16 de novembro de 2017

Noticia: Produção de ópio bate recorde no Afeganistão, alerta Nações Unidas


O Afeganistão e o México são as principais fontes de drogas derivadas de ópio no mundo
O Afeganistão nunca produziu tanto ópio quanto em 2017. Foram 9 mil toneladas, 87% mais do que no ano passado, de acordo com relatório divulgado nesta quarta-feira (15) pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) e pelo Ministério Anti-Narcóticos do Afeganistão. Estima-se que essa quantidade de ópio possa ser usada para produzir de 320 a 530 toneladas de heroína.

A consequência desse aumento de produção no Afeganistão é global. Segundo o Unodc, uma heroína mais barata deve chegar aos consumidores ao redor do mundo.

“Quantidades muito maiores vão agora chegar aos mercados mundiais, provocando maiores problemas de saúde e sociais”, afirmou Yury Fedotov, diretor-executivo da Unodc.

Em tese, toda a produção de ópio do Afeganistão pode ser usada para fabricar heroína. Mas estima-se que metade seja consumida na própria região, sem processamento – o país enfrenta altos índices de consumo de ópio.
A outra metade vira matéria-prima para produção de morfina e, em seguida, heroína.

“Já é tempo de a comunidade internacional e do Afeganistão priorizarem o controle das drogas e reconhecer que todos os países têm responsabilidade nesse problema global”, continuou Fedotov.

Os principais mercados são Estados Unidos e Europa, onde o uso dessas substâncias não para de crescer. Só nos EUA, mais de 700 mil pessoas reportaram ter consumido heroína em 2012. A explosão no uso de opiáceos, no entanto, não chegou ao Brasil. Aqui o problema é outro, o crack.

O patamar atual de produção de ópio no Afeganistão é inédito. O recorde anterior, registrado em 2007, foi de 7,4 mil toneladas, 20% menos

A área de cultivo chegou a 328 mil hectares em 2017. Isso equivale a mais de duas cidades de São Paulo em campos de papoula, planta que dá origem ao ópio. Além de se tratar de uma questão de saúde pública, o Unodc alerta que o aumento da produção da substância no

Afeganistão pode elevar o financiamento de grupos extremistas, como o Talebã.
Isso porque a cadeia ilícita do ópio pode irrigar os cofres desses grupos. O volume de recursos envolvidos é muito alto: US$ 1,4 bilhão, equivalente a 7% do PIB do Afeganistão.

A invasão do país pelos Estados Unidos não diminuiu o problema do ópio, pelo contrário. A produção registrada em 2017 é quase o triplo da contabilizada em 2000, ano que antecedeu o início da operação americana na região, iniciada após os ataques de 11 de setembro de 2001.
Fonte: G1

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