — satisfeitos com uma coisa: que o nosso Rei nunca nos deixará desamparados, mas suprirá as nossas necessidades, até que, ao terminar nossa luta, sejamos chamados para o triunfo”. Podemos crescer na vida cristã apenas se vivermos obedientemente sob o domínio de Cristo e pelo Seu poder. Se você é um filho de Deus, Cristo em seu tríplice ofício como Profeta, Sacerdote e Rei significará tudo para você.

Você ama Solus Christus? Você o ama em Sua pessoa, ofícios, naturezas e benefícios? Ele é o Seu Profeta para ensinar-lhe, o Seu Sacerdote para sacrificar e interceder por você e lhe abençoar, e o Seu Rei para governá-lo e guiá-lo?

Depois de uma execução empolgante da Nona Sinfonia de Beethoven, o famoso maestro italiano Arturo Toscanini disse à orquestra: “Eu não sou nada. Você não é nada. Beethoven é tudo”. Se Toscanini pode dizer isso sobre um compositor brilhante, mas que está morto, quanto mais os cristãos, devem dizer o mesmo sobre o Salvador que vive, o qual, no que diz respeito à nossa salvação, é o compositor, músico e até mesmo a própria bela música.

Assunto: Reforma Protestante: história, ensinos e legado.
Lição: Jovens e Adultos
Trimestre: 4° de 2017
Comentarista: Pr. Gilmar Vieira Chaves
Editora: Central Gospel
FONTE : ESCOLA BEREANA –ADVEC SEDE
Fonte: projeto cresce


Lições Bíblicas Jovens e Adultos - Central Gospel 4º Trimestre de 2017 Tema: Reforma Protestante – História, ensinos e legado


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