A Andrade Gutierrez, segunda maior empreiteira do Brasil, fez doações legais às campanhas de Dilma Rousseff e de seus aliados em 2010 e 2014 utilizando propinas oriundas de obras superfaturadas da Petrobras e do sistema elétrico, segundo matéria publicada no blog de Filipe Moura Brasil na ‘Veja’.
A informação revelada pela ‘Folha S. Paulo’ consta da delação premiada do ex-presidente da empresa Otávio Marques de Azevedo e foi sistematizada por ele em uma planilha apresentada à Procuradoria-Geral da República.
Segundo o jornal, o ex-presidente e o ex-executivo Flávio Barra detalharam a planilha em depoimentos ocorridos em fevereiro, enquanto negociavam a delação que espera homologação no Supremo Tribunal Federal.
Ainda segundo a matéria, é a primeira vez que é descrito por um empresário, na Operação Lava Jato, o financiamento de partidos por meio de propinas de contratos públicos legalizadas na forma de doação eleitoral.
E as revelações seguem. Segundo o que foi apurado pela ‘Folha’, em 2014, a Andrade Gutierrez doou R$ 20 milhões para o comitê da campanha de Dilma Rousseff. Na tabela, que inclui também doações em 2010 e 2012, cerca de R$ 10 milhões doados às campanhas de Dilma estão vinculados à participação da empreiteira em contratos de obras públicas. O que ainda não está claro é se o valor endereçado a Dilma foi doado ao comitê ou ao Diretório Nacional do PT.
Estádios da Copa
“A delação da Andrade Gutierrez engloba ainda pagamento de propinas relacionadas a obras executadas em estádios da Copa do Mundo de 2014, como Maracanã, Mané Garrincha e Arena Amazonas, e atinge não só o PT mas também o PMDB”.
Segundo o blogueiro, esse escândalo até dá para a Dilma dividir a culpa, “mas os arrecadadores citados são os seus, querida. Impeachment é pouco para a senhora”.
Ainda sobre a apuração de ‘Folha’, a negociação para estruturar o esquema teve participação de Antonio Palocci Filho, o homem-forte da campanha de Dilma em 2010. Para os delatores, Palocci era o ‘representante do governo’ e de Erenice Guerra, ex-ministra-chefe da Casa Civil e braço-direito de Dilma quando a obra de Belo Monte estava em gestação.
Segundo a delação, foi a partir de Belo Monte que o esquema de pagamentos ganhou escala. A Andrade e a Odebrecht foram responsáveis pelos estudos prévios do projeto da usina.
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Fonte: Veja
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