Desde que assumiu o pontificado, Francisco vem chamando a atenção dos cristãos – e da mídia, em especial – para o fato de que existem milhões de seguidores de Jesus ao redor do mundo que sofrem perseguição por causa de sua fé. Na última semana, durante discurso no Fórum Cristão Global, o papa católico destacou que é necessário olhar para essa questão com mais empenho, e pediu união.
O evento, realizado na Albânia, evidenciou mais uma vez a determinação de Francisco em aproximar as diferentes tradições cristãs naquilo que lhes é comum, e expressar ao mundo que essas diferenças não são maiores do que aquilo que une os cristãos.
“Em várias partes do mundo, o testemunho de Cristo, até o derramar do sangue, se tornou uma experiência compartilhada entre católicos, ortodoxos, anglicanos, protestantes, evangélicos e pentecostais. Isso é mais profundo e mais forte do que as diferenças que ainda separam as nossas igrejas e comunidades eclesiásticas”, frisou o papa.
Segundo informações do Christian Post, Francisco dirigiu parte de seu discurso ao cardeal católico Kurt Koch, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, e principal interlocutor da Igreja Católica com as demais tradições cristãs. “Vamos encarar essa verdade profunda como um chamado para perseverar em nosso caminho ecumênico, em direção a uma comunhão plena e visível, crescendo cada vez mais no amor e na compreensão mútua”, disse.
A mensagem de priorização do amor para que os cristãos caminhem juntos na propagação de conceitos básicos do Evangelho, como cuidar dos mais pobres, tem sido notada pelos cristãos que não pertencem à Igreja Católica.
O instituto LifeWay Research fez uma pesquisa e descobriu que 40% dos pastores norte-americanos disseram ter notado uma mudança na postura da Igreja Católica após a eleição de Francisco, e que essa nova diretriz desperta um olhar mais positivo.
Segundo o diretor do instituto, pastor Ed Stetzer, “a pesquisa mostra, de fato, o resultado do ‘Efeito Francisco’, já que ele é apoiado pelo grupo de pessoas nomeadas para protestar contra a própria fé conduzida pelo papa”, pois a Reforma Protestante foi um rompimento com a Igreja Católica.
“Os precursores dos atuais pastores protestantes — Lutero, Wesley, Spurgeon e muitos outros — certamente não veriam o papa como seu ‘irmão em Cristo’. Dentro de alguns séculos, o papa passou de ‘anti-Cristo’ para ‘irmão em Cristo’ para muitos protestantes”, comentou Stetzer, que não levou em consideração, nessa análise, que a mudança de postura imposta pelo papa resultou numa aproximação da Igreja Católica com alguns valores do protestantismo.
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