O partido vai propor a expulsão dos que não quiserem se lançar ao mar. “Não podemos permitir uma coisa dessas. Não existe meio-dentro ou meio-fora. Vamos aprovar a saída do governo e a punição para quem não sair”, afirmou Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). A legenda ocupa sete ministérios, entre eles o da Saúde e o de Minas e Energia. O rompimento é dado como praticamente certo. O PMDB do Rio, por exemplo, já sinalizou que vai embora. Mas alguns ministros, como o da Saúde, Marcelo Castro, dizem não ver motivos para deixar o governo. De qualquer forma, quem quiser se manter no cargo terá que dar adeus ao PMDB, segundo o partido.
Na quarta-feira, será a vez de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidirem o destinodo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Corte julgará recursos apresentados pela Advocacia-Geral da União (AGU) e pela defesa do petista. Caberá aos magistrados definir se o ex-presidente Lula poderá assumir o posto de ministro-chefe da Casa Civil, que havia sido barrado pelo ministro Gilmar Mendes. Para a AGU, não há qualquer ilegalidade que impeça o petista de tomar posse no ministério. Se a decisão for favorável ao governo, Lula, que é um dos alvos das investigações da Operação Lava Jato, volta a ter foro privilegiado, ficando distante das canetadas do juiz federal Sérgio Moro.
Enquanto a política segue em compasso de espera, o governo apresenta esta semana algumas medidas para tentar estimular a economia. A equipe econômicaenviará hoje, ao Congresso, projeto para alterar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e permitir que a União possa fechar o ano com déficit primário de R$ 96,7 bilhões. A meta anterior era R$ 60,2 bilhões. O déficit primário é o resultado negativo das contas do governo antes do pagamento dos juros da dívida pública.Outro ponto é a renegociação da dívida dos estados com a União, o que poderia injetar R$ 9 bilhões na economia.
O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, disse que o agravamento da crise econômica no Brasil e a queda da arrecadação de impostos dificultaram o cumprimento da meta, por isso a necessidade de rever a projeção. “Estamos propondo uma nova meta fiscal, para que o governo ajude a economia a se estabilizar e fazer com que o emprego e a renda se recuperem mais rapidamente”, disse.
Já na quarta-feira, será lançada a terceira etapa do programa “Minha Casa, Minha Vida”, numa tentativa de dar sobrevida ao governo. Para financiar o programa, a União depende de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
ANIVERSÁRIO DO GOLPE
Para os que defendem a permanência da presidente Dilma no governo e comparam o processo de impeachment à gestação de um golpe, a semana traz uma data simbólica. Na quinta-feira, 31 de março, será lembrado o aniversário do golpe militar que, há 52 anos, depôs o presidente eleito João Goulart e instaurou uma ditadura militar no Brasil que durou 21 anos.
Por outro lado, o presidente da OAB, Claudio Lamachia, disse que a afirmação do governo de que há um golpe em curso é ofensiva ao próprio Supremo Tribunal Federal. “Tanto não é golpe que a instância máxima da Justiça, numa sessão histórica, regulamentou o procedimento de impeachment. Isso acaba com a ladainha de golpe”, declarou Lamachia,que rechaça outra linha de argumentação recorrente dos aliados de Dilma, a de que o país vai cair no regime de exceção. “Não vamos entrar numa ditadura coisa alguma. Nossas instituições estão funcionando”, rebate.
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Fonte: (VIA AGÊNCIA)
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