17 de janeiro de 2018

Noticia: Febre amarela: Brasil vive o pior surto das últimas décadas

E pestes: Mateus 24:7
Informe divulgado pela Organização Panamericana de Saúde (Opas), braço regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), destaca o crescimento da febre amarela no Brasil, alerta para o risco de o surto no País se expandir e admite que há limitação de vacinas para proteger toda a população.
No documento, a Opas afirma que a América Latina registra desde 2016 o maior número de casos da doença em décadas. Segundo a organização, entre janeiro de 2016 e dezembro de 2017, sete países das Américas registraram casos: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Peru e Suriname.

“O número de casos humanos registrado nesse período nas Américas é o maior alto observado em décadas”, diz o informe, sem detalhar. “O aumento observado tem relação com um ecossistema favorável à disseminação do vírus, assim como uma população não imunizada.”

Mas, desde 13 de dezembro de 2017, apenas o Brasil registrou novos casos na região. De acordo com a Opas, foram confirmados 777 casos de febre amarela entre o segundo semestre de 2016 e junho de 2017, com 261 mortes. Depois disso, porém, o País viveu uma fase de baixa transmissão.

O que surpreendeu a entidade foi que, entre julho de 2017 e a primeira semana de 2018, um total de 2.296 casos suspeitos entre animais foram observados no País, sendo que 358 foram confirmados. O Estado de São Paulo registrou o maior número (322); Minas teve 32 e o Rio, apenas 3.

“A ocorrência de epizoóticos (casos entre animais) confirmados em Minas Gerais e São Paulo nas mesmas áreas afetadas pelo surto de 2016 e 2017 sugere a persistência do risco de ocorrência de casos humanos”, alertou a Opas.

De acordo com a entidade, casos foram registrados em “locais que eram considerados anteriormente como sendo de baixo risco de febre amarela”. Também chamou a atenção a ocorrência da doença no Estado de São Paulo, “inclusive durante meses com baixas temperaturas e condições climáticas não favoráveis à transmissão”.

A Opas ainda faz uma advertência regional, diante do quadro brasileiro, seguido pelo aparecimento da doença na Argentina e no Paraguai: “É necessário monitorar de perto a situação da febre amarela no Sul e Sudeste do Brasil”.

O documento da agência também retrata a situação da vacinação na região. “Diante da limitação na disponibilidade de vacinas e com o objetivo de promover seu uso racional”, é recomendação é para que pelo menos 95% da população residente seja vacinada. No entanto, “países que não estejam experimentando surtos não devem conduzir campanhas de imunização”.

Minas Gerais

O governo de Minas Gerais comunicou, nesta segunda-feira (15), a morte de mais duas pessoas por febre amarela no estado. Um dos casos é de um paciente que estava internado em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, já considerado no levantamento anterior ao apresentado ontem, divulgado no dia 11.

O outro caso ocorreu no município de Goianá, próximo a Juiz de Fora. A confirmação teve como base testes feitos pela Fundação Ezequiel Dias. Com os novos registros, o estado já contabiliza 11 mortes, de um total de 46 casos confirmados, de julho do ano passado até agora.

Rio de Janeiro

A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro confirmou na noite desta segunda-feira (15) que foram confirmados mais dois casos de febre amarela em humanos no estado do Rio de Janeiro em 2018. Dois moradores de Valença, no Sul Fluminense morreram após contraírem a doença.

Assim, foram confirmados quatro casos no estado em 2018, até o momento: três em Valença, sendo duas mortes, e mais um óbito em Teresópolis.

Bahia

A Bahia registrou a primeira morte por febre amarela desde o ano 2000. A pessoa que ficou doente era um homem, que morava em São Paulo. O estado é um dos que vão receber a dose fracionada da vacina.

São Paulo

A Secretaria Estadual da Saúde confirma 21 mortes por febre amarela silvestre no estado desde janeiro de 2017, segundo dados divulgados no último dia 12.

Também foram confirmados 40 casos autóctones (quando a doença é contraída na própria cidade e não vem de pessoas que viajaram para regiões afetadas) de febre amarela silvestre no estado desde janeiro de 2017.
Fonte: G1 e Agência Brasil


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