26 de abril de 2016

Como entender Romanos

                                 
Romanos é a epístola de Paulo mais longa, mais teológica e mais influente. Talvez por essas razões foi colocada em primeiro lugar entre as do apóstolo.
Ele escreveu esta carta a fim de preparar o caminho para a obra que ele esperava realizar em Roma e na sua missão prevista para a Espanha.
Na Carta aos Romanos, o apóstolo disse que diversas vezes planejou ir até Roma para anunciar a Palavra de Deus na capital do Império, porém não havia conseguido (1.13-15; 15.22). Mas ele reitera o seu desejo de estar com os crentes romanos (15.23-32).

Paulo escreveu esta carta próximo do fim de sua terceira viagem missionária (cf 15.25,26; At 20.2,3; 1 Co 16. 5,6). Ele estava em Corinto, hospedado na casa de Gaio (16.23; 1 Co 1.14). O tema dos escritos de Paulo centra-se em Romanos 1.16,17, a saber: que através de Jesus Cristo a justiça divina é revelada como a solução à sua justa ira contra o pecado.

O objetivo do Apóstolo dos Gentios era preparar o caminho para a obra que ele aspirava realizar em Roma e na sua missão para a Espanha. Neste trimestre, vamos estudar sobre as características especiais e propósitos sobre a epístola. E para nos auxiliar numa melhor compreensão sobre essa epístola, o articulista convidado é o pastor José Gonçalves, líder da Assembleia de Deus em Água Branca (PI), escritor e comentarista de Lições Bíblicas da CPAD.
Perguntas sobre a epístola as Romanos:

Qual a importância da Epístola aos Romanos para a Igreja de hoje?
A principal importância da Carta aos Romanos está na construção de uma identidade cristã: não há mais gentios e judeus, mas, sim, o povo de Deus formado por aqueles que foram justificados em Cristo Jesus. Em outras palavras, somos a igreja de Deus! Somos povo de Deus. Essa identidade cristã só se tornou possível através da manifestação da graça de Deus na pessoa bendita de Jesus Cristo. Essa graça abriu a porta de entrada para todas as bênçãos de Deus, tanto na presente era como também no porvir. A habitação do Espírito Santo no crente, promessa feita na antiga aliança, tem seu cumprimento agora na dispensação da graça.

Por que essa carta é considerada mais teológica que as demais?
O conteúdo de Romanos, que forma o corpus paulino dessa carta, possui alguns dos maiores temas das Escrituras.
São esses temas que tornam essa carta a mais teológica do Novo Testamento.
Logo após as palavras de saudação, observamos a seção que trata sobre a manifestação da justiça de Deus mediante a fé (Rm 1.18-4.25). Em nenhum outro lugar a doutrina da justificação aparece com tanta clareza quanto aqui. Dentro desse tema encontramos Paulo argumentando sobre a necessidade que gentios, judeus e toda a humanidade têm da salvação de Deus. Por outro lado, a seção que vai de 5.1 a 8.39 revela a ação santificadora do Espírito Santo no processo da salvação.
É destacado aqui o resultado prático do evangelho na salvação do crente. Através do Espírito Santo, o crente experimenta a paz com Deus. Nos capítulos 9 a 11, encontramos a teologia paulina sobre o tratamento de Deus com Israel, o Seu antigo povo. São revelados três aspectos do tratamento de Deus com Israel - passado, presente e futuro. Na última seção, Paulo mostra o lado prático do evangelho na transformação de vidas (12.1 a 15.13). A conclusão da carta trata do empreendimento missionário do apóstolo.

Quais seriam os pontos fundamentais da Epístola aos Romanos para o desenvolvimento de um padrão de espiritualidade saudável?
Romanos parte do princípio da universalidade do pecado. Todos, gentios, que possuíam a revelação natural, bem como os judeus, que receberam a revelação especial da lei, estavam debaixo do pecado. E a graça, e somente a graça, que opera por meio da fé, que os resgatará. A graça e não os nossos méritos é quem nos salva. Deus proveu salvação para todos; cabe ao pecador responder positivamente ou negativamente a essa graça.

Que erros comportamentais e doutrinais a epístola aos Romanos denuncia?
A epístola toma como ponto de partida que o homem caído no pecado, insensível à revelação de Deus, caiu nas malhas da idolatria. A idolatria aparece nesse contexto como aquilo que ocupa o centro da adoração, ficando no lugar de Deus. É exatamente isso que observamos no argumento de Paulo: os homens se tornando o centro de si mesmos. Isso é exteriorizado na forma de comportamentos reprovados por Deus, como, por exemplo, o relacionamento homossexual.
Fonte: Ensinador Cristão – n° 66 /

Nenhum comentário:

Postar um comentário