Em depoimento ao juiz federal Sergio Moro, nesta segunda-feira (19), um empresário cuja construtora participou das obras do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), disse que o responsável pelos pagamentos de seus serviços foi Rogério Aurélio Pimentel, ex-assessor especial da Presidência da República no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Carlos Rodrigues do Prado, dono da Rodrigues do Prado, uma empreiteira de pequeno porte, falou ao magistrado como testemunha de acusação no processo da Operação Lava Jato que tem Lula e Aurélio entre os réus pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ex-presidente é acusado de receber 1 milhão de reais em propina de empreiteiras, pago por meio de obras de benfeitorias no sítio, frequentado pela família Lula da Silva e cujos donos, oficialmente, são Fernando Bittar e Jonas Suassuna, próximos a Fábio Luís, o Lulinha, primogênito de Lula.
Prado relatou a Moro que, como a Odebrecht costumava subcontratar sua empresa, foi chamado por Frederico Barbosa, engenheiro da empreiteira, a participar das obras na propriedade no fim de 2010. Segundo o empresário, sua construtora ficou encarregada de erguer uma guarita e “fechar” dois cômodos no sítio, mas ele não precisaria acompanhar as obras, já que Barbosa estaria interessado apenas na mão de obra de seus funcionários. Carlos Prado alocou onze homens na construção e apresentou um orçamento a Rogério Aurélio Pimentel.
Conforme o empresário, o ex-assessor de Lula foi apresentado a ele por Barbosa como “dono da obra” e ficou responsável pelos pagamentos. Aurélio não discutiu os valores definidos para o serviço e não pediu descontos. “Não teve nem discussão assim ‘ah, me faz isso mais barato, isso aqui está caro’, não houve essa discussão”, contou. Carlos Rodrigues do Prado afirma ter recebido cerca de R$ 163.000 pelas obras, em quatro parcelas. “Foi combinado que a gente ia receber por semana e em espécie”, disse ele. Os pedreiros também eram remunerados com dinheiro vivo.
Os valores, segundo Prado, eram entregues pelo ex-assessor de Lula dentro de um envelope em um posto de gasolina próximo do sítio Santa Bárbara. “Sempre que ele (Aurélio) ia ao sítio, nesse posto de gasolina, a gente se encontrava lá, ele me entregava um envelope, eu pegava e ia embora. Normalmente ele anotava em um envelope um papelzinho com o valor que estava lá dentro. Eu pegava, conferia, está tudo certo”, declarou.
O empresário também relatou ter sido procurado pelo engenheiro Emyr Diniz da Costa Júnior, superior de Frederico Barbosa na Odebrecht, e que se encontrou com ele em um haras em Indaiatuba (SP). Na ocasião, Diniz pediu a ele que emitisse nota fiscal pelos serviços no sítio. Por orientação do ex-assessor de Lula, o documento foi feito em nome de Fernando Bittar. “O Aurélio ligou, dizendo que estava com os dados da pessoa (Fernando Bittar) para emitir a nota fiscal. Daí mandou lá um office-boy, eu dei o endereço e a gente enviou para ele”, disse.
O processo
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), que baseia o processo sobre o sítio de Atibaia, as empreiteiras participaram de um “consórcio” que construiu benfeitorias na propriedade, equipada com piscina, churrasqueira, campo de futebol e um lago de peixes, ao custo de R$ 1 milhão. O dinheiro, sustentam os procuradores, foi destinado a Lula como propina de contratos da Petrobras.
A parte da Odebrecht nas propinas teria vindo de 128 milhões de reais de vantagens indevidas em quatro contratos com a Petrobras. No caso da OAS, o dinheiro teria sido contabilizado em vantagens indevidas de R$ 27 milhões pagas sobre três contratos. As duas empreiteiras teriam pago, juntas, R$ 870.000 das obras.
A suposta “contribuição” da Schahin às obras no sítio no interior paulista, de R$ 150.500 teria sido repassada por meio do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, e retirada de propinas pagas pela empreiteira no contrato de operação, pela empreiteira, do navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras.
Além de Lula, Rogério Aurélio Pimentel e Fernando Bittar, respondem à ação penal o pecuarista José Carlos Bumlai, os empreiteiros José Adelmário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, Marcelo Odebrecht e Emílio Odebrecht, o ex-executivo da OAS Agenor Franklin Magalhães Medeiros, os ex-executivos da Odebrecht Alexandrino Alencar, Carlos Armando Guedes Paschoal e Emyr Diniz Costa Júnior, o ex-engenheiro da OAS Paulo Roberto Valente Gordilho e o advogado Roberto Teixeira.
