O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta quinta-feira (7), o pedido da Polícia Federal para quebrar o sigilo telefônico do presidente Michel Temer no inquérito que investiga se a Odebrecht pagou R$ 10 milhões em propina ao grupo político do emedebista. Fachin, por outro lado, determinou a quebra do sigilo telefônico dos ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e de Minas e Energia, Moreira Franco, na mesma investigação.
A decisão do ministro, relator da Operação Lava Jato no Supremo, atende à manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que concordou com a quebra de sigilo nos casos de Padilha e Moreira, mas poupou Temer. Com o levantamento do sigilo telefônico, não será possível que se recupere o conteúdo de conversas, mas apenas se mapeie ligações e seus interlocutores.
O inquérito 4462 do STF investiga a suposta propina de R$ 10 milhões que a Odebrecht pagou ao grupo político de Michel Temer durante as eleições de 2014. Conforme delações de executivos da empreiteira, como Marcelo Odebrecht e o ex-diretor de relações institucionais Cláudio Melo Filho, o valor foi combinado em um jantar no Palácio do Jaburu, em maio daquele ano, do qual Temer e Padilha participaram.
Do montante, 6 milhões de reais foram supostamente destinados à campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo e os 4 milhões de reais restantes, a Eliseu Padilha. O ministro teria recebido 1 milhão de reais em seu escritório de advocacia, em Porto Alegre, e pedido que a quantia restante fosse entregue ao ex-deputado Eduardo Cunha e a José Yunes, amigo e ex-assessor de Temer.
Depois de se demitir do cargo de assessor da Presidência, em fevereiro de 2017, Yunes disse a ‘Veja’ que, a pedido de Padilha, recebeu “um pacote” em seu escritório, em São Paulo, em setembro de 2014. “Fui mula involuntário”, afirmou o advogado, amigo de Michel Temer há 50 anos. “Padilha me ligou falando: ‘Yunes, olha, eu poderia pedir para que uma pessoa deixasse um documento em seu escritório? Depois, outra pessoa vai pegar’. Eu disse que podia, porque tenho uma relação de partido e convivência política com ele”, relatou.
Pouco tempo depois, Yunes estava em seu escritório quando, disse ele, a secretária informou que um homem chamado “Lúcio” estava ali para deixar um documento. Segundo o advogado, tratava-se de Lúcio Bolonha Funaro, lobista ligado ao MDB e, particularmente, a Cunha. Funaro fechou um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), no qual deu detalhes sobre o caminho do suposto pagamento da Odebrecht aos emedebistas.
Fonte: Veja
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A decisão do ministro, relator da Operação Lava Jato no Supremo, atende à manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que concordou com a quebra de sigilo nos casos de Padilha e Moreira, mas poupou Temer. Com o levantamento do sigilo telefônico, não será possível que se recupere o conteúdo de conversas, mas apenas se mapeie ligações e seus interlocutores.
O inquérito 4462 do STF investiga a suposta propina de R$ 10 milhões que a Odebrecht pagou ao grupo político de Michel Temer durante as eleições de 2014. Conforme delações de executivos da empreiteira, como Marcelo Odebrecht e o ex-diretor de relações institucionais Cláudio Melo Filho, o valor foi combinado em um jantar no Palácio do Jaburu, em maio daquele ano, do qual Temer e Padilha participaram.
Do montante, 6 milhões de reais foram supostamente destinados à campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo e os 4 milhões de reais restantes, a Eliseu Padilha. O ministro teria recebido 1 milhão de reais em seu escritório de advocacia, em Porto Alegre, e pedido que a quantia restante fosse entregue ao ex-deputado Eduardo Cunha e a José Yunes, amigo e ex-assessor de Temer.
Depois de se demitir do cargo de assessor da Presidência, em fevereiro de 2017, Yunes disse a ‘Veja’ que, a pedido de Padilha, recebeu “um pacote” em seu escritório, em São Paulo, em setembro de 2014. “Fui mula involuntário”, afirmou o advogado, amigo de Michel Temer há 50 anos. “Padilha me ligou falando: ‘Yunes, olha, eu poderia pedir para que uma pessoa deixasse um documento em seu escritório? Depois, outra pessoa vai pegar’. Eu disse que podia, porque tenho uma relação de partido e convivência política com ele”, relatou.
Pouco tempo depois, Yunes estava em seu escritório quando, disse ele, a secretária informou que um homem chamado “Lúcio” estava ali para deixar um documento. Segundo o advogado, tratava-se de Lúcio Bolonha Funaro, lobista ligado ao MDB e, particularmente, a Cunha. Funaro fechou um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), no qual deu detalhes sobre o caminho do suposto pagamento da Odebrecht aos emedebistas.
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