Na revista ‘Veja’ desta semana, o relato do ex-senador para a PGR sobre o paradeiro dos 2,1 milhões de francos suíços apontados como do ex-jogador Romário no BSI
Em agosto de 2015, o senador Romário de Souza Faria (Podemos-RJ) apareceu no noticiário enrolado em francos suíços. A revista ‘Veja’ divulgou, com base em um extrato bancário, que o senador tinha 2,1 milhões de francos suíços em uma conta secreta no banco BSI, na Suíça. Na época, Romário negou que tivesse o dinheiro e tomou um avião para Genebra, visitou a agência e, uma semana depois, recebeu a declaração do banco de que o extrato divulgado era falso e que a conta não lhe pertencia. O caso parecia enterrado, mas surgiram dois fatos novos — e o senador está de volta à berlinda com francos suíços.
O primeiro fato: a Procuradoria Geral da República (PGR) resolveu retomar a investigação após perceber que, nas explicações do próprio BSI, havia incongruências que geravam mais dúvidas do que certezas. O segundo fato: ‘Veja’ teve acesso exclusivo a um adendo da delação premiada do ex-senador Delcídio Amaral, ex-PT, na qual ele afirma que a conta secreta de Romário realmente existia e ainda detalha o destino dos 2,1 milhões.
Há dois anos, o ex-senador comentara, num encontro que acabou sendo gravado, que a conta secreta de Romário de fato existia. Mas em uma oitiva realizada em abril de 2016, na sede da PGR em São Paulo, à qual ‘Veja’ teve acesso, Delcídio mostra intimidade com o assunto. Declara que “obteve informações do sistema financeiro, de fontes bastante confiáveis, de que esta conta realmente existia”. E vai além: após a publicação da reportagem, diz que os 2,1 milhões de francos suíços foram transferidos para duas contas offshore. Uma parcela de 900 000 foi para uma conta em Abu Dhabi, em nome da empresa Indian Inorganic. Outra, de 1,2 milhão, foi para a empresa Ipaid International, nas Ilhas Virgens Britânicas. Somam exatos 2,1 milhões de francos suíços.
‘Veja’ mostra em sua edição impressa como o banco suíço omitiu dados e até mesmo enviou informações erradas para autoridades brasileiras que investigam o caso desde 2015.
Fonte: Veja
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