O embaixador frisou que as negociações de Genebra não deram certo por causa dos obstáculos causados por aqueles que estavam contra a resolução política da crise. Foi a operação russa que impulsionou os contatos entre os governos interessados.
“Antes da nossa operação, a situação político-militar não se desenvolvia a favor de Damasco… Parecia que teríamos um cenário em que a oposição armada venceria e o regime atual seria derrubado pela força”. Após o início da operação russa, disse, o equilíbrio de forças mudou cardinalmente, já que muitos viram que eram possíveis outras variantes de resolução da crise.
Como resultado, apareceu a Resolução 2254 do Conselho de Segurança, segundo a qual é preciso atingir um cessar-fogo. No entanto, o embaixador destacou que o cessar-fogo não deve abranger o combate aos terroristas.
“Ao contrário, todos os sírios devem começar a lutar contra o Estado Islâmico, Frente al-Nusra e estruturas parecidas, se elas forem reconhecidas como terroristas. No momento, na lista das organizações terroristas estão somente duas, mas os trabalhos continuam”, afirmou Aleksander Kinschak.
Entre outras disposições da resolução incluem-se questões humanitárias e reformas políticas, incluindo a alteração da constituição e realização de eleições. No entanto, o embaixador assinalou que são os sírios que devem tomar as decisões, a comunidade internacional deve só os apoiar a chegar a acordo. Infelizmente, a primeira tentativa em Genebra não teve sucesso. A Rússia espera que, até o encontro em Munique em 11 de fevereiro, os parceiros entendam qual a melhor atitude e façam com que os opositores por eles patrocinados se sentem à mesa das negociações.
Quanto à oposição síria, não pode encontrar um líder: há um comité formado por Riad, ativistas e organizadores dos encontros no Cairo e Moscou, opositores-emigrantes. Além disso, não se pode ignorar a opinião dos curdos. No entanto, a maior razão do congelamento das negociações é a falta da vontade por parte do governo sírio de negociar com eles.
Ao mesmo tempo, representantes do Jaysh al-Islam e Ahrar al-Sham foram convidados a participar das negociações.
“Acho que tal foi feito intencionalmente para a delegação do governo sírio se recusar a contatar com eles, pois se sabia com antecedência que Damasco não desejava lidar com terroristas”.
Aleksander Kinschak sublinhou que o exército do governo sírio continuará o seu avanço bem-sucedido e que, por isso, os que estão do lado dos militantes devem entender que o tempo joga contra eles. Damasco não vai partilhar o poder com aqueles que vençam no campo de batalha.
No entanto, o embaixador considera que tal desenvolvimento da situação não assegurará a paz douradora no país.
O embaixador russo também abordou o assunto da reconstrução pós-guerra no país, notando que para isso serão necessárias dezenas de anos e bilhões de dólares de investimentos.
Segundo ele, as empresas russas estão interessadas em muitos projetos, por exemplo, em Latakia foi aberto um centro econômico para aperfeiçoar as operações de exportações e importações, embora não se possa considerar a Rússia como o patrocinador principal.
Quanto à ajuda humanitária, a Rússia continuará os seus esforços. Além disso, a Síria já destinou um lote de terra em Damasco para construir uma escola russa.
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