Fonte: Veja
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Carlos Rodrigues do Prado, dono da Rodrigues do Prado, uma empreiteira de pequeno porte, falou ao magistrado como testemunha de acusação no processo da Operação Lava Jato que tem Lula e Aurélio entre os réus pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ex-presidente é acusado de receber 1 milhão de reais em propina de empreiteiras, pago por meio de obras de benfeitorias no sítio, frequentado pela família Lula da Silva e cujos donos, oficialmente, são Fernando Bittar e Jonas Suassuna, próximos a Fábio Luís, o Lulinha, primogênito de Lula.
Prado relatou a Moro que, como a Odebrecht costumava subcontratar sua empresa, foi chamado por Frederico Barbosa, engenheiro da empreiteira, a participar das obras na propriedade no fim de 2010. Segundo o empresário, sua construtora ficou encarregada de erguer uma guarita e “fechar” dois cômodos no sítio, mas ele não precisaria acompanhar as obras, já que Barbosa estaria interessado apenas na mão de obra de seus funcionários. Carlos Prado alocou onze homens na construção e apresentou um orçamento a Rogério Aurélio Pimentel.
Conforme o empresário, o ex-assessor de Lula foi apresentado a ele por Barbosa como “dono da obra” e ficou responsável pelos pagamentos. Aurélio não discutiu os valores definidos para o serviço e não pediu descontos. “Não teve nem discussão assim ‘ah, me faz isso mais barato, isso aqui está caro’, não houve essa discussão”, contou. Carlos Rodrigues do Prado afirma ter recebido cerca de R$ 163.000 pelas obras, em quatro parcelas. “Foi combinado que a gente ia receber por semana e em espécie”, disse ele. Os pedreiros também eram remunerados com dinheiro vivo.
Os valores, segundo Prado, eram entregues pelo ex-assessor de Lula dentro de um envelope em um posto de gasolina próximo do sítio Santa Bárbara. “Sempre que ele (Aurélio) ia ao sítio, nesse posto de gasolina, a gente se encontrava lá, ele me entregava um envelope, eu pegava e ia embora. Normalmente ele anotava em um envelope um papelzinho com o valor que estava lá dentro. Eu pegava, conferia, está tudo certo”, declarou.
O empresário também relatou ter sido procurado pelo engenheiro Emyr Diniz da Costa Júnior, superior de Frederico Barbosa na Odebrecht, e que se encontrou com ele em um haras em Indaiatuba (SP). Na ocasião, Diniz pediu a ele que emitisse nota fiscal pelos serviços no sítio. Por orientação do ex-assessor de Lula, o documento foi feito em nome de Fernando Bittar. “O Aurélio ligou, dizendo que estava com os dados da pessoa (Fernando Bittar) para emitir a nota fiscal. Daí mandou lá um office-boy, eu dei o endereço e a gente enviou para ele”, disse.
O processo
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), que baseia o processo sobre o sítio de Atibaia, as empreiteiras participaram de um “consórcio” que construiu benfeitorias na propriedade, equipada com piscina, churrasqueira, campo de futebol e um lago de peixes, ao custo de R$ 1 milhão. O dinheiro, sustentam os procuradores, foi destinado a Lula como propina de contratos da Petrobras.
A parte da Odebrecht nas propinas teria vindo de 128 milhões de reais de vantagens indevidas em quatro contratos com a Petrobras. No caso da OAS, o dinheiro teria sido contabilizado em vantagens indevidas de R$ 27 milhões pagas sobre três contratos. As duas empreiteiras teriam pago, juntas, R$ 870.000 das obras.
A suposta “contribuição” da Schahin às obras no sítio no interior paulista, de R$ 150.500 teria sido repassada por meio do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, e retirada de propinas pagas pela empreiteira no contrato de operação, pela empreiteira, do navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras.
Além de Lula, Rogério Aurélio Pimentel e Fernando Bittar, respondem à ação penal o pecuarista José Carlos Bumlai, os empreiteiros José Adelmário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, Marcelo Odebrecht e Emílio Odebrecht, o ex-executivo da OAS Agenor Franklin Magalhães Medeiros, os ex-executivos da Odebrecht Alexandrino Alencar, Carlos Armando Guedes Paschoal e Emyr Diniz Costa Júnior, o ex-engenheiro da OAS Paulo Roberto Valente Gordilho e o advogado Roberto Teixeira.
Fonte: Veja
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