Em 2015, Ásia e Pacífico continuou sendo a região do mundo mais propensa a desastres naturais. Os dados estão em um novo relatório das Nações Unidas.
Segundo a Comissão Econômica e Social da ONU para a região, Escap, a área teve mais da metade dos 344 desastres ocorridos em todo o mundo em 2015, resultando em mais de 16 mil mortes e 59 milhões de pessoas afetadas.
Nepal
O custo dos danos econômicos passou dos US$ 45 bilhões, sem contar perdas indiretas.
O sul da Ásia foi o mais afetado, registrando 52 desastres e mais de 14 mil mortes, a maioria resultado do terremoto de 7,6 graus de magnitude que atingiu o Nepal, em abril.
Alto Risco
O novo relatório alerta que as cidades que estão crescendo na região podem não estar equipadas de forma adequada para enfrentar desastres urbanos que estão ocorrendo de forma mais frequente e com maior intensidade.
Mais de 700 milhões de pessoas na Ásia-Pacífico vivem em cidades com risco de desastres "alto" ou "extremo". Até 2030, esse número pode chegar a 1 bilhão.
Construções Antigas
O documento menciona que em diversas metrópoles, grande parte da infraestrutura está ultrapassada e foi construída sem atenção adequada à resiliência a desastres.
No ano passado, centros urbanos em Bangladesh, Índia, Indonésia e Japão foram afetados por graves enchentes. A capital do Nepal, Katmandu, suportou o peso maior dos danos econômicos do terremoto de abril.
El Niño
O relatório cita "cheias generalizadas" em Chenai, na Índia, em dezembro de 2015, e ondas de calor que, segundo relatos, causaram 3,4 mil mortes no Paquistão e na Índia no ano passado, o mais quente já registrado.
De acordo com o documento, o fenômeno climático El Niño prolongado em 2015 chamou a atenção a desastres muitas vezes negligenciados, ao exacerbar gravemente os efeitos de ondas de calor, incêndios em florestas, secas e neblinas.
A seca causou grave escassez de água e alimento em grande parte do sul e sudeste da Ásia e diversas fatalidades no Pacífico.
O relatório defende que ao invés de lidar com o fenômeno apenas quando se torna uma emergência, ele deve ser abordado com uma perspectiva de longo prazo, para proteger meios de subsistência.
Gestão de Desastres
Para construir a resiliência, o relatório pede ainda uma concentração maior em desenvolvimento que seja sensível ao risco e uma coordenação regional mais forte para a gestão de desastres que ultrapassam fronteiras.
O documento defende que seja tirado proveito de tecnologias emergentes, como veículos aéreos não tripulados, mas destaca a necessidade de se estabelecer padrões regulatórios para o uso eficaz destas tecnologias.
O relatório conclui que a redução do risco de desastres não pode ser alcançada sem vontade política e liderança eficaz em todos os níveis de governo.
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