Expressando condolências ao povo da Bélgica e de outros países que podem ter sofrido perdas com os atentados terroristas de hoje, Zakharova disse que os ataques devem lembrar as pessoas de que nenhum lugar está a salvo do terrorismo.
"Esta ilusão em que muitas pessoas estavam, de que há cantos seguros, onde as pessoas podem se sentir completamente seguras contra o terrorismo, é hora de acordar desta ilusão, não existem tais lugares", constatou a porta-voz da chancelaria russa à Radio Sputnik.
Lamentando que a Rússia, por sua parte, tem bastante experiência em lidar com ataques terroristas em seu território, Zakharova argumenta que a única conclusão a que se pode chegar a partir deles é a de que os Estados devem aumentar sua cooperação mútua, a fim de prover a segurança e não o oportunismo político.
"A razão para isto é a cadeia interminável de intriga política, em parte, na região do Oriente Médio nos últimos anos, quando, com um show de boas intenções, Estados foram destruídos e ninguém respondia para onde essas pessoas, que não têm dinheiro, nem casa, nem, para muitas delas, família, já que [a família] morreu em um conflito sem fim; [ninguém respondia para onde elas] deviam ir", falou a porta-voz.
Ela acrescentou que a política externa da União Europeia e dos EUA nos últimos anos levou a uma perda no tempo que poderia ter sido usado para impedir ataques terroristas.
"Uma grande quantidade de tempo foi desperdiçada e, infelizmente, muitas vidas foram perdidas. Precisamos entender que a única maneira de vencer e encontrar um antídoto para isto é a cooperação internacional global, sem quaisquer condições prévias, sem divisão em amigo-ou-inimigo", observou Zakharova.
Em grande parte, continuou a representante russa, a presente situação é oriunda de prioridades equivocadas e de grandes quantidades de tempo e recursos perdidos em conceitos como nation-building [“construção de nações”] e mudança de regimes, bem como em ameaças sobretudo fictícias tais como a “informação transformada em arma” e a “guerra híbrida”, ao invés de se ter focado nas ameaças concretas, que se transformaram em ataques de verdade.
“Informação transformada em arma” e “guerra híbrida” são duas expressões bastante repetidas pela retórica ocidental antirrussa para caracterizar a suposta atuação de Moscou em duas frentes teoricamente expansionistas: a guerra de informação midiática e o conflito na Ucrânia, no qual, segundo as acusações ocidentais, a Rússia estaria empregando soldados com e sem uniforme, bem como táticas variadas de desinformação, a fim de alcançar seus próprios objetivos políticos.
"Por que eles estão inventando certas ameaças míticas, que não existem, certas guerras híbridas e de informação, às quais eles acham maneiras de resistir e de destinar milhões de euros, ao passo que a ameaça está bem aqui, transportada em malas de viagem, a bordo de aviões, carregada em mochilas no metrô, deixada para trás em caixas perto de travessias de pedestres?", perguntou-se Zakharova na entrevista à Radio Sputnik.
Para evitar novos ataques, portanto, concluiu a porta-voz do ministério russo, é necessário concentrar as prioridades sobre a ameaça real do terrorismo, o intercâmbio de informações e a cooperação, em vez de fomentar divisões e de criar ameaças fantasmagóricas supostamente encarnadas por atores estatais.
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Fonte: Sputnik.
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