28 de abril de 2017

A Navalha: Texto de Reflexão

Era uma vez uma navalha de excelente qualidade, que morava numa barbearia. Um dia em que a loja estava vazia, ela resolveu dar uma voltinha. Soltou-se do cabo e saiu para apreciar o lindo dia de primavera.
Quando a navalha viu o reflexo do sol em si mesma, ficou surpresa e encantada. A lâmina de aço lançava uma luz tão brilhante que, subitamente, com excessivo orgulho, a navalha disse a si mesma:

 - 
E eu vou voltar para aquela loja de onde acabei de fugir? É claro que não! Os deuses não podem querer que uma beleza tal como a minha seja desonrada dessa maneira. Seria loucura ficar aqui cortando as barbas ensaboadas daqueles camponeses, repetindo sem cessar a mesma tarefa mecânica! Será que minha beleza foi realmente feita para um trabalho desses? Certamente não! Vou esconder-me num local secreto e passar o resto da vida em paz.
E em seguida foi procurar um esconderijo onde ninguém a encontrasse.
Passaram-se os meses. Um dia a navalha teve vontade de respirar ar fresco. Saiu cautelosamente de seu refúgio e olhou para si mesma. Mas o que tinha acontecido? A lâmina estava enferrujada e não refletia mais a luz do sol.
A navalha ficou muito arrependida pelo que havia feito e lamentou amargamente a irreparável perda, dizendo:

- Como teria sido melhor se eu tivesse conservado em forma a minha linda lâmina, cortando barbas ensaboadas! Minha superfície teria permanecido brilhante e muna barba afiada! Agora aqui estou eu toda corroída e coberta pela ferrugem! E não há nada a fazer! 

Autoria desconhecida.
Fonte: Nosso Pão Diário



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