27 de novembro de 2015

O craque do evangelismo


É hoje segunda Copa do Mundo no Brasil. Impossível não falar nisso mesmo que as ruas não estejam pintadas de verde amarelo ou as pessoas no espírito do evento. É fato inconteste que teremos uma Copa, gostemos ou não, pois o futebol que continuaremos a amar e a praticar mesmo depois que passarmos esse mico nacional que não será esquecido nem se o Brasil vencer.





O futebol é indiscutivelmente uma arte diferenciada das outras artes. Não apenas porque é o esporte que mais cresceu no último século, mas porque engloba muitas outras artes. No futebol está a arte da educação física e mental, está a matemática, a física e a estatística, a arte da estratégia, da administração, da dança e da coreografia, e por aí vai. Não à toa o mundo se encanta com ele desde a sua invenção. Inclusive, não bastou ao futebol participar de uma olimpíada. Ele precisou ter sua própria competição, seu próprio ano, seu próprio mês de 4 em 4 anos. Por mais vantajoso que seja, lá no fundo, não é o dinheiro que move o futebol. A simples observação do número de jogadores e “torcedores voluntários” ao redor do planeta é resposta a essa questão: A maior parte deles não pratica o futebol por dinheiro. Desconheço outro esporte em que as pessoas voluntariamente pagam para sofrer ou se alegrar.

O futebol é um fenômeno que enlaça e arrebata o homem e a mulher, o rico e o pobre, o novo e o velho, o culto e o inculto, o ocidental e o oriental, o preto e o branco. O futebol é, ao mesmo tempo, brincadeira e seriedade, coisa de criança e de gente grande. Desculpe-me o ufanismo de torcedor, mas certas partidas de futebol que quase param o globo terrestre me fazem crer que esse esporte é algo próximo de espiritual, mundo que desconhecemos 99%. Como não há explicação lógica, aceito e pronto. No passado em nossas igrejas éramos orientados a fugir do futebol, ao passo que, atualmente, incentivados a praticá-lo, dentre outros motivos, para que nos aproximemos das pessoas. Não há dúvidas que Deus deseja que evangelizemos no fanático e envolvente ambiente esportivo. Basta observar os milhares de atletas que se converteram nos últimos anos e os resultados disso para o Reino de Deus.

Para que sejamos eficazes e eficientes no evangelismo esportivo será preciso uma boa dose de “fanatismo cristão” no bom sentido, ou não obteremos resultados satisfatórios. Será necessário paciência para semear e esperar os resultados a médio e a longo prazos. Neste tempo de colheita pré-arrebatamento da Igreja não existe espaço para evangelistas preguiçosos ou desanimados. O povo está sedento e melhor, aberto a ouvir o que temos a dizer – fato que não ocorria em anos passados. Uma recente pesquisa comprovou que as pessoas, em geral, estão dispostas a ouvir com atenção até cinco minutos de uma explanação religiosa. Então, se você abordar alguém na rua e falar de Jesus, essa pessoa o ouvirá, mesmo que não seja o assunto que ela queira ouvir. Se você souber explanar bem e com rapidez, estará cumprindo o “Ide” proposto por Jesus sem ser inconveniente. Graças a Deus, as pessoas perceberam que o Evangelho é saudável, melhora a sociedade, então, elas estão dispostas a ouvir.

Tal qual um jogador fanático, um evangelista fanático terá que deixar de lado muitas coisas que o distraem para que se torne um craque na propagação das verdades bíblicas. Atividades desnecessárias, bem como, uma série de compromissos que não contribuem para o objetivo evangelístico e que roubam o tempo, também precisam ser colocadas em segundo plano. Além disso, o evangelista fanático terá que vencer barreiras pessoais, tais como, a timidez, a preguiça, a falta de fé, a acepção de pessoas, etc, e ainda desenvolver habilidades que talvez não tenha: Memorizar versículos bíblicos e estratégias de abordagem e aprender novas tecnologias que podem ser úteis à evangelização.


Tornar-se um craque do evangelismo é tão difícil quanto se tornar um craque do futebol. É preciso uma boa dose de força de vontade, abnegação e iniciativa. Craques como Pelé, Zico, Ronaldo e Ronaldinho, sabe-se, treinavam sozinhos depois do expediente, não chegaram onde estão à toa. Tão ou mais esforçado deve ser o craque do evangelismo, treinando e trabalhando, inclusive, nas madrugadas a fim de alcançar aqueles que estão mergulhados no pecado. Para o futebolista estufar a rede é tudo, todavia, para o craque do evangelismo o importante é a rede transbordando de peixes alcançados pela mensagem da salvação. Jogadores mudam de time e de país, cortando os laços com a sua torcida. O evangelista,no entanto, está sempre no mesmo time, o Reino de Deus, obedece ao mesmo técnico que é Jesus que, por sinal, é filho do Presidente, e continua sempre fiel no objetivo de ajudar os torcedores.

Por fim, a maior diferença entre o futebolista e o evangelista é o tempo de serviço. Futebolista que atua profissionalmente com mais de 35 anos é exceção. Já o evangelista só pendura as chuteiras quando morre. Nunca me esquecerei do pedido que me fez o pastor Sebastião Tillmann, aos 92 anos, acamado, com problemas na visão e na audição: “Ore por mim para que eu consiga ler a Bíblia, me levantar, fazer visitas e continuar o trabalho de evangelização”. Homens como esse é que deveríamos chamar de “fenômeno” e “atleta do século”. Eles podem dizer “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2 Timóteo 4.7). O futebol é algo maravilhoso, mas nasceu na Terra e aqui ficará, enquanto a Palavra ministrada a um pecador veio do Céu, por meio de Jesus, e tem continuidade na eternidade. Os jogadores podem levar uma nação a ter seu dia de glória, mas os evangelistas podem levar os jogadores, a comissão técnica e toda a torcida da Seleção Brasileira e dos outros times para junto do nosso Presidente, o Deus da Eternidade que deseja que todos se salvem e vençam o jogo da vida. Portanto, caros evangelistas, a bola agora está com vocês. O cronômetro já foi disparado.
 Atilano Muradas

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