A Justiça dos Estados Unidos investiga a existência de um esquema de corrupção nas Nações Unidas, publica nesta terça-feira (6) o ‘The Wall Street Journal’ (WSJ). De acordo com a reportagem, funcionários do alto escalão teriam recebido propina de empresários chineses. Citando fontes ligadas à investigação, os pagamentos estariam vinculados ao desenvolvimento de projetos do setor imobiliário em Macau, na China.
Além disso, as prisões no mês passado de um magnata do setor imobiliário da antiga colônia portuguesa e de seu assessor estariam vinculadas ao esquema fraudulento. “Espera-se que se anunciem acusações formais a partir desta terça contra outras pessoas, entre eles funcionários atuais e antigos da ONU”, reporta o WSJ.
A investigação está sendo conduzida pelo escritório do promotor de Nova York, Preet Bharara, e pela polícia federal americana (FBI). No dia 19 de setembro, o magnata imobiliário de Macau, Ng Lap Seng, e seu assessor, Jeff C. Yin, foram detidos acusados de mentir para as autoridades alfandegárias dos EUA em relação à finalidade de mais de 4,5 milhões de dólares (mais de 18 milhões de reais) que tinham aportado no país desde 2013.
O magnata é o presidente do grupo Sun Kian Ip, uma corporação privada com sede em Macau que conta com uma fundação em Nova York. Além disso, o empresário tem grande influência política tanto em Macau como no governo de Pequim. Através da fundação, Ng Lap Seng trabalhou em várias ocasiões com o escritório das Nações Unidas para a Cooperação Sul-Sul, dedicado à promoção de acordos econômicos e políticos entre países em desenvolvimento. Nos documentos que a Justiça americana apresentou contra os dois acusados, a quantia que transferiram para os EUA com destino a pessoas físicas e jurídicas desde 2010 está estimada em mais de 19 milhões de dólares (80 milhões de reais).
Fonte: Veja
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