Alvo de processo no Conselho de Ética da Câmara, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vai alegar em sua defesa que desconhecia a origem do depósito de 1,3 milhão de francos suíços (cerca de 5 milhões de reais) feito em 2011 em um fundo do deputado na Suíça e que todo o dinheiro que tem fora do país é fruto de venda de carne enlatada para a África e de operações no mercado financeiro. As informações são do jornal ‘O Estado de S. Paulo’ e citadas em matéria publicada pelo site de ‘Veja’.
Segundo a reportagem, Cunha dirá que “não reconhece” como seu o montante depositado “à sua revelia” pelo lobista João Henriques, que era ligado ao PMDB e foi preso na Lava Jato. Cunha pretende dizer ainda que suspeita que o depósito seria o pagamento tardio de um empréstimo feito por ele ao ex-deputado Fernando Diniz, do PMDB, que morreu em 2009. Em depoimento à Polícia Federal, Henriques disse que enviou o dinheiro a pedido do economista Felipe Diniz, filho do ex-deputado, e que não sabia quem era o beneficiário.
Dinheiro no exterior
De acordo com o ‘Estadão’, a principal linha de defesa de Cunha será que ele nunca recebeu dinheiro público. O deputado reconhecerá, entretanto, que não declarou todos os seus recursos. A estratégia de sua defesa consistirá em afirmar que todo o dinheiro no exterior é fruto de operações financeiras e atividade de comércio exterior, como a venda de carne para a África, feitas nos anos 80. Antes de entrar na vida pública no começo dos anos 90, quando assumiu o comando da Telerj, Cunha descobriu um filão de mercado: a venda de carne enlatada em consignação para países africanos. Como o negócio cresceu, ele decidiu, segundo sua defesa, abrir um fundo fora do Brasil.
Para escapar da cassação de mandato, Cunha vai dizer ao Conselho de Ética que não mentiu ao negar ser dono das contas na Suíça. O presidente da Câmara afirmará que possui dois trusts, e não contas correntes, na Suíça.
O trust consiste na entrega de um bem ou um valor a uma instituição (fiduciário) para que seja administrado em favor do depositante ou de outra pessoa por ele indicada (beneficiário). Estas estruturas são usadas para proteger o patrimônio de seus beneficiários contra problemas em seus países de origem. Cunha vai alegar que abriu dois fundos dessa modalidade: um com o objetivo de montar uma estrutura para trabalhar no mercado internacional depois que ele deixasse a política e outro para as despesas da família.
Fonte: Veja/// Aqui + Notícias AH.Com. De tudo um pouco
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