O papa Francisco classificou a atual fuga de centenas de milhares de pessoas para a Europa como uma "invasão árabe", noticiou o jornal do Vaticano L'Osservatore Romano nesta sexta-feira (04/03).
"Podemos falar hoje numa invasão árabe. Isso é um fato social", disse o pontífice a membros do movimento social francês Poissons Roses, segundo o jornal. Francisco e o grupo encontraram-se em sua residência, a Casa Santa Marta, na última terça-feira.
Ao mesmo tempo, Francisco destacou que a onda de refugiados também significa novas oportunidades e que o continente europeu já passou por várias invasões ao longo de sua história. "No entanto, ele sempre soube superar a si mesma, caminhar adiante para, depois, reencontrar-se, enriquecido pela troca entre as culturas", disse.
Sobre a crise migratória que assola a Europa, minada por egoísmos nacionais, o papa afirmou que "se confunde a política com soluções circunstanciais". Diante dos desafios atuais do continente, o papa pediu unidade. "Se se quer evitar que todos caminhem em direção a extremos, é preciso alimentar a amizade e a busca pelo bem comum", afirmou. "O único continente que poder dar certa unidade ao mundo é a Europa."
Fazendo referência a um discurso que fez no Parlamento Europeu em novembro de 2014, Francisco voltou a dizer que a Europa, antes uma mãe, passou a ser uma avó. A taxa de natalidade em países como Espanha e Itália é quase zero, destacou. "Ser mãe significa ter filhos", disse, ponderando que a renovação do continente não pode ser apenas quantitativa.
"Se a Europa quer rejuvenescer, deve reencontrar as próprias raízes culturais", afirmou o pontífice. Segundo o L'Osservatore Romano, o jornal semioficial da Santa Sé, Francisco enfatizou que a Europa tem as raízes mais fortes e profundas do Ocidente.
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Fonte: DW.
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