O resultado do estudo, feito pelo IPCC (Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas) foi publicado recentemente na revista científica Nature e está baseado em um novo modelo tridimensional que leva em conta os atuais níveis dos oceanos e a retração das geleiras.
O estudo sugere que o continente antártico tem potencial para contribuir com mais de 1 metro no nível dos oceanos até o ano 2100 e pode chegar a 15 metros até 2500 caso as emissões atmosféricas de gases do efeito estufa continuem no atual ritmo.
Neste cenário, o aquecimento da atmosfera (ao contrário do aquecimento dos oceanos) deverá ser o mecanismo dominante na perda de gelo dos polos.
"Isso pode significar um desastre para a maioria das cidades baixas", disse o climatologista Robert DeConto, coautor do trabalho e ligado à Universidade de Massachusetts.
De acordo com o cientista, cidades como Boston, por exemplo, podem experimentar níveis de elevação do mar superiores a 1.5 metros nos próximos 100 anos. "Orlas marinhas inteiras serão afetadas e grande parte dessas cidades precisará ser recuada", explicou DeConto.
Segundo o estudo, o aquecimento dos oceanos é um mecanismo importante para a retração das geleiras, uma vez que a água mais quente está em contato direto com as plataformas. No entanto, em cenários de emissões elevadas de gases de efeito estufa, o aquecimento atmosférico ultrapassa rapidamente a influência dos oceanos e se torna o mecanismo mais importante na perda de gelo na Antártida.
Além disso, o estudo mostra que se quantidades substanciais de gelo forem são perdidos, a memória térmica de longo prazo dos oceanos poderá inibir a recuperação da camada de gelo durante milhares de anos, mesmo após a redução das emissões de gases do efeito estufa.
O estudo foi motivado pela reconstrução da elevação do nível do mar durante épocas passados quentes, incluindo o período interglacial há cerca de 125 mil anos e o Plioceno, há 3 milhões de anos. Estes períodos fizeram a altura do mar variar de poucos metros a mais de 20 metros acima do nível atual, o que implica que o manto de gelo da Antártida é altamente sensível ao aquecimento atmosférico.
"Em um momento no passado, quando as temperaturas médias globais foram apenas ligeiramente mais quentes do que hoje, os níveis dos oceanos já eram muito mais elevados", disse DeConto. "Além disso, o pequeno derretimento do gelo da Groenlândia só explica uma fração deste aumento do nível do mar, o que nos faz supor que o mecanismo mais importante foi causado pelo recuo do gelo na Antártida".
Como a elevação acontece?
A elevação do nível dos oceanos não é provocada por um aumento anômalo da quantidade de água no planeta, mas pelo aumento do volume do líquido que chega às bacias oceânicas, originado principalmente pelo derretimento das colotas polares e das geleiras, que adiciona mais água aos oceanos. Além disso, o Aquecimento Global faz as moléculas da água se expandirem, forçando o oceano a ocupar mais espaço. Como a temperatura do planeta continua subindo, é de se esperar que a expansão da água continue acelerando.
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Fonte: Apolo 11.
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