A população israelense se reunirá esta noite para o tradicional jantar de Páscoa (Seder), abrindo um período de sete dias de festa que para os judeus na diáspora será de oito.
A festa coincide com um novo período de tensão na região por causa do atentado suicida palestino da segunda-feira em um ônibus de Jerusalém, o primeiro em anos e reivindicado pelo movimento islamita Hamas.
"O alerta foi elevado para o nível 3 (de 4) e milhares de policiais serão posicionados nos centros de lazer e de concentração de público", disse a Polícia em comunicado.
Até a noite de sábado para domingo o Exército só abrirá as passagens com a Faixa de Gaza e com Judeia e Samaria (Cisjordânia) para os casos humanitários, confirmou à Agência Efe uma porta-voz militar.
O alerta se deve também a que o Pessach é uma das três festas de "peregrinação" a Jerusalém, o que aumenta consideravelmente o número de visitantes judeus ao Muro das Lamentações.
Também são vários os fiéis que pedem para visitar o Monte do Templo, onde fica a Esplanada das Mesquitas, um dos principais focos do conflito palestino-israelense.
A festa é também conhecida como da liberdade ou da primavera e representa para os judeus o nascimento de sua consciência como povo, o momento no qual obtiveram uma identidade própria como nação após a escravidão no Egito.
"Para nós Pessach é lembrar que tudo acabou, que agora somos livres", explicou à Efe Lea Glazer, moradora de Jerusalém.
De acordo com a tradição do livro do Êxodo, durante esta festa os judeus não consomem nenhum alimento fermentado para lembrar que em sua fuga não puderam esperar para que a massa de pão crescesse e assasse de forma correta.
Razão pela qual não comerão nenhum cereal que se misture com a água por mais de 18 minutos - a partir de quando se considera um produto fermentado -, e pela qual padarias e supermercados esvaziam suas prateleiras de pão para colocar em seu lugar o "matzá", um pão asmo que se prepara em padarias especiais com farinha e água e cuja mistura é levada ao forno quase que imediatamente.
Os costumes variam ligeiramente dependendo da origem dos judeus: assim os ultra-ortodoxos ashkenazis (originais da Europa Central e do Leste) também não consumirão legumes, enquanto os sefarditas (da Espanha medieval) sim.
A estas tradições se soma uma limpeza exaustiva dos das casas para que não fique nenhum resto de "jametz" ou produto fermentado proibido durante a festa.
"Limpamos nossas casas e (com isso) também limpamos nosso interior", explica a ultra-ortodoxa Glazer, que dedicou uma semana inteira para erradicar de sua casa qualquer resto.
Judeus praticantes como Ashel purificam, além disso, em plena rua os utensílios de cozinha que usarão durante a festa, para que "a comida que for posta nos pratos não se contamine".
A limpeza é feita com "água fervendo ou com fogo", explicou à Efe.
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Fonte: EFE.
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